3 de fev. de 2024

Sotus - Capítulo 15

Regra nº 15
Encontre uma maneira de contornar o jogo Hazer


O dia de reconhecimento do departamento de engenharia industrial ocorreu apenas cinco dias após o término da posse.

Os calouros ainda não haviam se recuperado. Suas gargantas ressecadas acabaram de voltar ao normal após a explosão e eles tiveram que se preparar para outra batalha. Mas mesmo cansados, os calouros arrastaram seus corpos cansados ​​para o evento.

Isso porque o Dia do Reconhecimento foi tão importante quanto a cerimônia de apresentação do Gear. Foi considerado mais brutal. A forma de obter reconhecimento variava a cada ano, dependendo dos hazers que criaram os testes para eles. Poderia ser correr pelo campus cantando o hino da universidade ou escalar um poste escorregadio e lubrificado para pegar uma bandeira que estava a cinco metros do chão.

Portanto, não foi surpresa que os calouros que acordaram cedo estivessem fazendo fila no meio do campo às 7h de sábado. Estavam ansiosos, mais nervosos do que quando aguardavam o resultado da admissão, pois aguardavam o anúncio dos hazers sobre os testes.

Muitos alunos imprudentes do primeiro ano tentaram descobrir os testes com os mais velhos, mas os alunos mais velhos permaneceram em silêncio. Foi um segredo muito bem guardado pelos hazers. Porém, eles ouviram algo que não sabiam se os animava ou se piorava as coisas.

...Eles ouviram dizer que o ritual de reconhecimento deste ano seria um dos mais difíceis!

Kongpob, sendo um dos agentes de inteligência e tendo confrontado diretamente o líder do trote durante o churrasco, tinha certeza de que esse teste de reconhecimento não seria fácil. Ele pode ter sido o catalisador desta brutalidade adicional.

Ele sabia... que a confiança que demonstrou no líder dos hazers para conquistar seu lugar deixou Arthit furioso. O que eles tiveram não poderia ser chamado de discussão, mas deixou algumas perguntas sem resposta.

Ele queria que Arthit entendesse que ele havia escapado dessas palavras não porque quisesse desafiá-lo novamente, mas porque queria apenas mostrar a Arthit seus esforços e os de seus amigos. Então, mesmo que fosse difícil, ele teve que passar por essa batalha e provar que eles pertenciam à faculdade de engenharia. Eles seriam os alunos do primeiro ano aceitos e reconhecidos por todos no departamento.

É por isso que Kongpob mal podia esperar para ver o líder trote. Seus olhos estavam grudados naquele que liderava a procissão dos terceiros anos em campo antes de parar na frente das fileiras de calouros, parecendo tão implacável como sempre. Então, Arthit continuou com seu discurso.

— Primeiros anos, ouçam com atenção! Hoje é o seu grande dia. Você vai provar para todos nós que tem o seu lugar neste departamento!

Arthit examinou os calouros bem vestidos em campo. Parecia haver mais deles do que antes. Então pelo menos eles reconheceram a importância deste ritual. Mas o número não afetaria a missão que ele estava prestes a dar-lhes.

— Você viu a bandeira da turma no estande?!

Todos os olhares se voltaram para a bandeira roxa que trazia a insígnia do equipamento de engenharia com letras brancas soletrando o nome do departamento em inglês. Flutuava acima do topo do suporte de gesso, onde tecidos de cinco cores haviam sido colocados nos degraus que desciam até o fundo.

— Sua missão é recuperar esta bandeira! Eu não vou te dizer como. Você terá que usar o que lhe ensinamos e suas habilidades para obtê-lo. Você tem até às 19h de hoje. Se não conseguir, será desqualificado como estudante de engenharia!

A ordem era simples, mas a tarefa era difícil. As palavras do chefe hazer não revelaram nada. Eles tinham mais de dez horas para recuperar a bandeira, então devia haver uma armadilha, um plano oculto. Mesmo que estivessem ansiosos para perguntar, o hazer já os havia avisado para não fazerem isso. Os primeiros anos, portanto, tiveram que ficar quietos e aceitar seu destino, aguardando a contagem regressiva do trote líder Arthit.

— Se você estiver pronto, pode começar! Primeiros anos, venham pegar a bandeira!

Após terminar seu discurso, o líder dos hazers recuou, deixando brecha para os primeiros anos agarrarem a bandeira. Os calouros se entreolharam confusos. Eles não achavam que o caminho para pegar a bandeira seria pavimentado com pétalas de rosas assim. Mas eles sabiam que se permanecessem hesitantes e ninguém se adiantasse, toda a turma perderia a bandeira.

Um homem na primeira fila foi impelido para a frente como um comando. Ele caminhou instável, olhando para o topo da arquibancada. Mas assim que colocou um pé no primeiro degrau, Knot escorregou na frente dele e bloqueou seu caminho.

— O que você está fazendo, cara novo?

O aluno deu um pulo, chocado, mas reuniu coragem para responder.

— Estou vindo buscar a bandeira.

- Não, você não vai aceitar! Desça, por favor!

A recusa surpreendeu o jovem, mas foi exatamente como muitos imaginavam. Os hazers não os deixariam passar direto e pegar a bandeira facilmente, a menos que provassem que mereciam. O que eles queriam saber era o que fazer.

—Como vamos recuperar a bandeira?

- O problema é seu. Essas coisas não são minhas !

Essas palavras desdenhosas fizeram com que todos em campo se sentissem como se tivessem levado um tapa na cabeça, percebendo naquele exato momento que a luta pela bandeira da classe seria dura.

Um teste sem pistas e sem instruções. Eles também tiveram que fazer o que os hazers queriam. Quem poderia ter conseguido isso? Ganhar a bandeira da classe este ano pode ser definido com uma ou duas palavras...

... Muito difícil!

Nem Kongpob imaginava que seria assim. Foi mais complicado do que usar força física ou inteligência para capturar a bandeira. Estava se perdendo e tateando no escuro, sem nenhuma luz que os levasse ao seu objetivo.

Embora parecesse impossível, 200 cabeças eram melhores que uma. Todos os alunos do primeiro ano decidiram fazer um brainstorming para encontrar uma solução. Eles se sentaram em círculo no campo e iniciaram uma discussão séria liderada por Tew, o homem que havia sido empurrado anteriormente. Ele fez a primeira pergunta.

- Alguma ideia ?

- Nenhuma idéia. Não temos nem a mínima ideia.

A primeira pergunta provocou uma resposta veemente de um homem gordinho usando um distintivo com o nome “Oak”. Todos assentiram, entendendo porque o cara estava frustrado. Os hazers não explicaram nada. Os calouros também poderiam ler mentes para encontrar a solução. Eles estavam estudando engenharia, não bruxaria.

—Talvez o chefe já tenha nos dado uma pista. Pense nisso.

May, uma menina de óculos, levantou a mão para propor uma ideia, querendo acalmar os colegas. Uma garota de cabelos curtos sentada ao lado dela fez uma observação.

— Bem, eu me pergunto para que servem aqueles tecidos coloridos nas escadas?

Essa pergunta fez Kongpob se virar para olhar o pódio. Hazer Knot ainda estava lá, guardando o primeiro passo até a bandeira. Atrás dele havia um cenário amarelo, seguido pela tela azul no segundo degrau, depois pelo verde, rosa e vermelho, até a bandeira roxa do departamento no topo.

A princípio, ele pensou que fossem decorações para exibir a bandeira do departamento. Mas, na verdade, essas cinco cores não tinham nada a ver com o seu departamento. Apenas roxo era a cor do corpo docente. A forma como os tecidos estavam presos às escadas parecia...

— Níveis em um jogo.

A voz que expressou os pensamentos de Kongpob veio de um amigo próximo sentado ao lado dele. M levantou a mão e ofereceu sua perspectiva de jogo. Ele entendeu à primeira vista e começou a explicar para outros amigos.

— Olha, os tecidos presos às estrelas representam cada nível que temos que passar. Existem cinco cores. Isso significa que os hazers prepararam cinco níveis que devemos passar. Mas como ? Não tenho a menor ideia.

As palavras de M acenderam uma pequena chama de esperança nos primeiros anos. O problema era saber quais eram esses cinco níveis e por onde deveriam começar.

Kongpob franziu a testa, tenso, assim como seus amigos, enquanto as engrenagens de suas cabeças trabalhavam para encontrar a resposta. Ele se concentrou nas palavras do líder trote.

...Arthit queria manter a informação para si mesmo? Ou algo escapou da mente de Kongpob?

'Você vai precisar do que lhe ensinamos e usar suas habilidades para conseguir a bandeira.'

Tudo o que os hazers lhes ensinaram. O que era aquela coisa que o terceiro ano sempre dizia em todas as sessões de trote? Houve apenas uma resposta,

"SOTUS"

O murmúrio de Kongpob ainda era alto o suficiente para M, sentado ao lado dele, ouvi-lo.

- O que você disse ?

—Poderia ser sobre SOTUS. Foi isso que os hazers nos ensinaram, disse ele, incerto.

Mas as palavras iluminaram os olhos de M como se ele tivesse acabado de encontrar a peça que faltava num quebra-cabeça.

- É verdade. Se fosse SOTUS, faria sentido. As cinco telas do estande são as cinco letras que devemos cruzar.

M deu um tapinha nos ombros do amigo como um homem feliz que acaba de resolver o mistério e levantou as mãos para explicar tudo aos outros camaradas. Não havia garantia de que estivessem certos, mas preferiram arriscar. Era melhor do que perder tempo, então os alunos da primeira série começaram sua busca com a primeira letra do primeiro degrau.

'Senioridade: respeite os mais velhos.'

— Então o que fazemos para chegar lá? Você quer que respeitemos todos os mais velhos?

alguém perguntou em voz alta de uma das fileiras.

O gesto mais simples para respeitar os mais velhos era fazer um wai. Os alunos do primeiro ano foram obrigados a prestar homenagem a todos os alunos do último ano por quem passaram, pois era um sinal de bons costumes e tradições. Mas fazer com que os duzentos alunos do primeiro ano prestassem homenagem aos hazers, um por um, seria estranho e não os ajudaria a passar do primeiro nível. Deve ter havido algo mais que demonstrou seu respeito pelos mais velhos...

— Mais velhos que os terceiros anos, existem os quartos anos. Lembra como eles foram intimidados quando chegaram os 4 anos?

Oak levantou-se, fazendo-os lembrar do incidente em que os hazers do quarto ano ordenaram que os do terceiro ano se punissem na sala de atividades. Se eles viessem ajudar novamente, poderia haver uma maneira de conseguirem a bandeira. O topo da cadeia alimentar no departamento era a quarta série.

—Quem tem os números do quarto ano? Traga o representante da turma. Vamos ligar para o segundo e terceiro anos também. Chame todos eles aqui!

Ouviu-se uma comoção enquanto os calouros procuravam os números. Em qualquer outro ano, desde que fosse superior ao dos calouros.

A busca por representantes de classe começou quando cada calouro ligou para seu mentor de código. Eles pediram a mentores que viessem a campo e a maioria foi rejeitada. Eram apenas 8h da manhã de sábado. Os participantes tiveram que ir de motocicleta até os dormitórios dos mentores e implorar. Alguns retornaram com os alunos mais velhos, como serviço de entrega, enquanto outros idosos passaram para presenciar a captura da bandeira.

Finalmente, eles encontraram a pessoa chave, o presidente da classe "P'Deer", o mesmo que foi o líder dos hazers em sua época e que puniu os hazers do terceiro ano. Saindo do carro, ele ainda estava desconcertado. Mas depois de ouvir a explicação dos calouros, ele soltou uma risada, finalmente entendendo o que estava acontecendo. Acrescentou ainda que a missão deste ano foi muito difícil.

Quando todos estavam presentes, era hora de mostrar como os novos entendiam a palavra “antiguidade”. Um wai não teria sido suficiente. Após uma longa discussão e depois de pedir conselhos aos alunos mais velhos, compreenderam que “respeitar os mais velhos” significava “respeitar” aqueles que tinham mais experiência e ser “humilde” com eles para obter a sua aceitação. Assim, os alunos do primeiro ano decidiram pedir permissão simultaneamente.

—Podemos ser seus irmãos e irmãs, Phi?

- Claro. Eu não tenho objeção. O que os outros dizem?

Deer assentiu, sorrindo levemente. O representante da turma, do segundo e do terceiro ano concordaram. Deer gritou provocativamente para o homem que montava guarda nas escadas.

— Você, o hazer aí de cima, vai deixar eles passarem?

Hazer Knot manteve o rosto neutro e indiferente. Alguém pediu a Tew que fosse lá e perguntasse.

— Posso ir até a bandeira, irmão?

Todos no campo prenderam a respiração, sentindo como se seus corações pudessem parar de bater a qualquer momento, especialmente Kongpob, que propôs essa ideia. Eles já haviam perdido mais de uma hora. Se estivessem errados, teriam que começar de novo. Então eles esperavam ter interpretado corretamente as palavras do chefe hazer.

Kongpob olhou para a cena, tenso. Tudo estava calmo, como se o tempo tivesse parado. Hazer Knot começou a se mover, saindo do caminho com uma palavra dura.

- Você pode!

Ao final dessa licença, os alunos do primeiro ano gritaram de entusiasmo, felizes por terem passado de primeiro nível. Kongpob e M se cumprimentaram com um grande sorriso. Embora ainda não tivessem a bandeira, pelo menos estavam no caminho certo, encorajados por poderem dar o próximo passo.

Na segunda etapa chegou um novo hazer que aguardava para substituir Knot pela missão da segunda letra da palavra SOTUS.

'Ordem: siga regras e ordens.'

Os calouros já estavam uniformizados, conforme o regulamento. Mas era necessário algo mais para que os hazers os aceitassem. Esse algo deve ter sido o que os trotes sempre enfatizavam em todas as sessões de trote - o motivo pelo qual foram punidos e treinados muitas vezes...

— Forme as fileiras.

A conclusão fez muitos alunos do primeiro ano empalidecerem. Mas todos concordaram que era a maneira mais fácil e rápida, porque ainda tinham que passar pelos outros níveis antes das 19h.

Assim, os novos começaram a formar filas, dar ordens e fazê-lo da forma mais rápida e limpa possível. Os homens ficavam nas pontas das fileiras para cuidar das mulheres. Aqueles que não puderam continuar foram autorizados a descansar. Eles começaram a correr e cair repetidamente, pedindo permissão ao hazer. Era quase meio-dia quando ouviram o som providencial “pode passar”.

Aplausos altos e gritantes misturados com exaustão. Os jovens saíram mancando um por um para comer o almoço fornecido pela equipe de assistência médica perto do campo - uma simples caixa de arroz. Sentados em círculo, discutiram a próxima missão.

— A terceira carta «Tradição: respeitar as tradições». Mas do que se trata? Não sabemos que tipo de tradições este departamento tem.

Kongpob ouviu M perguntar enquanto mastigava o arroz frito. Ele estava no limite porque também estava no primeiro ano. Então, aqueles que sabiam eram aqueles que já estiveram aqui antes. Eles se voltaram novamente para P'Deer, que observava o ritual desde o início da manhã. Mas a resposta foi negativa.

— Não temos tradições.

- Nem mesmo um? 'Maprang', a garota mais bonita da turma, perguntou gentilmente, tentando extrair uma resposta do mais velho. Deer teve que pensar mais antes de dar uma resposta hesitante.

— Bem, não tenho certeza se isso é relevante. Mas se estamos falando de algo que sempre fazemos, vai ter um jogo de futebol dos ex-alunos na véspera de Ano Novo. Depois do jogo, nós limpamos e vamos juntos para uma festa.

Os calouros trocaram olhares. Um jogo de futebol deveria ser excluído, por enquanto, assim como a festa. Então só faltou limpar. Mas para cem calouros, limpar o estádio seria muito fácil. Vamos limpar o campus.

Por isso, passaram a tarde inteira coletando lixo após dividir áreas do campus e limpar o local. Não sabiam se tinham escolhido bem esta tradição, mas era útil para a sua instituição. Talvez seja por isso que Hazer, que era uma mulher simpática, lhes deu facilmente o “passe”, apesar do tempo que levou.

Quando olharam para o relógio, eram quase 4 horas. Passar o quarto nível seria mais urgente. Chegaram a isso: 'Unidade: ser um e estar unido'. Nada poderia demonstrar isso melhor do que cantar os hinos.

...Bateria pronta, cordas vocais prontas. Mas acima de tudo, eles tinham que estar unidos.

Os calouros colocaram tudo o que tinham em sua música: o hino do departamento, o hino do corpo docente, o hino da universidade, além de todas as músicas recreativas que aprenderam e praticaram. Eles dançavam e cantavam alto, enlouquecendo, enquanto estudantes mais velhos de outros departamentos se aglomeravam para observá-los e apoiá-los moralmente.

Quando a luz diminuiu à noite e o hino da universidade começou a desaparecer, eles foram autorizados a passar para o próximo nível. Os calouros quase não tinham mais forças, pois vinham trabalhando duro desde a manhã. Havia um nível final pela frente.

'O espírito de generosidade'.

E o homem que ficou de guarda com o poder de decisão em suas mãos não era outro senão o chefe Hazer Arthit. Levantando-se, ele ficou no caminho que levava à bandeira roxa hasteada. Eles tinham mais uma hora para vencer.

—O que diabos vamos fazer? É o mais difícil. Não vou correr pelo campo, claro que não. Eu não tenho mais força.

Kongpob sentou-se ao lado de M, que já estava mal-humorado, com a voz rouca de tanto gritar os hinos. Ele reconheceu que também não lhe restava muita energia. Se eles tivessem que provar seu espírito dando voltas na pista, não conseguiriam. E o tempo estava se esgotando.

Muitos deles pareciam estressados, sem saber como passar a última barreira que era a mais difícil.

Kongpob olhou para alguém no pódio. O líder dos hazers ficou com os braços atrás das costas em posição de descanso, esperando.

Sua expressão era determinada e seu olhar era o mais intenso possível, como quando Kongpob o observava enquanto ele corria na chuva.

De repente, algo passou pela sua cabeça. Kongpob tentou entender a ideia, seu cérebro pensando, então ligou para seus amigos.

— Pessoal, por favor ouçam!

Todos os olhos estavam voltados para o rei da classe que estava parado no meio do círculo.

...Embora ele não tivesse certeza, essa poderia ser a única maneira de passar por Arthit e ganhar a bandeira da classe.

Kongpob respirou fundo, os olhos fixos no líder trote nos degraus, e falou.

- Eu tenho um plano...

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