29 de mai. de 2025

Just a senior - Capitulo 02.2

Capítulo 2.2 “Tem que reclamar rápido, se não for por ladrão, vai ser por quem?”

20:30

#MarkPart

“Muito obrigado, pelo menos agora sei que o garoto é ciumento.”
“Ok...” Depois de falar com meus amigos da faculdade, desliguei o telefone. Pelo menos isso me mostrou que o calouro realmente gosta de mim.
Desculpa ter feito isso, Tonsorn... Mas acabei encontrando meus amigos e pedi ajuda pra eles...

Agora estou sentado lendo literatura inglesa na mesa de trabalho. Normalmente não leio porque já terminei todos os livros da estante, mas como estava à toa, peguei um antigo pra reler. Talvez também porque a pessoa pra quem liguei ainda não respondeu.

Quando vai responder, hein... Falei que ia ligar, não esquece de atender!

20:00  
Mark Sattawat: Liguei e você não atendeu.

20:23  
Mark Sattawat: Nem leu, nem respondeu.

“Suspiro...” O que será que ele tá fazendo? Já estou ficando irritado. Tento me concentrar na leitura pra acalmar, mas não adianta. Acho que estou gostando tanto do calouro que fico pensando demais.

Ou será que é por causa daquele cara que mexeu com Tonsorn?

“Droga... Ele deve estar ocupado.” Só fico discutindo comigo mesmo, até que o celular vibrou. Peguei rápido achando que era ele, mas era só mensagem do grupo dos amigos.

Estamos todos decepcionados, Mark...

Q. Tópico da conversa

Chai: Hoje vi o Mark, o mais bonito de todos!
Chai: Quem é aquele garoto com ele? Fala logo!!!
Nont: Estavam até de braço dado.
Nonthee: Muito fofo, se meu coração não fosse do Mark, eu ia dar em cima.
Chai: Nonthee!
Nont: Hahaha
P’Mark: Não vou contar.
Junia: Mark já tem namorado mesmo?
Nont: Eita, estão zoando!
Chai: O Mark já tem namorado, gente!
P’Mark: Tchau.
Youchai: Que clima, hein.

“Esses caras são mesmo sem noção.” Ainda nem chegamos a ser namorados, e eu nem sei se daqui pra frente ele realmente vai querer ficar comigo. Mesmo sabendo que o calouro gosta de mim, por que nosso relacionamento está tão indefinido assim?
Ou talvez seja porque tudo aconteceu rápido demais...
Será que fui apressado demais, pessoal...
Preciso me acalmar, né? Falei isso pra mim mesmo antes de silenciar as notificações do grupo. Quando eles conversam, é sempre sobre qualquer coisa, se não silenciar, não vou conseguir me concentrar nos estudos.
Mas, pensando bem, já não tem coisa me tirando a concentração mesmo...

“Suspiro...”

Quando é que vou parar de discutir comigo mesmo? Antes disso, liguei pra minha irmã pra falar sobre umas coisas, e ela só disse que está tudo certo e que, daqui pra frente, talvez não possa mais me aconselhar tanto porque quer que eu tente resolver sozinho.

Resolver sozinho, é?

Mas como faz isso...?

“Para de pensar demais, Mark”, falei pra mim mesmo e tentei voltar a estudar, mas o celular vibrou de novo e acabei xingando antes de pegar pra ver.

“Droga! O que é agora...”

Tonson Narinjirot: Mandou uma foto pra você
Quando vi que era quem eu estava esperando, abri rapidinho. A foto que ele mandou me fez franzir a testa: por que ele mandou uma foto dele mesmo dormindo, com a gola da camisa caída mostrando o ombro branco? Irritante.
Mark Sattawat: Tonsorn?
Mark Sattawat: Mandou errado?
Mark Sattawat: Ou foi outra pessoa?
Tonson Narinjirot: Daqui a pouco você vai saber quem eu sou.
Tonson Narinjirot: Não acho que vou deixar isso com você, não.
Mark Sattawat: Foi você da outra vez, né?
Tonson Narinjirot: Pensa aí.
Tonson Narinjirot: A pessoa que eu gosto é amiga minha.
Tonson Narinjirot: E nós dois estamos na mesma sala.
Tonson Narinjirot: Min fica me provocando todo dia.
Tonson Narinjirot: Um dia não vou conseguir segurar.
Mark Sattawat: Seu desgraçado.
Mark Sattawat: Tá querendo morrer, é?
Tonson Narinjirot: Tchau.
“Droga!” Fiquei tão irritado que perdi até a vontade de fazer qualquer coisa. O calouro provavelmente já dormiu. Quanto mais irritado eu fico, mais tento ligar pra ele, mas ninguém atende.
E ainda tem a senha do telefone...
Ai Mark, que raiva...




Por volta das 21h57
#ParteDoAutor

Depois de mais de uma hora, o garoto pequeno que tinha adormecido começou a acordar devagar. Ele nem sabia quando tinha pegado no sono, mas assim que conseguiu enxergar direito, tateou procurando o celular para ver as horas — e levou um susto ao ver as chamadas perdidas.

Foram 11 ligações do P’Mark!

“Eita!” Tonsorn ficou ainda mais assustado quando viu que era o nome do Mark nas ligações não atendidas. Na verdade, o Mark tinha avisado que ia ligar, mas ele acabou dormindo antes.

“Ei... assim que acordar, liga pra ele logo!” — disse uma voz sonolenta. Tonsorn olhou e viu Kew, só de cueca, olhando pra ele. “Por que não me acordou?”

“Não precisava,” respondeu Kew, passando por ele. Tonsorn então se sentou e ficou esperando enquanto ligava de volta, com o coração acelerado de nervoso. Logo Mark atendeu.

“P’Mark... desculpa, eu acabei dormindo.”

“Tá tudo bem?” — Mark perguntou do outro lado, com uma voz preocupada que fez Tonsorn franzir a testa.

“O que você quer dizer?”

“Mark, não fica quieto... Desculpa mesmo, eu cheguei e logo dormi.”

“Dá uma olhada nas mensagens que te mandei.”

“Tá, espera aí, vou ver agora.” — Ele apressou-se a abrir o chat.

“Você mandou mensagem... Nossa, desculpa mesmo!” — disse, ao ver as mensagens de Mark.

“Mark, não fica quieto de novo...”

“Não é nada. Já comeu?”

“Ainda não, acabei de acordar.”

“Vai comer logo, hein...”

“Ok!” — respondeu, mas sabia que não ia comer porque já estava tarde.

“Era só isso mesmo, só liguei pra avisar.”

“Só isso?”

“Mark, espera aí—” — antes que terminasse, Mark desligou. Tonsorn achou estranho o jeito de Mark e se arrependeu de ter dormido.

De repente, sentiu um abraço por trás. Quando virou para olhar, o nariz do outro encostou na sua bochecha.

“Kew, seu bobo... solta!”

“Tô com vontade, sabia?” — sussurrou no ouvido, fazendo Tonsorn arrepiar.

“Solta! Se não, vou contar pra minha tia!” — Tonsorn se soltou e correu pro banheiro com a toalha.

“Nem um abracinho pode...” — resmungou Kew.


Depois de tomar banho e trocar de roupa, Tonsorn saiu e se jogou na cama para mexer no celular. Ao mesmo tempo, seu único colega de quarto estava tocando violão e fazia um barulho danado! Por sorte, o quarto era bem isolado, senão o pessoal do lado já teria reclamado.

Kew era filho de uma amiga da mãe dele, por isso acabaram dividindo o quarto. Na verdade, Tonsorn nem conhecia Kew antes da faculdade; só foram se conhecer no primeiro ano. Kew fazia Ciências Políticas. Tonsorn tinha certeza que ele era inteligente, mas parecia não se esforçar muito. Sobre a personalidade dele... melhor nem comentar.

Mark Sattawat: Amanhã eu passo aí.
Tonson Narinjirot: Você tem algum compromisso, Mark?
Mark Sattawat: Não posso te ver?
Tonson Narinjirot: Não é isso!
Tonson Narinjirot: É que assim eu acordo cedo.
Mark Sattawat: Quero te ver.
Tonson Narinjirot: Que horas você vem?
Mark Sattawat: Umas nove.
Mark Sattawat: Depois te levo pra comer.
Tonson Narinjirot: Ok!

“Eba! Amanhã vou sair pra comer com o Mark!” — disse Tonsorn, todo feliz, sem acreditar que o cara por quem ele era apaixonado estava se aproximando tanto assim.

Mas, quando Kew ouviu, parou de tocar e olhou pra ele... com cara de poucos amigos, e logo virou o rosto.

Mark Sattawat: Tá com quem agora?
Tonson Narinjirot: Com amigos.
Mark Sattawat: Quem são?
Mark Sattawat: Homem ou mulher?
Tonson Narinjirot: Homem, chama Kew.
Mark Sattawat: Confio nos seus amigos.
Mark Sattawat: Ele não vai fazer nada com você, né?

Ao ler a mensagem do Mark, Tonsorn olhou rápido para Kew, que ainda estava tocando violão. Apesar de Kew ser meio zoeiro, nunca tinha feito nada com ele, então não tinha motivo pra se preocupar. Além disso, ele nem parecia ser gay como Tonsorn.

“O que foi?”
“Nada...” — respondeu Tonsorn, voltando a digitar pro Mark.

Tonson Narinjirot: Ele não teria coragem de fazer nada comigo.
Mark Sattawat: Por que parece que ele faria?

Tonson Narinjirot: Ele não teria coragem de fazer nada comigo.
Mark Sattawat: Você fala como se ele fosse fazer.
Tonson Narinjirot: Ele é só meu amigo.
Mark Sattawat: Mesmo assim, não confio nele.
Tonson Narinjirot: Vem aqui então.
Mark Sattawat: Promete pra mim que não vai deixar ele chegar perto.
Tonson Narinjirot: Mas a gente divide o mesmo quarto!
Mark Sattawat: Tonsorn...
Tonson Narinjirot: Já entendi, tá bom.
Mark Sattawat: E você acabou de acordar, será que vai conseguir dormir de novo?
Mark Sattawat: Mas eu vou dormir agora.
Tonson Narinjirot: Fica tranquilo, vou tentar dormir também.
Mark Sattawat: Ok, boa noite.

Hoje ele com certeza vai dormir feliz afinal, o Mark desejou boa noite pra ele! Mas, pensando bem, por que ele anda tão sonolento? Não é a primeira vez que dorme à tarde, acorda, toma banho e ainda fica com sono. Será que ele é do tipo que adora uma cama?

“Já vai dormir? Dorme fácil igual um gato, hein!” — disse Kew com a voz grave.
“Uhum... Amanhã tenho compromisso.”
“Com o tal do Mark, né?”
“Ele é meu senpai, Kew. Fala direito dele.”
“Não tô nem aí...” — ouvindo isso, Tonsorn preferiu ignorar, já sabia que discutir com Kew era perda de tempo. Ficou mexendo no celular até o sono bater e acabou pegando no sono de novo. O som do violão, que antes era irritante, foi ficando suave até embalar o sono dele.

Logo, adormeceu de vez...

Kew, ao perceber que Tonsorn tinha dormido, largou o violão. Olhou pela janela da varanda, as sobrancelhas franzidas, pensando se estava mesmo perdendo essa batalha. Será que tudo o que fez nunca foi claro o bastante? Ou será que ele não se esforçou o suficiente?

Ele olhou para Tonsorn dormindo, sabendo que talvez tenha errado ao se apaixonar por ele, mas não podia culpar ninguém além de si mesmo. Kew se aproximou da cama, sentou ao lado, afastou uma mecha de cabelo da testa branquinha de Tonsorn e deu um beijo suave ali antes de se afastar.

 “Por que dói tanto, Tonsorn...?”


Página anterior》《Menú inicial