Capítulo 01
Fenomenal
Num único dia, o que será que uma pessoa faz?
E em vinte e um dias? O que poderia acontecer?
Existe uma teoria que explica:
“Se você quer mudar um hábito ou criar um novo comportamento, precisa de pelo menos 21 dias repetindo a nova prática.”
Essa teoria se espalhou pelo mundo. Mas... será que funciona para todos nós?
Um jovem ficou refletindo sobre isso por horas. Perguntava a si mesmo sem parar, abria e fechava o livro diversas vezes. Mas, quando olhou para o calendário, decidiu se firmar de novo.
Se não começar agora, vai começar quando?
Sua mão delicada circulou uma data no calendário e ele sorriu.
Kiuw
Muitos diriam que, numa manhã dessas, nada deveria atrapalhar o sono.
Mas havia uma exceção: o som insistente ao lado da cama.
O mesmo som que tocava todos os dias, de segunda a sexta.
O som que precisava tocar porque, se não fosse ele, o garoto enrolado no cobertor não abriria os olhos.
Mesmo com o barulho, ainda não queria acordar.
Plin! Plin!
Uma das mãos saiu debaixo das cobertas, tateando às cegas atrás da fonte do barulho.
“Droga! Onde deixei o celular ontem à noite?”
Seus dedos deslizaram pela cabeceira, tentando alcançá-lo.
O esforço fez os músculos preguiçosos se esticarem.
A luz do lado de fora passava pelas frestas da cortina, obrigando-o a semicerrar os olhos.
Mas o celular tocou de novo.
Será que ele tinha colocado vários alarmes de novo?
“Urghhh...” Kiuw resmungou, sendo forçado a se levantar.
— Não esquece de arrumar a cama! — a voz da mãe ecoou, fazendo-o encarar o espelho outra vez.
Tap, tap.
Ele aplicou o sérum no rosto, depois observou seu reflexo mais uma vez.
Seus olhos amendoados e expressivos o fitavam de volta.
O cabelo castanho-escuro estava no ponto certo, combinando com o rosto fino.
As sobrancelhas bem marcadas, o nariz afilado, e os lábios cheios que ele umedeceu com balm.
Aos dezessete anos, aproximou-se de novo do espelho, conferindo suas dolly eyes perfeitas, acariciando levemente a região.
— As olheiras realmente me deixam mais fofo. — sorriu para si mesmo.
Ao se virar, percebeu que a cama ainda estava desarrumada.
— Deixa pra mais tarde, arrumo à noite. — murmurou, pegando a mochila e descendo as escadas às pressas.
Kiuw morava com a mãe e o tio.
Antes, a mãe trabalhava como contadora, mas foi demitida durante o segundo lockdown. Agora vendia doces online.
Os doces dela eram deliciosos, sempre iguais, sempre de qualidade.
Ela era meticulosa com a receita e com a padronização por isso ainda conseguia vender.
Mas... vender não significava vender bem.
“Hoje em dia, o que realmente vende fácil?” — Kiuw deu de ombros, deixando os pensamentos fluírem.
Foi até a cozinha. Desde pequeno, a mãe o ensinara que café da manhã era a refeição mais importante.
Enquanto comia, observava a mãe e o tio conversando.
A caminho da escola, o tio o deixou no portão antes de sair para entregar os pedidos.
O trânsito da manhã estava caótico como sempre.
— As vendas estão boas, tio Man? — Kiuw perguntou antes de descer do carro.
— Mais ou menos... Não muito. Por isso sua mãe quer que a “Mook Beauty” faça uma resenha dos doces. — respondeu o tio.
— Sério?
— Agora vai, antes que fique preso no trânsito. E não esquece de perguntar da Mook Beauty pros seus amigos. — disse, rindo.
Kiuw assentiu e correu.
Na escola, encontrou Frank, o amigo estudioso que sonhava em ser médico, e Toy, o esportista cheio de energia que tinha bolsa garantida na faculdade graças ao atletismo.
Os três eram inseparáveis, mas completamente diferentes.
Kiuw era vaidoso, detalhista e sonhador.
Toy era elétrico, esportista nato, charmoso sem esforço.
Frank era sério, focado nos livros, mas ainda assim parte fundamental do grupo.
Conversavam sobre garotas, influenciadores e até sobre o suposto “custo” para conseguir uma resenha da famosa Mook Beauty. Toy, sempre provocador, sugeriu:
— A menos que você conquiste ela como namorada... quem sabe até consegue a resenha de graça.
Kiuw suspirou, quase batendo no amigo.
— Sai fora, não é meu tipo!
— Então qual é o seu tipo? — Toy riu.
— Não sei... Mas quando for a pessoa certa, o coração vai me dizer. — Kiuw respondeu.
Os dois amigos fingiram vomitar diante da frase melosa.
Durante o dia, outros personagens entraram em cena:
Mook, a bela influenciadora que ajudava a escola em eventos, e X, o aluno perfeito, representante em tudo o mesmo que, sem querer (ou será que de propósito?), acabou deixando Kiuw em uma situação constrangedora no banheiro antes de uma audição de videoclipe.
Kiuw ficou furioso.
Mas, no fundo, decidiu:
“Quer saber? Vou me dedicar e passar nesse teste. Vou pegar esse trabalho na frente dele, custe o que custar!”
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