Capítulo 02 :: Petrichor
Em um dia ameno que logo seria lembrado como um dia de chuva, certas memórias pareciam se refletir de maneira estranha e intensa.
O final da tarde, depois das aulas, era aquele momento de transição que levava à hora do crepúsculo. Após se separar dos amigos, Frank passou algum tempo sozinho, mais do que o combinado com seu professor particular. O clima após a chuva era úmido e fresco, nada de quente. Frank sentiu como se o tecido de sua camisa tentasse envolvê-lo, protegendo-o do exterior. Enquanto caminhava, percebeu que a chuva do alto já havia cessado.
“Grrr—grrr—”
O som de carros ecoava na rua, deixando e recolhendo crianças enquanto Frank esperava por seus responsáveis. Ele assentiu levemente, tirando os fones, observando os arredores, e por um momento cogitou olhar o telefone. Entre ele e o professor, optou pelo último.
Ele tinha aula marcada com seu professor particular, e sua mãe sempre reclamava quando ele ia. Ele dizia estar ocupado, mas tinha a intenção firme de se tornar médico. Em poucos anos teria que passar no vestibular, e precisava se dedicar seriamente.
“Oi, mãe...” Frank sorriu ao atender o telefone.
[Estou aqui, querido.] disse a mãe.
“Não se preocupe, mãe. Eu já marquei com o professor.” Frank respondeu, ainda sem tirar os olhos do caminho.
“Você está com o celular na mão, hein?” comentou ela.
[O professor está aqui, ele é estudante de medicina.]
“Ah, o professor Mind é estudante de medicina? Mas ele já deve ter terminado, né?” Frank perguntou, curioso, mantendo o olhar fixo no chão.
[Deixe que eu ligo para o Frank quando ele terminar. Por enquanto, cuide do Ros.] respondeu a mãe. Frank murmurou para si mesmo:
“Certo, vou me apressar para chegar lá.”
Guardou o celular no bolso, ajeitou a mochila e sacudiu o casaco, sentindo o frescor da chuva.
Ele estava acostumado com a atmosfera das aulas particulares, que sempre traziam uma sensação de renovação. Ao olhar ao redor, ainda podia ouvir a chuva batendo no telhado. Hoje teria um novo professor, e Frank esperava que ele fosse mais gentil que o anterior, para poder aprender melhor.
Espero que o professor seja legal hoje…
Frank ajustou as calças, respirou fundo e se preparou para a aula.
“Vamos ligar para o professor agora, certo?” disse ele.
[Ah, irmão, você veio na hora certa!] disse sua irmã mais velha, sorrindo.
“Uau! Ela é tão legal assim mesmo, mãe?” Frank respondeu, brincando.
“Você gosta do professor Mind?” ela perguntou, tentando ler os sentimentos de Frank. Ele não sabia como responder, então desviou o olhar.
“Bem, na verdade não sei ainda...” disse Frank, tímido.
“É bom perceber isso, assim você não fica confuso sobre por que está estudando.”
Frank percebeu que, naquele momento, gostava dela. Ele a via como personagens de livros, e um sorriso se formou em seu rosto enquanto desviava o olhar.
Enquanto isso, em outra parte da cidade, uma dinâmica totalmente diferente acontecia entre amigos próximos, Frank e seus colegas estavam prestes a começar uma encenação. O objetivo era simular uma situação em que um amigo teria levado alguém de quem outro gostava para passear. Eles se preparavam para improvisar, e Frank observava tudo com atenção.
“Prontos? 5…4…3…2…”
Frank empurrou o amigo como combinado, esperando a reação. Para sua surpresa, o amigo apenas sorriu levemente, mas era suficiente.
“Ei! Você foi ousado ontem, hein?” Frank disse, tentando disfarçar sua raiva.
“Do que está falando?” respondeu o amigo, ainda sorrindo.
Frank ficou irritado, mas não podia negar a eficácia do improviso.
O treino continuou com eles seguindo as instruções dos orientadores, virando-se para os lados, olhando em direções diferentes, praticando expressões e gestos. Todos ficaram satisfeitos com a performance, e os instrutores elogiaram:
“Muito bem, ambos!”
Frank sorriu timidamente, aceitando os elogios.
“Agora, vamos simular que você confronta ele sobre ter saído com a garota que você gosta ontem. Pode improvisar à vontade, ok?”
“Certo! Vamos com tudo!” Frank disse, já sentindo a intensidade do papel.
Quando a simulação começou, Frank empurrou o amigo, esperando a reação esperada. Novamente, o amigo apenas sorriu, provocando um misto de frustração e diversão.
Mais tarde, Frank e os amigos se preparavam para ir embora. Questões de transporte surgiram, e pequenos conflitos típicos de adolescentes aconteceram. Apesar disso, ao final, tudo foi resolvido com bom humor.
Enquanto Frank observava a cidade passando pela janela do carro, pensava consigo:
“Algumas pessoas parecem confiantes quando estão com os amigos, mas sozinhas… perdem toda a coragem.”
“Com medo de quê? Não tenho medo, só não quero ir!” respondeu Frank, enfatizando cada palavra.
“Não quer ir ou não tem coragem?” provocou o amigo.
“Não vou!” Frank respondeu firme.
No mesmo momento, um táxi parou, e Frank entrou, determinado a provar que não era medo. Ele olhou pela janela, mantendo a postura firme.
Chegando à casa de Frank, outro momento de interação sutil aconteceu. Um jovem, educado e sorridente, bateu à porta, cumprimentando a mãe de Frank com respeito e cuidado. A mãe ficou surpresa com a educação e a gentileza do rapaz, notando como ele iluminava o ambiente com seu sorriso.
“Olá, senhora, você é a mãe do Frank, certo?” disse ele.
“Sim...” respondeu a mãe, ainda surpresa.
“Meu nome é Alex. Estudo com o Frank e hoje vamos fazer uma atividade juntos.”
“E o Frank?”
“Ele está dormindo no carro, vou acordá-lo.” Alex explicou e foi chamar Frank.
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