— Ei, e as aulas?
Kyouichi não lecionava para o segundo ano, mas era reconhecido até mesmo por Toriumi como um professor bonito e extremamente popular entre as garotas um recurso valioso que ela usava em suas fantasias envolvendo colegas do sexo masculino.
Disfarçada na pele de Shouta, Toriumi respondeu com um sorriso doce:
— Só fui até a enfermaria...
Mas foi imediatamente agarrada pela nuca por Kyouichi.
— Estava matando aula, né?
Com seus mais de 1,80 metro de altura, um físico esguio e uma presença marcante, o olhar que lançava de cima carregava a sensualidade de um adulto experiente.
Toriumi sentiu algo naquele olhar. Um tipo de atenção densa, quase pegajosa... como se estivesse sendo avaliada.
Quando seus olhos se encontraram por um instante e Kyouichi desviou o olhar apressadamente, o sexto sentido da fujoshi se acendeu com certeza.
— Entendi... ♡
Ainda no corpo de Shouta e sendo arrastada até a sala dos professores, Toriumi já havia mirado em sua próxima presa.
— Rin-chaan, vamos almoçar juntas? ♡
— Espera só um pouquinho, já tô indo!
Enquanto ouvia esse tipo de troca fofa entre garotas, Shouta — ou melhor, Toriumi no corpo de Shouta — encarava mais um almoço solitário.
(Almoçar sozinho direto assim deixa a gente meio pra baixo...)
O verdadeiro Shouta sempre comia com amigos, alguma namorada da vez ou até com o pessoal do clube. Nunca tinha passado um intervalo sozinho.
Refletindo sobre a melancólica vida de Toriumi, ele abriu a marmita. Na primeira vez que viu uma marmita preparada pela mãe dela, ficou em choque: era uma porção digna de um trabalhador de meia-idade, cheia de volume e calorias. Assim que pôde, pediu ajuda para ela começar uma dieta e a mãe concordou prontamente.
Por isso, o almoço solitário de hoje era todo focado em baixa gordura e alto teor proteico, com um detalhe especial: carboidratos, zero. Para uma perda de peso rápida, além da musculação, isso era essencial.
Desde que decidiu ajudar Toriumi a emagrecer, Shouta colocou em prática todo o conhecimento de treino que acumulou até hoje, comprando vários livros para aprender sobre restrições alimentares. Um deles era sobre a famosa dieta sem carboidratos.
Nada de arroz ou pães. As carnes se limitavam a peito de frango, filé de boi ou porco magro. O preparo era apenas no vapor ou grelhado. Saladas só com limão ou vinagre os molhos prontos, ricos em açúcar e gordura, estavam proibidos. Para emergências de vontade por doce, ele até encomendou pela internet um adoçante sem carboidrato e entregou para a mãe dela.
O cardápio de hoje? Frango grelhado com cogumelos, salada de pepino e wakame com vinagre, ovo cozido e, na garrafa térmica, uma sopa chinesa de alface e atum.
Shouta soltava uma risada baixa e sinistra. Ele não era bom em estudos, mas adorava tudo relacionado a autogerenciamento. Quanto mais difícil, mais motivado se sentia. Sem saber quando voltaria ao seu corpo original, estabeleceu uma meta temporária: perder 20 quilos em três meses.
Hoje, depois das aulas, era sua primeira visita à academia onde já tinha feito a matrícula.
(Tô pegando fogo!!)
Com um punho cerrado e um sorriso sinistro, Shouta ria sozinho. Para quem visse de fora, era a mesma energia esquisita de sempre daquela fujoshi, mas o livro em suas mãos não era mais um BL fininho qualquer era "Nutrição para Emagrecer até um Macaco".
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