29 de mai. de 2025

I Noticed That I’ve Become A BL Game Protagonist’s Younger Brother! - Capítulo 15.5

Capitulo 15.5 - Como eu disse, você não deve ser um homo!(5)

“Você tá mesmo de bom humor.”

Comi o café da manhã que a Kaede fez e saí de casa.

Estamos indo para o fliperama onde já fomos antes com as meninas.  
Kaede estava animada, pulando feliz. Era pra gente andar lado a lado, mas agora ela já tá mais à frente.

“Akira não tá se sentindo bem? Você tá meio quieto.”

“Ah, não é isso.”

Não é que eu esteja me sentindo mal, mas tô preocupado com a Kaede gostar de mim...  
Eu só não sei mais sobre o que conversar.

Enquanto eu andava meio perdido, respondendo sem pensar, a gente chegou no fliperama.

Como é sábado, tá mais cheio do que da última vez.  
Dá pra ver vários grupos de jovens, mas tem muitas famílias e crianças também.

“Aqui!”

Ela agarrou meu braço e foi me puxando pela multidão, como se já soubesse exatamente pra onde queria ir.

O destino era a área das máquinas de pegar bichinhos (UFO catcher).

“Ué, sumiu...”

Kaede olhava pro coelho de pelúcia.

Se não me engano, foi aqui que a Hina pediu pra eu pegar um desses pra ela.

“Kokopeling?”

“É. Eu queria o mesmo que ela.”

Então você queria mesmo.

Se era algo que a Hina queria, deve ser popular.

“Provavelmente trocaram por esse aqui.”

“Deve ser isso.”

Do meu ponto de vista, ela ficou com os ombros caídos, bem decepcionada.

Não precisa ficar tão triste assim...

Se queria tanto, por que não falou logo?

Coloquei uma moeda de cem ienes na máquina de pegar o coelho.

"Akira?"

O coelho que eu queria estava meio torto e um pouco difícil de pegar, mas nada demais.  
Eu já tinha estudado vendo vídeos de mestres do UFO catcher e sou bem bom nisso.

"Boa!"

Mirei certinho, o coelho ficou preso e caiu.  
Era um coelho rosa com uma bolsinha em forma de coração no ombro.  
Peguei ele no compartimento e joguei para a Kaede.

"Aqui. Não é o Kokopeling, mas essa cor é a mais parecida. E tá no mesmo lugar que o Kokopeling, então deve ter algum charme também."

A Hina disse que era um amuleto do amor, então se funcionar, vou virar gay e isso me deixa meio confuso.

Achei que Kaede fosse reclamar porque não era o Kokopeling, mas quando olhei, ele estava rindo feliz.

"Já que não tem jeito, vou aguentar por você."

Ele disse isso todo convencido, mas dava pra ver que estava feliz.  
Esse cara é fofo demais.  
E o coelhinho de pelúcia combina muito com ele.

O tempo passou rápido. Kaede, animado, ficou me mandando fazer as coisas e eu fui junto. Jogamos, ganhamos prêmios.  
Depois comemos na praça de alimentação e passeamos por vários lugares até quase dar a hora de ir embora.

"Vamos na roda-gigante. Dessa vez eu vou com o Akira!"

Quando chegamos na roda-gigante, estava mais cheia que da última vez.  
Acabamos esperando na fila; sinto que Kaede não vai embora sem andar nela.

Só tinha casais, pais com filhos e grupos de meninas na fila.  
Não vi nenhum outro par de caras como a gente.  
Fiquei meio desconfortável, mas resolvi aguentar.

Depois de uns quinze minutos de espera, chegou nossa vez.  
Kaede entrou animado e eu fui atrás.

Por dentro, a roda-gigante era igualzinha da outra vez.  
Sentamos em bancos opostos.

O lugar, que estava tão cheio e barulhento, virou um espaço silencioso só pra nós dois, o que me deixou meio confuso.  
No fim das contas, é Kaede, do mesmo sexo que eu, que gosta de mim.  
Agora não adianta reclamar, mas eu realmente não sei o que falar.

Só dava pra ouvir o barulho do motor da roda-gigante enquanto o tempo passava tranquilo.

"Ei, Akira."

"Hm?"

Como eu estava quieto, Kaede me chamou.

"Ontem à noite, quando eu estava conversando com o Makoto-senpai, você estava acordado?"

"Eh?! U-uhh..."

Seria estranho mentir dizendo que estava dormindo, mas se eu falar que estava acordado, não sei o que fazer depois.

Enquanto eu pensava em como responder, Kaede riu.

"Akira é muito fácil de ler. Mas eu gosto disso em você também."

"Eh—"

A palavra "gosto" foi jogada direto em mim, e eu fiquei surpreso.

Já me disseram algo parecido antes.  
Mas achei que era coisa de amigo, então não dei muita bola e nem entendi direito na época.  
Agora fico todo confuso porque sei que ele está falando com segundas intenções.

“Vai pra lá”, ele murmurou, sentando do meu lado.  
Fica apertado quando dois sentam num banco de uma pessoa só, e é mais constrangedor ainda porque nossos corpos ficam encostados.

“Tá apertado e pende pro lado.”

Me sinto estranhamente envergonhado e desconfortável.  
Tentei fugir pro banco oposto, mas...

“Não pode.”

Minhas duas mãos foram seguradas pelas dele e eu não conseguia me mexer.

“Você, viu...”

Ele se agarrou no meu braço e encostou a cabeça no meu ombro.  
O que a gente é, um casal que acabou de começar a namorar?!

Tudo bem que ninguém tá vendo, mas ainda assim é vergonhoso.

“Sai daí.”

“Não.”

Parece que ele não queria me ouvir, porque além de apertar ainda mais meu braço, ficou esfregando a cabeça nele igual um gato.

O cabelo dourado dele, bem na minha frente, era brilhante e bonito.  
A pele dele é tão branca. Bem diferente de uma pessoa comum. Como posso dizer... parece mesmo que ele vive no céu.

Enquanto eu olhava pro cabelo dele pensando nisso, Kaede se virou pra mim.  
Quando virei o rosto por reflexo, nossos olhos se encontraram.

Muito perto.  
Estamos nos encarando de um jeito muito próximo.

Essa situação parecia aquela vez com a Presidente, mas naquela época foi meio estranho e deu pra rir, mas agora não.

As pupilas vermelhas do Kaede tremiam, as bochechas estavam levemente coradas e os lábios, mesmo sem maquiagem, tinham um tom avermelhado, chegando cada vez mais perto...

Cada vez mais perto!?

Enquanto eu ficava confuso, o rosto do Kaede já estava tão perto do meu que até prendi a respiração—

Ah, isso não vai prestar.

Prevendo o que ia acontecer, fechei os olhos na hora, tentando aguentar.

No segundo seguinte, senti a sensação quente que esperava...

...Na minha bochecha.

“Akira... gosto de você.”

As palavras que ele sussurrou no meu ouvido fizeram meu coração disparar.

Quando abri os olhos, o rosto do Kaede, ainda bem perto, parecia o de uma criança vitoriosa depois de uma travessura.

“Você achou que eu ia fazer na sua boca?”

...Achei.

Pelo jeito que as coisas estavam indo, achei que você ia mesmo.

Fiquei morrendo de vergonha por ter me atrapalhado tentando aguentar.

Senti meu rosto ficar vermelho.

“Você...! Sai daqui!”


"Ha ha!"

Ser tratado como se eu fosse um brinquedo me deixa irritado.  
Arranquei meu braço com força e fugi para o banco oposto.  
Que gato malvado!

"Se você deixar, eu faço mesmo, viu?"

"Não pode! De jeito nenhum!"

"Tá bom, vou aguentar... por enquanto."

"Por enquanto, é?"

Por que eu tô todo sem graça enquanto o Kaede tá todo ousado hoje?  
Sou eu quem tá sendo confessado agora, mas... não era pra quem confessa ficar nervoso!?

"Ei, foi nojento?"

"Hã? O que foi?"

Só eu que tava sem graça, e fui ficando cada vez mais irritado.

"O que foi"... Haha, deixa pra lá. Que bom."

Que bom o quê?  
Nada tá bom pra mim.

Não é divertido ser zoado, e essa é a primeira vez que alguém me confessa algo assim, é demais pra mim.  
Acho que tenho direito de ficar emburrado.

Da última vez que andei nessa roda-gigante, pensei em várias coisas. Akira e aquela garota são amigos de infância e combinam... E ela é uma garota.  
Até pensei que, se você fosse me odiar depois de saber dos meus sentimentos, era melhor a gente continuar assim..."

Kaede começou a falar baixinho enquanto eu olhava a paisagem lá fora.  
Sem saber o que responder, só fiquei ouvindo em silêncio.

Mas ele não parecia se importar e continuou, como se falasse sozinho.

"Mas eu não gosto de aguentar, porque não quero me arrepender."

Pensei: isso é bem coisa do Kaede mesmo.  
Mas, sem saber como reagir, só fiquei quieto.

"Akira, você tá confuso."

Kaede riu, olhando pro meu rosto virado pra fora.

"É claro que eu tô... Na verdade, fico todo sem jeito."

"Eu sei. Sei que o Akira não pensa em mim desse jeito. Mas vai começar a pensar agora, né? Vou me esforçar, então..."

Mesmo eu tendo acabado de fugir dele, ele sentou do meu lado de novo e voltou a grudar em mim.  
Tentei escapar pro outro lado, mas ele segurou meus braços de novo, igual antes...

"Então você tem que passar a gostar de mim, tá?"

Ele sorriu de pertinho, e isso fez meu coração disparar sem querer.  
Que pessoa assustadora...!

Eu não tenho planos de virar gay... Eu não vou virar!

"Isso... Eu não sei se devo responder..."

"Deve sim. Ou pode responder agora. Se prepara."

...Ele fica tão fofo quando ri desse jeito, parece que tá se divertindo, e isso me deixa ainda mais confuso.

Não! Eu disse que não vou virar gay! Não vou!!

Gritei por dentro enquanto descia da roda-gigante.