29 de mai. de 2025

MSN - Capitulo 05.2

Capítulo 5.2:: A verdade é uma bagunça (2)


PÁ!

Bird chutou meu pé de novo como um sinal. Sem hesitar, comecei a girar o anel discretamente para tirá-lo do dedo sem que o outro percebesse. Com isso, dei início à próxima fase do plano para pegá-lo no flagra.

CLANG! O anel de prata caiu no chão.

— Opa! O anel caiu — exclamei. Pena que ele não rolou muito longe de onde o tal de Yuk estava sentado. A intenção era que ele rolasse mais, pra o maldito do Bird poder analisar melhor a reação do cara, mas tanto faz. Isso já deve servir.

— O que faço? Caiu bem perto de você.

— Eu pego — disse ele com a voz grave. Mas o que ele fez depois me deixou completamente chocado.

Espera aí!

O desgraçado tirou a sandália e pegou o anel com os dedos dos pés, segurando com todo o cuidado. Meu anel, velho! Que nojo.

— Ah... obrigado — disse, hesitante. Isso é comportamento de gay? E agora meu anel provavelmente está fedendo a chulé, nem tenho coragem de colocá-lo de volta no dedo.

— Sem problema. Ele caiu perto do meu pé mesmo.

— E você usou o pé pra pegar por isso? Emocionante, hein.

— Nem é algo tão emocionante assim.

— Minha cara parece emocionada pra você?

— Não. Parece mais a pata de um urso.

— Grrr... — Maldito.

— Na real, você é meio frouxo também, né.

— Como é?

— Digo seus dedos. O anel caiu sozinho, né?

— Para de arrumar confusão, ou você vai perder — falei ameaçando.

— E você que não arrume confusão, ou vai acabar se apaixonando.

— Eiiiii — Bird interrompeu antes que a gente trocasse mais farpas. Nós dois olhamos para ele. — Tava falando da carne, que tá pronta e tá uma delícia!

Mas a carne que você enfiou na boca ainda tá crua, seu jumento!

— Seu amigo é um zumbi, é? Que estranho — Como se não bastasse me zoar, agora tá zoando meu melhor amigo. Esse cara nasceu pra dar com a língua nos dentes e vencer qualquer um. Admito.

— O Bird é assim mesmo. Babaca... — Igual a você...

Antes que eu terminasse de falar, o cara já enfiava carne grelhada direto na minha boca. Puta merda, tá quente! Será que vai queimar a boca?

— Tá gostoso? — perguntou com um sorriso largo. Aquele sorriso estava perto demais e causava uma sensação esquisita. O calor na boca já não era problema. Toda a atenção estava nele. E ele não parava de me encarar.

E agora? Tô travado. Normalmente ninguém me olha desse jeito com um sorriso tão... falso.

— Tá quente? — perguntou com aquela voz grave, me fazendo voltar à realidade. Mastiguei logo a carne pra poder responder à altura.

— Claro que tá.

— Por que esse povo aqui faz sempre cara emburrada?

— Não tô emburrado.

— Então você é “desse povo”?

— Eu tava falando comigo mesmo, não com você.

— Quer um vegetal?

— Não quero. Meu humor não é tão bom quanto minha aparência.

— E capim?

— Sou uma pessoa, não um boi.

— Jura? Mas parece.

— Já terminou de me zoar?

— Ainda não. Quero continuar por bastante tempo.

— Você vai ver só.

— Nem quero ver, não sou armário pra guardar ameaça.

— Cof cof... Que briguinha animada! Posso participar? É que tô carente — disse Bird, aparecendo como um herói para interromper a guerra fria entre eu e o escritor debochado. Logo depois, ele já voltou ao plano de investigar se o cara era gay ou não.

— Senhor Yuk, sua namorada não vai se incomodar por você estar aqui hoje?

Muito bom, Bird. Te amo!

— Não tenho namorada — respondeu Yuk, calmo, enquanto continuava a colocar carne, peixe e lula grelhados no meu prato.

— Sério? Que estranho. Bonito e com cara de mal como você, pensei que já tivesse conquistado uma porrada de garotas.

— Na verdade, só não encontrei ainda alguém que combinasse comigo.

— Já teve namorada antes? Desculpa a invasão, é que queria ser seu amigo — Mentira descarada, queria era outra coisa.

— No ensino médio, uma. Na faculdade, outra. Agora no trabalho, provavelmente mais uma.

Parece que ele define alvos em cada fase da vida. Tô com medo...

— Então você vai seguir trocando de namorada conforme muda de fase?

— Acho que agora vou parar. Quero encontrar alguém pra vida. Não vou voltar pro ensino médio pra buscar mais uma. — Frase comum, mas por que doeu tanto? Parece até indireta.

Bird deu um chute no meu pé, sinalizando pra eu continuar.

— E... suas ex eram homens ou mulheres?

— E o que eu ganho respondendo essa pergunta?

Uau! Ele quer barganhar!

— Eu grelho carne pra você.

— Ok. Minha ex era mulher.

Ufa! Nunca me senti tão aliviado na vida.

— Então grelha logo!

Ele mandou e eu obedeci feliz.

— Quer carne?

Me empolguei? Talvez. Mas tava feliz. Então é isso, o Yuk definitivamente não é gay, já teve namorada mulher.

— Pode ser.

— E camarão?

— Tudo bem.

— E vegetal? Couve, acelga, cenoura ou cogumelo?

— Quero você.

Peraí! O quê!?

Fiquei em choque por uns três segundos. Olhei pro outro lado da mesa e ele também parecia sem reação. Bird engoliu fígado cru e ficou com a boca cheia de sangue. Meu coração despencou.

— O-o que você disse?

— Quero que você fique aqui grelhando tudo pra mim. Qualquer coisa que quiser grelhar, manda ver.

— Ah... — Ufa. Minha mão tava tremendo. Que susto!

Depois de um tempo, não aguentei e fui ao banheiro lavar o rosto. Estranho... meu coração tava acelerado. Mas não de forma boa — era uma sensação de vazio.

Logo depois ouvi passos. Olhei pra porta e vi Bird entrando com cara de apavorado.

— Cara... o Yuk gosta de você, certeza!

— Você tá doido, Bird? Ele disse que as ex dele eram mulheres.

— Isso foi no passado. Não dá pra medir o presente com isso — revirei os olhos. A preocupação voltou a me consumir, silenciosamente.

— E agora, o que eu faço?

— Primeiro me diz se ele tem outros hábitos estranhos. Vou te ajudar a analisar.

— Ele gosta de ler livro de mulher. Aqueles solitários, cheios de emoção.

— Mas ele é escritor, né? Então isso não conta.

Tentei organizar os pensamentos. Tudo tava girando na minha cabeça.

— Ele vive se gabando do tamanho do pinto. Pode ser pequeno, né?

— Hm... isso é relevante. Quem tem complexo ou obsessão com algo costuma fazer isso pra compensar.

— E tem mais. Ele já me pediu pra gemer o nome dele.

Bird arregalou os olhos, quase saltaram das órbitas.

— Ele vai te transformar em escravo sexual, certeza!

— Hã!?

— Sim! Ele disse pra você gemer o nome, né? Como foi?

— Tipo... “Yukkkk~” assim?

— Sua cara combina com esse gemido. Bem convincente.

— Quer levar um tapa!?

Antes que eu terminasse, nós dois nos viramos para a figura parada ali...

Yuk.

Ele estava ali! Olhar surpreso, sem sabermos quanto ouviu. Meu corpo inteiro ficou dormente. Pensei mil desculpas, mas antes que falasse qualquer coisa, ele se adiantou:

— Vim ao banheiro.

— Ah é, eu e Bird já estávamos voltando pra mesa — disse o mais naturalmente possível.

— Uhum.

— Você chegou faz tempo?

— Agora há pouco.

— E você...

— A descarga fez barulho, não ouvi nada.

— Pois é, né? Quem foi que mijou? Haha.

— Aquele xixi parecia até gemido. Estranho.

Merda...!


Just a senior - Capitulo 02.2

Capítulo 2.2 “Tem que reclamar rápido, se não for por ladrão, vai ser por quem?”

20:30

#MarkPart

“Muito obrigado, pelo menos agora sei que o garoto é ciumento.”
“Ok...” Depois de falar com meus amigos da faculdade, desliguei o telefone. Pelo menos isso me mostrou que o calouro realmente gosta de mim.
Desculpa ter feito isso, Tonsorn... Mas acabei encontrando meus amigos e pedi ajuda pra eles...

Agora estou sentado lendo literatura inglesa na mesa de trabalho. Normalmente não leio porque já terminei todos os livros da estante, mas como estava à toa, peguei um antigo pra reler. Talvez também porque a pessoa pra quem liguei ainda não respondeu.

Quando vai responder, hein... Falei que ia ligar, não esquece de atender!

20:00  
Mark Sattawat: Liguei e você não atendeu.

20:23  
Mark Sattawat: Nem leu, nem respondeu.

“Suspiro...” O que será que ele tá fazendo? Já estou ficando irritado. Tento me concentrar na leitura pra acalmar, mas não adianta. Acho que estou gostando tanto do calouro que fico pensando demais.

Ou será que é por causa daquele cara que mexeu com Tonsorn?

“Droga... Ele deve estar ocupado.” Só fico discutindo comigo mesmo, até que o celular vibrou. Peguei rápido achando que era ele, mas era só mensagem do grupo dos amigos.

Estamos todos decepcionados, Mark...

Q. Tópico da conversa

Chai: Hoje vi o Mark, o mais bonito de todos!
Chai: Quem é aquele garoto com ele? Fala logo!!!
Nont: Estavam até de braço dado.
Nonthee: Muito fofo, se meu coração não fosse do Mark, eu ia dar em cima.
Chai: Nonthee!
Nont: Hahaha
P’Mark: Não vou contar.
Junia: Mark já tem namorado mesmo?
Nont: Eita, estão zoando!
Chai: O Mark já tem namorado, gente!
P’Mark: Tchau.
Youchai: Que clima, hein.

“Esses caras são mesmo sem noção.” Ainda nem chegamos a ser namorados, e eu nem sei se daqui pra frente ele realmente vai querer ficar comigo. Mesmo sabendo que o calouro gosta de mim, por que nosso relacionamento está tão indefinido assim?
Ou talvez seja porque tudo aconteceu rápido demais...
Será que fui apressado demais, pessoal...
Preciso me acalmar, né? Falei isso pra mim mesmo antes de silenciar as notificações do grupo. Quando eles conversam, é sempre sobre qualquer coisa, se não silenciar, não vou conseguir me concentrar nos estudos.
Mas, pensando bem, já não tem coisa me tirando a concentração mesmo...

“Suspiro...”

Quando é que vou parar de discutir comigo mesmo? Antes disso, liguei pra minha irmã pra falar sobre umas coisas, e ela só disse que está tudo certo e que, daqui pra frente, talvez não possa mais me aconselhar tanto porque quer que eu tente resolver sozinho.

Resolver sozinho, é?

Mas como faz isso...?

“Para de pensar demais, Mark”, falei pra mim mesmo e tentei voltar a estudar, mas o celular vibrou de novo e acabei xingando antes de pegar pra ver.

“Droga! O que é agora...”

Tonson Narinjirot: Mandou uma foto pra você
Quando vi que era quem eu estava esperando, abri rapidinho. A foto que ele mandou me fez franzir a testa: por que ele mandou uma foto dele mesmo dormindo, com a gola da camisa caída mostrando o ombro branco? Irritante.
Mark Sattawat: Tonsorn?
Mark Sattawat: Mandou errado?
Mark Sattawat: Ou foi outra pessoa?
Tonson Narinjirot: Daqui a pouco você vai saber quem eu sou.
Tonson Narinjirot: Não acho que vou deixar isso com você, não.
Mark Sattawat: Foi você da outra vez, né?
Tonson Narinjirot: Pensa aí.
Tonson Narinjirot: A pessoa que eu gosto é amiga minha.
Tonson Narinjirot: E nós dois estamos na mesma sala.
Tonson Narinjirot: Min fica me provocando todo dia.
Tonson Narinjirot: Um dia não vou conseguir segurar.
Mark Sattawat: Seu desgraçado.
Mark Sattawat: Tá querendo morrer, é?
Tonson Narinjirot: Tchau.
“Droga!” Fiquei tão irritado que perdi até a vontade de fazer qualquer coisa. O calouro provavelmente já dormiu. Quanto mais irritado eu fico, mais tento ligar pra ele, mas ninguém atende.
E ainda tem a senha do telefone...
Ai Mark, que raiva...




Por volta das 21h57
#ParteDoAutor

Depois de mais de uma hora, o garoto pequeno que tinha adormecido começou a acordar devagar. Ele nem sabia quando tinha pegado no sono, mas assim que conseguiu enxergar direito, tateou procurando o celular para ver as horas — e levou um susto ao ver as chamadas perdidas.

Foram 11 ligações do P’Mark!

“Eita!” Tonsorn ficou ainda mais assustado quando viu que era o nome do Mark nas ligações não atendidas. Na verdade, o Mark tinha avisado que ia ligar, mas ele acabou dormindo antes.

“Ei... assim que acordar, liga pra ele logo!” — disse uma voz sonolenta. Tonsorn olhou e viu Kew, só de cueca, olhando pra ele. “Por que não me acordou?”

“Não precisava,” respondeu Kew, passando por ele. Tonsorn então se sentou e ficou esperando enquanto ligava de volta, com o coração acelerado de nervoso. Logo Mark atendeu.

“P’Mark... desculpa, eu acabei dormindo.”

“Tá tudo bem?” — Mark perguntou do outro lado, com uma voz preocupada que fez Tonsorn franzir a testa.

“O que você quer dizer?”

“Mark, não fica quieto... Desculpa mesmo, eu cheguei e logo dormi.”

“Dá uma olhada nas mensagens que te mandei.”

“Tá, espera aí, vou ver agora.” — Ele apressou-se a abrir o chat.

“Você mandou mensagem... Nossa, desculpa mesmo!” — disse, ao ver as mensagens de Mark.

“Mark, não fica quieto de novo...”

“Não é nada. Já comeu?”

“Ainda não, acabei de acordar.”

“Vai comer logo, hein...”

“Ok!” — respondeu, mas sabia que não ia comer porque já estava tarde.

“Era só isso mesmo, só liguei pra avisar.”

“Só isso?”

“Mark, espera aí—” — antes que terminasse, Mark desligou. Tonsorn achou estranho o jeito de Mark e se arrependeu de ter dormido.

De repente, sentiu um abraço por trás. Quando virou para olhar, o nariz do outro encostou na sua bochecha.

“Kew, seu bobo... solta!”

“Tô com vontade, sabia?” — sussurrou no ouvido, fazendo Tonsorn arrepiar.

“Solta! Se não, vou contar pra minha tia!” — Tonsorn se soltou e correu pro banheiro com a toalha.

“Nem um abracinho pode...” — resmungou Kew.


Depois de tomar banho e trocar de roupa, Tonsorn saiu e se jogou na cama para mexer no celular. Ao mesmo tempo, seu único colega de quarto estava tocando violão e fazia um barulho danado! Por sorte, o quarto era bem isolado, senão o pessoal do lado já teria reclamado.

Kew era filho de uma amiga da mãe dele, por isso acabaram dividindo o quarto. Na verdade, Tonsorn nem conhecia Kew antes da faculdade; só foram se conhecer no primeiro ano. Kew fazia Ciências Políticas. Tonsorn tinha certeza que ele era inteligente, mas parecia não se esforçar muito. Sobre a personalidade dele... melhor nem comentar.

Mark Sattawat: Amanhã eu passo aí.
Tonson Narinjirot: Você tem algum compromisso, Mark?
Mark Sattawat: Não posso te ver?
Tonson Narinjirot: Não é isso!
Tonson Narinjirot: É que assim eu acordo cedo.
Mark Sattawat: Quero te ver.
Tonson Narinjirot: Que horas você vem?
Mark Sattawat: Umas nove.
Mark Sattawat: Depois te levo pra comer.
Tonson Narinjirot: Ok!

“Eba! Amanhã vou sair pra comer com o Mark!” — disse Tonsorn, todo feliz, sem acreditar que o cara por quem ele era apaixonado estava se aproximando tanto assim.

Mas, quando Kew ouviu, parou de tocar e olhou pra ele... com cara de poucos amigos, e logo virou o rosto.

Mark Sattawat: Tá com quem agora?
Tonson Narinjirot: Com amigos.
Mark Sattawat: Quem são?
Mark Sattawat: Homem ou mulher?
Tonson Narinjirot: Homem, chama Kew.
Mark Sattawat: Confio nos seus amigos.
Mark Sattawat: Ele não vai fazer nada com você, né?

Ao ler a mensagem do Mark, Tonsorn olhou rápido para Kew, que ainda estava tocando violão. Apesar de Kew ser meio zoeiro, nunca tinha feito nada com ele, então não tinha motivo pra se preocupar. Além disso, ele nem parecia ser gay como Tonsorn.

“O que foi?”
“Nada...” — respondeu Tonsorn, voltando a digitar pro Mark.

Tonson Narinjirot: Ele não teria coragem de fazer nada comigo.
Mark Sattawat: Por que parece que ele faria?

Tonson Narinjirot: Ele não teria coragem de fazer nada comigo.
Mark Sattawat: Você fala como se ele fosse fazer.
Tonson Narinjirot: Ele é só meu amigo.
Mark Sattawat: Mesmo assim, não confio nele.
Tonson Narinjirot: Vem aqui então.
Mark Sattawat: Promete pra mim que não vai deixar ele chegar perto.
Tonson Narinjirot: Mas a gente divide o mesmo quarto!
Mark Sattawat: Tonsorn...
Tonson Narinjirot: Já entendi, tá bom.
Mark Sattawat: E você acabou de acordar, será que vai conseguir dormir de novo?
Mark Sattawat: Mas eu vou dormir agora.
Tonson Narinjirot: Fica tranquilo, vou tentar dormir também.
Mark Sattawat: Ok, boa noite.

Hoje ele com certeza vai dormir feliz afinal, o Mark desejou boa noite pra ele! Mas, pensando bem, por que ele anda tão sonolento? Não é a primeira vez que dorme à tarde, acorda, toma banho e ainda fica com sono. Será que ele é do tipo que adora uma cama?

“Já vai dormir? Dorme fácil igual um gato, hein!” — disse Kew com a voz grave.
“Uhum... Amanhã tenho compromisso.”
“Com o tal do Mark, né?”
“Ele é meu senpai, Kew. Fala direito dele.”
“Não tô nem aí...” — ouvindo isso, Tonsorn preferiu ignorar, já sabia que discutir com Kew era perda de tempo. Ficou mexendo no celular até o sono bater e acabou pegando no sono de novo. O som do violão, que antes era irritante, foi ficando suave até embalar o sono dele.

Logo, adormeceu de vez...

Kew, ao perceber que Tonsorn tinha dormido, largou o violão. Olhou pela janela da varanda, as sobrancelhas franzidas, pensando se estava mesmo perdendo essa batalha. Será que tudo o que fez nunca foi claro o bastante? Ou será que ele não se esforçou o suficiente?

Ele olhou para Tonsorn dormindo, sabendo que talvez tenha errado ao se apaixonar por ele, mas não podia culpar ninguém além de si mesmo. Kew se aproximou da cama, sentou ao lado, afastou uma mecha de cabelo da testa branquinha de Tonsorn e deu um beijo suave ali antes de se afastar.

 “Por que dói tanto, Tonsorn...?”


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I Will I know you - Capítulo 09

Capítulo 09:: Eu e você um par perfeito.

Começo a achar que Nong Noi ficou melhor do que na nossa primeira reunião.

Só um pouco, mas se prestar atenção, dá para notar. Nong Noi continua falando com sarcasmo e me irritando durante as aulas. Mas ele começou a participar mais. Antes, ele nunca fazia a lição de casa que eu passava. Nem anotava, e eu tinha que obrigar. Agora, olha só para o meu aluno: ele até concordou em fazer todas as tarefas! É verdade que nem sempre estão completas e sempre tem uns rabiscos nos cadernos.

Mesmo essas pequenas melhorias me dão forças para continuar ensinando o Noi.

Dobrei a folha do conto e entrei no ônibus, indo para o restaurante da Madame Timmy para a aula com o Noi. Preparei uma nova folha de exercícios para ele.

Espero que a folha sobreviva e que Nong Noi não faça um aviãozinho com ela, como da última vez. Tamanho dos desenhos.

Já estava prestes a abrir a porta do restaurante quando esbarrei na Madame Timmy. Em uma mão ela segurava o telefone, na outra uma pasta. Parecia que ela estava com muita pressa.

— Ah, Nong Ti.
— Oi, Madame Timmy.
— Hoje, provavelmente, não vai dar para fazer a aula. Esse herói aí se meteu em outra confusão e eu preciso resolver isso.
— Perdão? — perguntei, levantando as sobrancelhas.

É claro que era o Nong Noi. Mas o que será que aconteceu para a Madame Timmy estar tão apressada?

— Isso mesmo! Outra briga, Nong Ti. Pegaram o Noi e eu tenho que buscá-lo. Desculpa por isso. Você pode ir embora — disse a Madame Timmy, suspirando. Ela tinha uma expressão de culpa no rosto.

Olhando para as costas da dona do restaurante se afastando, resolvi chamá-la.

— Eh... Madame Timmy?!
— O que foi?
— Eu posso deixar um exercício para o Nong Noi?
— Ah, o quê... Espera. Alô? Olá!

Ia entregar as folhas com o exercício, mas de repente a Madame Timmy recebeu outra ligação.

— De novo briga com aqueles marginais?

Levei um susto quando Madame Timmy gritou com a pessoa do outro lado da linha.

Não era difícil adivinhar quem estava do outro lado.

Eu nem ousei dizer uma palavra. Apesar de parecer um pouco cansada, ela era bem assustadora.

Nisso ela e o Noi são bem parecidos.

— Por que eu tenho que mandar seu tutor embora quando ele deveria estar dando aula para você?
— Você pode me dar uma alegria pelo menos uma vez?! Ah, Noi...

Madame Timmy respirou fundo e se virou para mim. Sorri discretamente.

— Droga! Esse garoto me deixou muito chateada. Me dá o exercício dele e pode ir para casa.
— Até logo — acenei me despedindo.

Suspirei. Balancei a cabeça, lembrando do meu aluno problemático.

Parece que ele nunca vai largar o hábito dessas brigas. Meu papel é ser tutor de um gangster? Isso é muito mais difícil do que parece.

A aula foi cancelada, mas decidi não relaxar.

Vou terminar um projeto da faculdade e à noite assistir algum filme.

Quando cheguei em casa, escolhi um filme, mas de repente o telefone tocou. Atendi, olhando para a tela.

Nong Noi.

— Desce — disse claramente a voz do Nong Noi.

Franzi a testa.

Por que o Noi está mandando eu descer? Só falta ele ter batido em alguém de novo, caramba! Por que estou pensando nisso? Volta pra realidade!

— Por que eu tenho que descer?!
— Eu trouxe a lição de casa, professor. E vou jogar fora no lixo se você não descer nos próximos cinco minutos.
— E-espera! Noi! Droga! — antes que eu pudesse responder, Nong Noi desligou o telefone.

Em choque, olhei para a tela do smartphone.

Ah, Nong Noi... Que lição de casa você quer me entregar? Como se ainda tivesse espaço pra isso na sua cabeça! Você acabou de sair da delegacia.

Calcei minhas sandálias favoritas e desci. Olhei em volta, mas não vi ninguém. Já ia ligar para o Noi quando vi um garoto alto encostado na parede de um beco escuro. Na hora percebi quem era.

— Você não deveria se meter em tudo.
— Ah, deixa disso — respondeu Noi, sem sair do lugar.

Suspirei e peguei os papéis com a tarefa feita. Dei uma olhada e vi que ele tinha feito tudo.

— Por que você não tratou o ferimento?
— Vai sarar sozinho.
— Alguém cuida dos seus machucados?
— Eu mesmo dou conta.

Nesse momento, saiu do restaurante um cara que tem até empregado pra cuidar dos machucados dele!

— O que mais vai passar pela sua cabeça?

Olhei para as cicatrizes no rosto do Noi e senti que precisava fazer algo. Peguei ele pelo braço e puxei. Ele não saiu do lugar, então precisei ameaçar.

— Ei! Pra onde você está me levando?
— Preciso cuidar dos seus ferimentos. Vamos.
— Eu disse que não precisa.
— E quem disse que você é bonito? Quer que as cicatrizes estraguem seu rosto?
— Tá com medo de eu deixar de ser bonito?

E eu aqui tentando ter compaixão por esse encrenqueiro...

Suspirei e me virei para o Noi, que me olhava levantando a sobrancelha, esperando resposta. Olhei melhor e vi que a roupa dele estava amassada e tinha manchas de sangue na camisa.

— Que cara é essa? Tem medo de sangue?
— Você não está muito machucado, né? — perguntei, torcendo pra ele não ter levado uma facada ou algo assim.

Ai, Noi... E se um dia ele topar com alguém realmente perigoso? Se ele tá assim, imagina o outro cara...

— Por que você se importa? O que vai fazer?
— Vou cuidar do machucado. Ou você consegue sozinho?
— Por que você faz isso?

Vejo o seu estado. E não sou tão insensível assim, sabia? — respondeu Noi, balançando meu braço.

Sinceramente, acho que já não tenho tanto medo dele. Não é como na primeira vez que nos vimos, quando eu evitava ele a todo custo e achava que ele ia me bater. E olha só agora: eu mesmo cuidando dos ferimentos dele.

— Levanta a cabeça.
— Pra quê?
— Pra eu ver direito o machucado.

Resmungando, Noi levantou a cabeça.

Quando vi todos os machucados dele sob a luz, fiquei ainda mais preocupado. Parecia que até eu sentia a dor. Encostei um pedaço de algodão no corte. Além dos arranhões e hematomas novos, ele tinha uma cicatriz na sobrancelha.

Por que brigar desse jeito? Antes era bem menos.

— Quero te perguntar só uma coisa. Por que você vive brigando com os outros? — perguntei curioso.

Quero saber o que se passa na cabeça dele. Sério, não entendo porque o Noi briga tanto, já que cresci cheio de regras dos meus pais e obrigações dos professores. Eu era aquele nerd quieto do fundo da sala.

— Quando eu estava no ensino médio, nunca bati em ninguém. Então quero saber: por que você quer ser um gangster? Isso é legal? — continuei perguntando.

— Você fala demais.

— Noi! Tô falando sério! Para com essas coisas! Acredita em mim, isso não vai te ajudar quando for adulto.

Não sei o que o Noi pensou. Espero que ele não queira me bater. Talvez eu tenha falado demais.

— Nunca vi gangster que ficou bandido pra sempre. E se você for parar no hospital, quem vai estar lá pra te ajudar? E aí? — perguntei com sinceridade.

— Sai do meu futuro! Noi, você não é boxeador profissional, é só um estudante. Você não é imortal, sabia?

— Chumpi, cala a boca.

— Tá bom. Chega. Se tiver tempo, faz isso aqui — suspirei e terminei de cuidar dos ferimentos dele.

Em choque, olhei para a tela do smartphone.

Ah, Nong Noi... Que lição de casa você quer me entregar? Como se ainda tivesse espaço pra isso na sua cabeça? Você acabou de sair da delegacia.

Calcei minhas sandálias favoritas e desci. Olhei ao redor, mas não vi ninguém. Já ia ligar para o Noi quando vi um garoto alto encostado na parede de um beco escuro. Na hora percebi quem era.

— Você não deveria se meter em tudo.
— Ah, deixa disso — respondeu Noi, sem sair do lugar.

Suspirei e peguei os papéis com a tarefa feita. Dei uma olhada e vi que ele tinha feito tudo.

— Por que você não tratou o ferimento?
— Vai sarar sozinho.
— Alguém cuida dos seus machucados?
— Eu mesmo dou conta.

Naquele momento, saiu do restaurante um cara que até tem empregado pra cuidar dos machucados dele!

— O que mais vai passar pela sua cabeça?

Olhei para as cicatrizes no rosto do Noi e senti que precisava fazer algo. Peguei ele pelo braço e puxei. Ele não saiu do lugar, então precisei ameaçar.

— Ei! Pra onde você está me levando?
— Preciso cuidar dos seus ferimentos. Vamos.
— Eu disse que não precisa.
— E quem disse que você é bonito? Quer que as cicatrizes estraguem seu rosto?
— Tá com medo de eu deixar de ser bonito?

E eu aqui tentando ter compaixão por esse encrenqueiro...

Suspirei e me virei para o Noi, que me olhava levantando a sobrancelha, esperando resposta. Olhei melhor e vi que a roupa dele estava amassada e tinha manchas de sangue na camisa.

— Que cara é essa? Tem medo de sangue?
— Você não está muito machucado, né? — perguntei, torcendo pra ele não ter levado uma facada ou algo assim.

Ai, Noi... E se um dia ele topar com alguém realmente perigoso? Se ele tá assim, imagina o outro cara...

— Por que você se importa? O que vai fazer?
— Vou cuidar do machucado. Ou você consegue sozinho?
— Por que você faz isso?

Vejo o seu estado. E não sou tão insensível assim, sabia? — respondeu Noi, balançando meu braço.

Sinceramente, acho que já não tenho tanto medo dele. Não é como na primeira vez que nos vimos, quando eu evitava ele a todo custo e achava que ele ia me bater. E olha só agora: eu mesmo cuidando dos ferimentos dele.

— Levanta a cabeça.
— Pra quê?
— Pra eu ver direito o machucado.

Resmungando, Noi levantou a cabeça.

Quando vi todos os machucados dele sob a luz, fiquei ainda mais preocupado. Parecia que até eu sentia a dor. Encostei um pedaço de algodão no corte. Além dos arranhões e hematomas novos, ele tinha uma cicatriz na sobrancelha.

Por que brigar desse jeito? Antes era bem menos.

— Quero te perguntar só uma coisa. Por que você vive brigando com os outros? — perguntei curioso.

Quero saber o que se passa na cabeça dele. Sério, não entendo porque o Noi briga tanto, já que cresci cheio de regras dos meus pais e obrigações dos professores. Eu era aquele nerd quieto do fundo da sala.

— Quando eu estava no ensino médio, nunca bati em ninguém. Então quero saber: por que você quer ser um gangster? Isso é legal? — continuei perguntando.

— Você fala demais.

— Noi! Tô falando sério! Para com essas coisas! Acredita em mim, isso não vai te ajudar quando for adulto.

Não sei o que o Noi pensou. Espero que ele não queira me bater. Talvez eu tenha falado demais.

— Nunca vi gangster que ficou bandido pra sempre. E se você for parar no hospital, quem vai estar lá pra te ajudar? E aí? — perguntei com sinceridade.

— Sai do meu futuro! Noi, você não é boxeador profissional, é só um estudante. Você não é imortal, sabia?

— Chumpi, cala a boca.

— Tá bom. Chega. Se tiver tempo, faz isso aqui — suspirei e terminei de cuidar dos ferimentos dele.

Noi nunca cumprimenta os professores, não usa uniforme escolar, não prende o cabelo, não leva livros ou cadernos, não escreve nada e basicamente não presta atenção no que acontece na sala de aula ou nos estudos em geral. Por que ele manda os amigos fazerem o dever de casa? Nem mesmo o amigo mais próximo, Tiv, que agora olha para Noi com muita desconfiança, consegue entender isso.

Quando a maioria dos garotos saiu, Noi abriu o caderno para fazer a tarefa. Suas sobrancelhas se uniram, como se ele estivesse diante de um problema super difícil.

Não, esse não é o Noi. Esse não é o Noi Watphu! Quem é você?!

— Noi.
— O quê?
— Tá tudo bem?
— Uhum.
— O que a professora te mandou fazer com mais empenho?
— Eu... ah, lembrei...
— Ma Chamnan.
— Ma Chamnan sempre faz questão de que eu estude direitinho.
— Ma Chamnan, caramba! Ela é tipo uma feiticeira? Ela consegue fazer o Noi estudar? Mas quem é ela? Quem consegue fazer o Noi Watphu estudar?

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I Noticed That I’ve Become A BL Game Protagonist’s Younger Brother! - Capítulo 15.5

Capitulo 15.5 - Como eu disse, você não deve ser um homo!(5)

“Você tá mesmo de bom humor.”

Comi o café da manhã que a Kaede fez e saí de casa.

Estamos indo para o fliperama onde já fomos antes com as meninas.  
Kaede estava animada, pulando feliz. Era pra gente andar lado a lado, mas agora ela já tá mais à frente.

“Akira não tá se sentindo bem? Você tá meio quieto.”

“Ah, não é isso.”

Não é que eu esteja me sentindo mal, mas tô preocupado com a Kaede gostar de mim...  
Eu só não sei mais sobre o que conversar.

Enquanto eu andava meio perdido, respondendo sem pensar, a gente chegou no fliperama.

Como é sábado, tá mais cheio do que da última vez.  
Dá pra ver vários grupos de jovens, mas tem muitas famílias e crianças também.

“Aqui!”

Ela agarrou meu braço e foi me puxando pela multidão, como se já soubesse exatamente pra onde queria ir.

O destino era a área das máquinas de pegar bichinhos (UFO catcher).

“Ué, sumiu...”

Kaede olhava pro coelho de pelúcia.

Se não me engano, foi aqui que a Hina pediu pra eu pegar um desses pra ela.

“Kokopeling?”

“É. Eu queria o mesmo que ela.”

Então você queria mesmo.

Se era algo que a Hina queria, deve ser popular.

“Provavelmente trocaram por esse aqui.”

“Deve ser isso.”

Do meu ponto de vista, ela ficou com os ombros caídos, bem decepcionada.

Não precisa ficar tão triste assim...

Se queria tanto, por que não falou logo?

Coloquei uma moeda de cem ienes na máquina de pegar o coelho.

"Akira?"

O coelho que eu queria estava meio torto e um pouco difícil de pegar, mas nada demais.  
Eu já tinha estudado vendo vídeos de mestres do UFO catcher e sou bem bom nisso.

"Boa!"

Mirei certinho, o coelho ficou preso e caiu.  
Era um coelho rosa com uma bolsinha em forma de coração no ombro.  
Peguei ele no compartimento e joguei para a Kaede.

"Aqui. Não é o Kokopeling, mas essa cor é a mais parecida. E tá no mesmo lugar que o Kokopeling, então deve ter algum charme também."

A Hina disse que era um amuleto do amor, então se funcionar, vou virar gay e isso me deixa meio confuso.

Achei que Kaede fosse reclamar porque não era o Kokopeling, mas quando olhei, ele estava rindo feliz.

"Já que não tem jeito, vou aguentar por você."

Ele disse isso todo convencido, mas dava pra ver que estava feliz.  
Esse cara é fofo demais.  
E o coelhinho de pelúcia combina muito com ele.

O tempo passou rápido. Kaede, animado, ficou me mandando fazer as coisas e eu fui junto. Jogamos, ganhamos prêmios.  
Depois comemos na praça de alimentação e passeamos por vários lugares até quase dar a hora de ir embora.

"Vamos na roda-gigante. Dessa vez eu vou com o Akira!"

Quando chegamos na roda-gigante, estava mais cheia que da última vez.  
Acabamos esperando na fila; sinto que Kaede não vai embora sem andar nela.

Só tinha casais, pais com filhos e grupos de meninas na fila.  
Não vi nenhum outro par de caras como a gente.  
Fiquei meio desconfortável, mas resolvi aguentar.

Depois de uns quinze minutos de espera, chegou nossa vez.  
Kaede entrou animado e eu fui atrás.

Por dentro, a roda-gigante era igualzinha da outra vez.  
Sentamos em bancos opostos.

O lugar, que estava tão cheio e barulhento, virou um espaço silencioso só pra nós dois, o que me deixou meio confuso.  
No fim das contas, é Kaede, do mesmo sexo que eu, que gosta de mim.  
Agora não adianta reclamar, mas eu realmente não sei o que falar.

Só dava pra ouvir o barulho do motor da roda-gigante enquanto o tempo passava tranquilo.

"Ei, Akira."

"Hm?"

Como eu estava quieto, Kaede me chamou.

"Ontem à noite, quando eu estava conversando com o Makoto-senpai, você estava acordado?"

"Eh?! U-uhh..."

Seria estranho mentir dizendo que estava dormindo, mas se eu falar que estava acordado, não sei o que fazer depois.

Enquanto eu pensava em como responder, Kaede riu.

"Akira é muito fácil de ler. Mas eu gosto disso em você também."

"Eh—"

A palavra "gosto" foi jogada direto em mim, e eu fiquei surpreso.

Já me disseram algo parecido antes.  
Mas achei que era coisa de amigo, então não dei muita bola e nem entendi direito na época.  
Agora fico todo confuso porque sei que ele está falando com segundas intenções.

“Vai pra lá”, ele murmurou, sentando do meu lado.  
Fica apertado quando dois sentam num banco de uma pessoa só, e é mais constrangedor ainda porque nossos corpos ficam encostados.

“Tá apertado e pende pro lado.”

Me sinto estranhamente envergonhado e desconfortável.  
Tentei fugir pro banco oposto, mas...

“Não pode.”

Minhas duas mãos foram seguradas pelas dele e eu não conseguia me mexer.

“Você, viu...”

Ele se agarrou no meu braço e encostou a cabeça no meu ombro.  
O que a gente é, um casal que acabou de começar a namorar?!

Tudo bem que ninguém tá vendo, mas ainda assim é vergonhoso.

“Sai daí.”

“Não.”

Parece que ele não queria me ouvir, porque além de apertar ainda mais meu braço, ficou esfregando a cabeça nele igual um gato.

O cabelo dourado dele, bem na minha frente, era brilhante e bonito.  
A pele dele é tão branca. Bem diferente de uma pessoa comum. Como posso dizer... parece mesmo que ele vive no céu.

Enquanto eu olhava pro cabelo dele pensando nisso, Kaede se virou pra mim.  
Quando virei o rosto por reflexo, nossos olhos se encontraram.

Muito perto.  
Estamos nos encarando de um jeito muito próximo.

Essa situação parecia aquela vez com a Presidente, mas naquela época foi meio estranho e deu pra rir, mas agora não.

As pupilas vermelhas do Kaede tremiam, as bochechas estavam levemente coradas e os lábios, mesmo sem maquiagem, tinham um tom avermelhado, chegando cada vez mais perto...

Cada vez mais perto!?

Enquanto eu ficava confuso, o rosto do Kaede já estava tão perto do meu que até prendi a respiração—

Ah, isso não vai prestar.

Prevendo o que ia acontecer, fechei os olhos na hora, tentando aguentar.

No segundo seguinte, senti a sensação quente que esperava...

...Na minha bochecha.

“Akira... gosto de você.”

As palavras que ele sussurrou no meu ouvido fizeram meu coração disparar.

Quando abri os olhos, o rosto do Kaede, ainda bem perto, parecia o de uma criança vitoriosa depois de uma travessura.

“Você achou que eu ia fazer na sua boca?”

...Achei.

Pelo jeito que as coisas estavam indo, achei que você ia mesmo.

Fiquei morrendo de vergonha por ter me atrapalhado tentando aguentar.

Senti meu rosto ficar vermelho.

“Você...! Sai daqui!”


"Ha ha!"

Ser tratado como se eu fosse um brinquedo me deixa irritado.  
Arranquei meu braço com força e fugi para o banco oposto.  
Que gato malvado!

"Se você deixar, eu faço mesmo, viu?"

"Não pode! De jeito nenhum!"

"Tá bom, vou aguentar... por enquanto."

"Por enquanto, é?"

Por que eu tô todo sem graça enquanto o Kaede tá todo ousado hoje?  
Sou eu quem tá sendo confessado agora, mas... não era pra quem confessa ficar nervoso!?

"Ei, foi nojento?"

"Hã? O que foi?"

Só eu que tava sem graça, e fui ficando cada vez mais irritado.

"O que foi"... Haha, deixa pra lá. Que bom."

Que bom o quê?  
Nada tá bom pra mim.

Não é divertido ser zoado, e essa é a primeira vez que alguém me confessa algo assim, é demais pra mim.  
Acho que tenho direito de ficar emburrado.

Da última vez que andei nessa roda-gigante, pensei em várias coisas. Akira e aquela garota são amigos de infância e combinam... E ela é uma garota.  
Até pensei que, se você fosse me odiar depois de saber dos meus sentimentos, era melhor a gente continuar assim..."

Kaede começou a falar baixinho enquanto eu olhava a paisagem lá fora.  
Sem saber o que responder, só fiquei ouvindo em silêncio.

Mas ele não parecia se importar e continuou, como se falasse sozinho.

"Mas eu não gosto de aguentar, porque não quero me arrepender."

Pensei: isso é bem coisa do Kaede mesmo.  
Mas, sem saber como reagir, só fiquei quieto.

"Akira, você tá confuso."

Kaede riu, olhando pro meu rosto virado pra fora.

"É claro que eu tô... Na verdade, fico todo sem jeito."

"Eu sei. Sei que o Akira não pensa em mim desse jeito. Mas vai começar a pensar agora, né? Vou me esforçar, então..."

Mesmo eu tendo acabado de fugir dele, ele sentou do meu lado de novo e voltou a grudar em mim.  
Tentei escapar pro outro lado, mas ele segurou meus braços de novo, igual antes...

"Então você tem que passar a gostar de mim, tá?"

Ele sorriu de pertinho, e isso fez meu coração disparar sem querer.  
Que pessoa assustadora...!

Eu não tenho planos de virar gay... Eu não vou virar!

"Isso... Eu não sei se devo responder..."

"Deve sim. Ou pode responder agora. Se prepara."

...Ele fica tão fofo quando ri desse jeito, parece que tá se divertindo, e isso me deixa ainda mais confuso.

Não! Eu disse que não vou virar gay! Não vou!!

Gritei por dentro enquanto descia da roda-gigante.


I’m an Old Man but also a Saint — Capítulo 08

 Capítulo 08

Não importa o quanto você entenda algo na sua cabeça, isso não significa que você sempre vai conseguir executar perfeitamente.

Eu superestimei minhas habilidades durante meu primeiro ritual e acabei usando sangue e poder sagrado demais. Como resultado, fiquei de cama por cinco dias inteiros.

Só cinco dias. Mas cinco dias ainda são cinco dias.

Enquanto eu estava desacordado, o funeral de estado da falecida Santa foi realizado, e a mãe de Emilia se mudou para o santuário interno.

Eu já esperava que isso acontecesse, mas ainda assim me senti patético.

Eu realmente devia muito à Emilia por lidar com tudo o que joguei para ela.

—Mas sério, quando vou poder sair dessa cama...?

Minhas feridas já tinham cicatrizado quase totalmente, graças à minha habilidade de cura rápida. O sangramento tinha parado e o corte profundo já estava fechado. Eu diria que estava praticamente recuperado.

Mesmo assim, aqui estou, três dias depois de acordar, ainda preso na cama.

"...Ei,"

"Não", veio a resposta curta de Veerant antes mesmo de eu terminar a frase.

No momento em que cheguei ao templo e desmaiei, fiquei inconsciente por treze dias. Depois, quando finalmente acordei, me mexi demais e acabei desmaiando de novo, o que me deixou de cama por mais cinco dias.

Aparentemente, isso deixou Veerant muito ansioso.

Os outros dois cavaleiros, que eram grandes crentes na santidade da Santa, não conseguiram me impedir, então Veerant assumiu para si o papel de guarda pessoal ou cão de guarda, dependendo do ponto de vista.

—Não que eu não apreciasse a preocupação...

Mas mesmo assim, era um pouco demais.

Não importa o quanto você entenda algo na sua cabeça, isso não significa que você sempre vai conseguir executar perfeitamente.

Eu superestimei minhas habilidades durante meu primeiro ritual e acabei usando sangue e poder sagrado demais. Como resultado, fiquei de cama por cinco dias inteiros.

Só cinco dias. Mas cinco dias ainda são cinco dias.

Enquanto eu estava desacordado, o funeral de estado da falecida Santa foi realizado, e a mãe de Emilia se mudou para o santuário interno.

Eu já esperava que isso acontecesse, mas ainda assim me senti patético.

Eu realmente devia muito à Emilia por lidar com tudo o que joguei para ela.

—Mas sério, quando vou poder sair dessa cama...?

Minhas feridas já tinham cicatrizado quase totalmente, graças à minha habilidade de cura rápida. O sangramento tinha parado e o corte profundo já estava fechado. Eu diria que estava praticamente recuperado.

Mesmo assim, aqui estou, três dias depois de acordar, ainda preso na cama.

"...Ei,"

"Não", veio a resposta curta de Veerant antes mesmo de eu terminar a frase.

No momento em que cheguei ao templo e desmaiei, fiquei inconsciente por treze dias. Depois, quando finalmente acordei, me mexi demais e acabei desmaiando de novo, o que me deixou de cama por mais cinco dias.

Aparentemente, isso deixou Veerant muito ansioso.

Os outros dois cavaleiros, que eram grandes crentes na santidade da Santa, não conseguiram me impedir, então Veerant assumiu para si o papel de guarda pessoal ou cão de guarda, dependendo do ponto de vista.

— Não que eu não apreciasse a preocupação...

Mas mesmo assim, era um pouco demais.

Claro, as Santas anteriores eram frágeis e delicadas, mas eu sou um homem de mais de quarenta anos! Não vou morrer só por perder um pouco de sangue ou desmaiar.

Veerant continuava dizendo que se eu me mexesse muito, poderia reabrir meu ferimento, mas para ser sincero, isso só me pouparia o trabalho de cortar o pulso de novo.

"Se eu não começar a purificar a imundície logo, ela vai se espalhar ainda mais."

"Então, você promete não oferecer seu sangue?"

"Isso é impossível."

Sem oferecer sangue, eu não conseguiria fazer nenhum progresso real, por mais que tentasse.

Eu não queria sentir de novo a sensação de ter sangue e poder sagrado drenados à força de mim, mas era necessário. Se perder alguns dias para me recuperar significasse salvar milhares, talvez até milhões de vidas, era um preço pequeno a se pagar.

Não é como se eu estivesse oferecendo meu cabelo, afinal.

Olhei para Veerant, que ainda estava com o cenho franzido.

Ele claramente estava tendo dificuldade para aceitar isso.

Mesmo sabendo que o que eu dizia fazia sentido, ele não conseguia aceitar emocionalmente. Seu rosto mostrava tudo: as sobrancelhas franzidas, os lábios apertados e a frustração.

Para um cara tão absurdamente bonito, ele parecia uma criança emburrada.

Fazer alguém tão composto e bonito quanto Veerant fazer uma cara dessas realmente mostrava o quanto a fé nas Santas era profunda nesse país.

Quero dizer, eu sou só um homem de meia-idade, de qualquer jeito que você olhe.

Aparentemente, isso deixou Veerant muito ansioso.

Os outros dois cavaleiros, que eram grandes crentes na santidade da Santa, não conseguiram me impedir, então Veerant assumiu para si o papel de guarda pessoal—ou cão de guarda, dependendo do ponto de vista.

—Não que eu não apreciasse a preocupação...

Mas mesmo assim, era um pouco demais.

Claro, as Santas anteriores eram frágeis e delicadas, mas eu sou um homem de mais de quarenta anos! Não vou morrer só por perder um pouco de sangue ou desmaiar.

Veerant continuava dizendo que se eu me mexesse muito, poderia reabrir meu ferimento, mas para ser sincero, isso só me pouparia o trabalho de cortar o pulso de novo.

"Se eu não começar a purificar a imundície logo, ela vai se espalhar ainda mais."

"Então, você promete não oferecer seu sangue?"

"Isso é impossível."

Sem oferecer sangue, eu não conseguiria fazer nenhum progresso real, por mais que tentasse.

Eu não queria sentir de novo a sensação de ter sangue e poder sagrado drenados à força de mim, mas era necessário. Se perder alguns dias para me recuperar significasse salvar milhares, talvez até milhões de vidas, era um preço pequeno a se pagar.

Não é como se eu estivesse oferecendo meu cabelo, afinal.

Olhei para Veerant, que ainda estava com o cenho franzido.

Ele claramente estava tendo dificuldade para aceitar isso.

Mesmo sabendo que o que eu dizia fazia sentido, ele não conseguia aceitar emocionalmente. Seu rosto mostrava tudo: as sobrancelhas franzidas, os lábios apertados e a frustração.

Para um cara tão absurdamente bonito, ele parecia uma criança emburrada.

Fazer alguém tão composto e bonito quanto Veerant fazer uma cara dessas realmente mostrava o quanto a fé nas Santas era profunda nesse país.

Quero dizer, eu sou só um homem de meia-idade, de qualquer jeito que você olhe.

"...Não posso evitar oferecer sangue, mas vou tentar pegar mais leve."

Vou tentar ajustar o alcance da purificação e a quantidade de poder sagrado que coloco nela para não desmaiar de novo... espero.

Ficar fazendo o Veerant me carregar o tempo todo seria vergonhoso, e eu gostaria de pelo menos ter energia suficiente para voltar andando para o meu quarto.

Quando disse isso, sem saber se realmente conseguiria, Veerant finalmente suavizou um pouco a expressão.

Lembrei cuidadosamente das sensações do primeiro ritual enquanto recitava lentamente os versos sagrados.

Da última vez, foquei nas áreas mais danificadas, limpando a imundície de uma forma que reforçava as áreas ao redor. Para purificar completamente, eu teria que ir até lá, mas por agora, pude ver que a escuridão tinha diminuído um pouco.

Isso deve ajudar a reduzir os danos por um tempo.

Focando nas luzes e sombras flutuantes, peguei-as uma a uma e joguei na bacia de água.

Diferente da última vez, quando concentrei em uma área pequena, agora procurei purificar levemente uma área mais ampla.

Antes de partir, preciso limpar o máximo possível do reino para garantir que não restem preocupações.

Depois de terminar de juntar as luzes e sombras na bacia, continuei o ritual, suando enquanto trabalhava.

Adicionei o orvalho da manhã e o saquê sagrado na bacia, mexi com o galho sagrado e então removi as bandagens do meu pulso.

Embora o ferimento já tivesse quase cicatrizado, mexer pareceu fazê-lo sangrar de novo.

Conveniente, pensei, e enquanto segurava minha mão sobre a bacia e entoava o cântico, senti o corte se abrir com um estalo.

—Agora só precisava aguentar.

Enquanto meu sangue e poder sagrado fluíam, cerrei os dentes e aguentei a dor.

Ainda assim, não consegui evitar que alguns gemidos escapassem enquanto o suor escorria pelo meu queixo.

Foi a mesma sensação insuportável de antes, e lutei para me manter consciente até o ritual chegar ao fim.

Aparentemente, isso deixou Veerant muito ansioso.

Os outros dois cavaleiros, que eram grandes crentes na santidade da Santa, não conseguiram me impedir, então Veerant assumiu para si o papel de guarda pessoal—ou cão de guarda, dependendo do ponto de vista.

—Não que eu não apreciasse a preocupação...

Mas mesmo assim, era um pouco demais.

Claro, as Santas anteriores eram frágeis e delicadas, mas eu sou um homem de mais de quarenta anos! Não vou morrer só por perder um pouco de sangue ou desmaiar.

Veerant continuava dizendo que se eu me mexesse muito, poderia reabrir meu ferimento, mas para ser sincero, isso só me pouparia o trabalho de cortar o pulso de novo.

"Se eu não começar a purificar a imundície logo, ela vai se espalhar ainda mais."

"Então, você promete não oferecer seu sangue?"

"Isso é impossível."

Sem oferecer sangue, eu não conseguiria fazer nenhum progresso real, por mais que tentasse.

Eu não queria sentir de novo a sensação de ter sangue e poder sagrado drenados à força de mim, mas era necessário. Se perder alguns dias para me recuperar significasse salvar milhares, talvez até milhões de vidas, era um preço pequeno a se pagar.

Não é como se eu estivesse oferecendo meu cabelo, afinal.

Olhei para Veerant, que ainda estava com o cenho franzido.

Ele claramente estava tendo dificuldade para aceitar isso.

Mesmo sabendo que o que eu dizia fazia sentido, ele não conseguia aceitar emocionalmente. Seu rosto mostrava tudo: as sobrancelhas franzidas, os lábios apertados e a frustração.

Para um cara tão absurdamente bonito, ele parecia uma criança emburrada.

Fazer alguém tão composto e bonito quanto Veerant fazer uma cara dessas realmente mostrava o quanto a fé nas Santas era profunda nesse país.

Quero dizer, eu sou só um homem de meia-idade, de qualquer jeito que você olhe.

"...Não posso evitar oferecer sangue, mas vou tentar pegar mais leve."

Vou tentar ajustar o alcance da purificação e a quantidade de poder sagrado que coloco nela para não desmaiar de novo... espero.

Ficar fazendo o Veerant me carregar o tempo todo seria vergonhoso, e eu gostaria de pelo menos ter energia suficiente para voltar andando para o meu quarto.

Quando disse isso, sem saber se realmente conseguiria, Veerant finalmente suavizou um pouco a expressão.

Lembrei cuidadosamente das sensações do primeiro ritual enquanto recitava lentamente os versos sagrados.

Da última vez, foquei nas áreas mais danificadas, limpando a imundície de uma forma que reforçava as áreas ao redor. Para purificar completamente, eu teria que ir até lá, mas por agora, pude ver que a escuridão tinha diminuído um pouco.

Isso deve ajudar a reduzir os danos por um tempo.

Focando nas luzes e sombras flutuantes, peguei-as uma a uma e joguei na bacia de água.

Diferente da última vez, quando concentrei em uma área pequena, agora procurei purificar levemente uma área mais ampla.

Antes de partir, preciso limpar o máximo possível do reino para garantir que não restem preocupações.

Depois de terminar de juntar as luzes e sombras na bacia, continuei o ritual, suando enquanto trabalhava.

Adicionei o orvalho da manhã e o saquê sagrado na bacia, mexi com o galho sagrado e então removi as bandagens do meu pulso.

Embora o ferimento já tivesse quase cicatrizado, mexer pareceu fazê-lo sangrar de novo.

Conveniente, pensei, e enquanto segurava minha mão sobre a bacia e entoava o cântico, senti o corte se abrir com um estalo.

—Agora só precisava aguentar.

Enquanto meu sangue e poder sagrado fluíam, cerrei os dentes e aguentei a dor.

Ainda assim, não consegui evitar que alguns gemidos escapassem enquanto o suor escorria pelo meu queixo.

Foi a mesma sensação insuportável de antes, e lutei para me manter consciente até o ritual chegar ao fim.


Desta vez, consegui não desmaiar.

Mas meu poder mágico, que estava na casa dos cinco dígitos, foi completamente drenado. Claro, foi, já que converti tudo em poder sagrado e derramei no ritual.

Senti tontura pela perda de sangue, e minha cabeça doía pela exaustão mágica. Mal conseguia ficar em pé, me apoiando na mesa.

Mesmo não tendo desmaiado, minha condição não estava muito melhor do que antes.

Não achei que conseguiria andar.

"...Santo-sama,"

"Estou bem. Desculpe, pode me emprestar um ombro depois que eu descansar um pouco?"

Eu não conseguia me mexer agora, mas depois de descansar um pouco, a tontura provavelmente passaria. Me sentia mal pelo Veerant, mas era melhor do que fazê-lo me carregar.

Esse foi meu raciocínio ao fazer a sugestão, mas a resposta que recebi foi dura.

"Não."

Sua voz fria me surpreendeu, mas quando abri os olhos, minha visão ainda estava muito turva para distinguir sua expressão.

Talvez ele não quisesse me carregar a menos que eu estivesse inconsciente. Quer dizer, eu entendo que ninguém gostaria de ficar tão próximo de um velho como eu.

Se eu fosse uma garota bonita, tudo bem, mas eu entendi.

Suspirei resignado. Se Veerant recusasse, eu só ficaria ali descansando até conseguir andar sozinho.

Quando me preparei para isso, uma sombra caiu sobre minha visão turva.

Era mais escura do que você esperaria de uma nuvem passando, e eu me perguntei o que era. Quando abri mais os olhos, a cena diante de mim ia e vinha do foco, mas uma coisa era clara.

Cabelos dourados, brilhando como trigo maduro ao sol, o cabelo de Veerant.

...Mas por que está tão perto?

"Aceitarei qualquer punição depois."

"Hã? Es-pe-ra...!"

Antes que eu pudesse terminar meu protesto, senti uma mão no meu ombro e outra atrás dos meus joelhos, e de repente fui levantado no ar.

Foi a primeira vez que senti essa estranha leveza e o calor de outra pessoa pressionado contra meu lado esquerdo. A visão turva diante de mim ainda era preenchida por aquele mesmo tom dourado.

—I-isso é...

Pode ser? Não, definitivamente é. Isso é o que chamam de "princesa real", não é?

Lembro de ver noivos levantando suas noivas assim nos casamentos da vila. É um pouco embaraçoso para os homens, mas para as mulheres, dizem que é uma experiência alegre.

Já parabenizei muitos casais que pareciam felizes e tímidos assim... mas nunca pensei que eu mesmo passaria por isso nessa idade.

E certamente não sendo o carregado!

Chocado demais para falar, Veerant me levou direto para o meu quarto sem demora.

Ouvi Dirk e Kahim correndo quando ouviram os passos, mas não tinha como eu abrir os olhos e encarar eles nesse estado.

Eu não tinha coragem de conversar normalmente depois de ser carregado assim.

Enquanto fingia estar inconsciente, Veerant instruiu os outros a limparem a Sala Branca e chamarem um médico, então cuidadosamente me colocou na cama.

Ele tirou meus sapatos, afrouxou minha gola e até tirou meu cinto antes de puxar o cobertor sobre mim.

Ele limpou meu rosto e mãos com um pano úmido, limpou levemente a área ao redor do ferimento e segurou meu braço para estancar o sangue enquanto esperava o médico.

Olhando para ele, nunca imaginaria que alguém com uma aparência tão brilhante e bonita fosse tão cuidadoso.

Eu estava sendo tratado como um paciente, e tudo que pude fazer foi continuar fingindo estar inconsciente.

Mas tinha uma coisa que realmente me incomodava.

...Sou só eu, ou ele é bom demais nisso?


Naughty Cupid - Capítulo 02.2

Capítulo 02.2

O monitor brilhou quando o botão de ligar foi pressionado para começar a funcionar. O jovem dono olhou para o que apareceu quando a internet conectou. Dezenas de e-mails se alinharam na caixa de entrada, alguns vindos do mesmo lugar, outros de lugares diferentes. Todos começaram a chegar desde o mês passado até ontem, e quando ele estava prestes a clicar na mensagem mais antiga, apareceu uma notificação de nova mensagem.

"Mas o que é isso tudo...?"

O rapaz pensou consigo mesmo antes de abrir a primeira mensagem e ir recusando os trabalhos um por um. No fim, só aceitou 5 de 13 convites, porque alguns chegaram tarde demais.

Depois de resolver os e-mails, ele foi para as mensagens do celular. Respondeu dizendo que, no momento, não tinha tempo livre, então pediu para adiar a aceitação de novos trabalhos por mais um tempo.

"Será que mentir assim é bom?" Uma vozinha veio de trás dele. O jovem se virou e viu aquela coisa que estava em seu quarto há cerca de um mês. A dona da voz tinha o corpo de um menino de jardim de infância, mas era pequena como um bebê, voando perto do dono do quarto. Sim, aquela coisa podia voar com as asinhas brancas nas costas, que pareciam não combinar com o tamanho do corpo.

"Isso é problema meu," respondeu o dono do quarto, voltando os olhos para o celular e enviando a última mensagem antes de jogá-lo na cama sem pensar.



“Coloque na mesa,” ele respondeu sem olhar. O que foi trazido era mais um motivo para ele ter que sair de casa: as contas de serviços, que ele não podia evitar porque eram essenciais para a vida. Mas, ultimamente... será que não seria melhor deixar a internet ser cortada? De qualquer forma, ele mal usava mesmo. A internet lenta só fazia ele se preocupar com coisas vindas do mundo lá fora, que agora ele não queria mais.

O miojo, cozido até quase desmanchar, foi colocado na tigela de cerâmica junto com o caldo quente e mais alguns ingredientes. Ele levou até a mesinha baixa e deixou lá, sem comer imediatamente.

“Comendo isso de novo?” A criança alada olhou para o miojo e se jogou no chão rolando.

“Quando você vai parar de se meter na minha vida?”

“Eu já te disse tantas vezes, né? Eu só estou aqui porque você me trouxe, então não posso ir embora — e ninguém além de você pode me ver.” O pequeno virou de bruços, apoiando o queixo nas mãos e balançando as pernas. “Se você não me quiser mais, aí sim eu posso ir embora.”

“Nunca disse que queria você aqui. E estou tentando te mandar embora agora,” o rapaz revirou os olhos e pegou a conta para olhar.

O nome no envelope era dele mesmo. Quando teve certeza de que a carta estava no lugar certo, ele a deixou em um ponto visível para não esquecer.

“O que é necessário não tem a ver com querer ou não querer. É uma necessidade ter a minha presença aqui,” disse a criança com jeito de adulto, voando até a mesa. “Na verdade, não é que você não me queira, é a minha aparência que te incomoda, né?”

Natee olhou para a criança, depois voltou para o miojo sem dizer nada.

“Porque eu pareço com... Rati.”

“Na verdade, eu sou ele. Você não acredita?”

O rapaz olhou para aquela coisa que dizia ser alguém do seu passado. O rosto, o jeito de falar, a voz... tudo era igual ao que ele lembrava. Exceto que... aquela pessoa não estava mais viva, e da última vez que se viram, Rati não era uma criança pequena assim.

“Você é só imaginação.”

“Cabeça-dura!” resmungou o pequeno que dizia se chamar Rati, cruzando os braços com cara emburrada. Parecia que ele teria que fazer alguma coisa a respeito.

Pharanyu puxou a cadeira da mesa e se jogou nela. Na sua frente estava o monitor do computador do quarto. O rapaz abriu o navegador e digitou o nome de uma pessoa no buscador que já conhecia. O resultado foi bem decepcionante: o nome dessa pessoa não trouxe nenhum desenho, só informações genéricas que podiam ser divulgadas, e a maioria nem tinha o mesmo sobrenome que ele procurava. Parecia que essa pessoa não trabalhava mais com arte, ou talvez tivesse mudado de nome.

Ele tentou de novo, digitando em inglês, mesmo sem saber se estava certo. Vários links apareceram, todos relacionados a arte e ilustração. Pharanyu sorriu feliz estava mais perto da verdade, porque um desses sites tinha um e-mail de contato. Mesmo sem saber se era realmente a pessoa que procurava, já que não conhecia o apelido do outro, resolveu arriscar.

Pharanyu engoliu em seco antes de decidir tentar. Se não fosse, provavelmente receberia uma resposta negativa. Mas… e se não fosse, o que faria depois? Fora isso, ele não tinha mais nenhuma pista, já que dados pessoais normalmente são protegidos por lei, então é difícil encontrar algo em buscadores a não ser que a própria pessoa tenha postado em algum lugar público. Ou seja, além desse e-mail, ele não tinha mais nada, nem telefone fixo.

Será que deveria tentar pesquisar só pelo sobrenome? Talvez encontrasse a família, mas isso não garantiria que eram só os pais ou irmãos da pessoa podia acabar achando parentes distantes que nem conhecia, e isso poderia fazer ele parecer um stalker.

Enquanto pensava em alternativas, suas mãos terminaram de digitar o e-mail de apresentação. Ele enviou para o dono do e-mail, explicando o motivo do contato, esperando uma resposta. O rapaz recostou na cadeira e apoiou os braços atrás da cabeça.

“Jantar está pronto~”

“Uau!”

Crash!

Pinnalai fechou os olhos ao ver o irmão se assustar tanto com o chamado que caiu da cadeira. As rodinhas giraram um tempo antes de parar, e ele ficou estatelado no chão de um jeito nada bonito. A garota suspirou e olhou para o monitor do computador, que ainda mostrava a janela do e-mail enviado. Não parecia nada suspeito ou que precisasse ser escondido, então por que o irmão ficou tão assustado ao ser chamado de repente?

“Você estava mandando filme proibido pros amigos, é?” Pinnalai perguntou, sorrindo com malícia.

“Tá maluca? Nem tenho esse tipo de coisa no computador!” Pharanyu se levantou, esfregando as costas doloridas.



“Então bate na porta antes de entrar! Se você abrir e eu estiver pelado, vai acabar pegando terçol!” disse o rapaz, levantando-se e colocando a cadeira de volta no lugar. O e-mail já tinha sido enviado, mas ainda não havia resposta, então Pharanyu fechou o navegador, pensando que talvez tivesse que esperar um pouco. Mesmo assim, ele estava ansioso por dentro. Se pudesse, gostaria de viajar pelo sinal da internet até o destino daquele e-mail, mas infelizmente isso está muito além das capacidades humanas.

“Vamos comer, senão a mamãe vai reclamar,” disse Pinnalai, puxando o irmão para fora do quarto ao ver que ele parecia apegado demais ao computador. Se fosse um mundo de fantasia, ela pensaria que o irmão estava sendo sugado por uma garota cibernética.

Os dois desceram para a sala de jantar. Assim que Pharanyu colocou a primeira colher de arroz na boca, percebeu que a mãe estava de bom humor, e todos pareciam felizes com o jantar.

“Venha aqui um instante,” depois do jantar, Gurit chamou Pharanyu para o escritório. Embora estivesse curioso, ele seguiu o pai sem perguntar nada. Raramente Pharanyu entrava naquele cômodo, já que normalmente era a mãe quem limpava lá e ele nunca tinha nada pra fazer ali.

O pai pegou uma pasta grande, colocou sobre a mesa e empurrou para o filho.

Pharanyu olhou desconfiado antes de se sentar do outro lado da mesa e abrir a pasta, enquanto o pai parecia um pouco animado.

Dentro havia folhas brancas tamanho A4 guardadas em plásticos. Nos papéis, rabiscos de lápis meio bagunçados, mas dava pra ver que o dono tentou desenhar pessoas, casas e o sol.

Isso é...

O olhar de Pharanyu foi para o canto do desenho, onde havia uma data escrita de caneta preta — mais de 20 anos atrás.

Ele continuou folheando. Ainda eram desenhos, parecidos com o primeiro, com datas de poucos dias depois. Conforme virava as páginas, os desenhos iam mudando aos poucos: paisagens simples, árvores, casas, sol e poucas pessoas, mas mostrando evolução com o tempo. Pharanyu sorriu para si mesmo vendo aquelas imagens passarem. Ele mal se lembrava disso, nem sabia como tinham surgido, mas todos foram feitos por ele... quando era criança.

A maioria das crianças se empolga em desenhar alguma coisa, mas logo abandona e começa algo novo. Só alguns desenhos são feitos com mais carinho e mostrados aos pais para ganhar elogios.

Mas aqui... era praticamente tudo, tanto os rabiscos feitos de qualquer jeito quanto os que ele fez com mais cuidado para alguém ver. O pai deve ter guardado tudo, pois a letra das datas era dele, sem dúvida.

Pharanyu levantou o olhar e viu Gurit encarando-o de volta.


Call My Name – Capítulo 04:

Capítulo 04: Segredo


"Olá, Colton."

"Olá." Eu respondi ao cumprimento de Christian e dei um tapinha em seu ombro. Depois fui sentar na mesa de jantar, onde havia três pratos de panqueca. Claro, um deles era meu. "Por que você quis se encontrar comigo? Tem algum assunto de negócios que quer discutir comigo?"

Christian não respondeu de imediato, me encarou por um momento antes de se virar para olhar seu parceiro, que chegou com um galão grande de leite. Jayden levantou as sobrancelhas quando me viu, e eu apenas assenti como um cumprimento enquanto continuava comendo.

"Olá, Sr. Colton."

Eu devorei uma panqueca deliciosa, depois peguei um copo de água antes de falar. "Então, qual é o assunto de vocês comigo?"

"Christian ainda não te contou?"

O jovem de olhos azuis levantou as sobrancelhas, olhou para seu parceiro e balançou a cabeça.

"Conversem vocês. Como sou um estranho nisso, vou sair. Acho que esqueci de comprar algumas coisas."

"Ok."

O casal se beijou na minha frente, então Jayden sorriu para mim e sumiu, me deixando sozinho com o irmão gêmeo de seu parceiro, que é o irmão da minha alma gêmea.

O olhar de Christian me dizia que ele queria me contar algo importante. Mas mesmo assim, peguei outra panqueca e comi tranquilamente.

"Ok, o que você quer conversar comigo?"

"Ouvi dizer que você esteve com minha irmã ontem e anteontem."

"Sério?"

Outra pessoa suspirou como se estivesse sobrecarregada com alguma coisa.

"Você sabe para onde ele foi ontem?"

"Ontem? Hm..." Eu tentei lembrar como encontrei Castiel. Aquele dia foi uma simples coincidência.

"Eu o encontrei em um café. Fui tomar um café e ele estava lá, e o surpreendente é que ele também não levou o carro."

"Isso não é estranho."

"Ah..." Parece que as coisas começaram a ficar interessantes. Naquele dia, só fui tomar um café e acabei encontrando ele. Mas ele realmente parecia um pouco diferente e eu também senti algo estranho vindo dele. "Você sabe o que ele estava fazendo lá?"

"Hmm..." Christian assentiu, tirou as mãos e se apoiou na mesa da cozinha. Seus olhos cinzentos e afiados me lembraram da pessoa com quem acabei de passar a noite — os olhos da minha alma gêmea, tão teimosos.

"Ele foi ver um psiquiatra."

Meu corpo congelou no lugar. Olhei para o homem que acabara de falar, "O que você disse? Está falando sério?"

"É verdade." Christian suspirou e acrescentou. "Já faz tempo que sei que meu irmão idiota vai ao psiquiatra, mas não sei o motivo. Castiel também parece não querer me contar. Se eu não tivesse visto ele saindo da clínica por acaso, eu nem saberia."

"Sério?" Tentei lembrar e percebi que realmente havia uma clínica psiquiátrica por ali.

Eu disse imediatamente: "Preciso ir agora." Depois saí de casa e encontrei Jayden, que estava carregando as compras, e disse: "Estou indo."

"Você vai?"

"Sim." Depois de me despedir casualmente, voltei para o carro.

Fiquei surpreso que o irmão do Castiel me contou que ele tinha algo importante para falar, mas nunca imaginei que seria algo assim.

"Droga! O que ele está fazendo, por que ele precisa ir ao psiquiatra? Será que ele está sofrendo efeitos colaterais do que aconteceu alguns meses atrás?"

porque eu não sabia que minha alma gêmea, que é teimosa, estava passando por problemas e consultando um psiquiatra.

Depois de pensar bem, a situação do Castiel agora certamente é resultado do passado. Esse fato com certeza afeta seus pensamentos, mas eu nem quero pensar nisso.

Então, eu virei o volante e segui em uma direção certa. Se hoje fosse um dia comum da semana, talvez eu tivesse que ir a muitos lugares só para procurar o Castiel. Mas hoje é feriado e, sabendo que minha alma gêmea não gosta de barulho, estou certo de que o único lugar onde posso encontrá-lo é na própria casa dele.

Vinte minutos depois, estacionei meu carro em frente ao grande portão da mansão. Toquei a campainha e, em pouco tempo, alguém veio abrir a porta para mim. Não era minha primeira visita, então os funcionários já estavam acostumados com meu rosto, e pude ir direto para o quarto do Castiel sem precisar sentar e esperar alguém descer.

Abri a porta sem pensar em bater e encontrei o dono do quarto bêbado ao lado da cama. Havia uma garrafa de conhaque cara em algum lugar, e até metade da garrafa ainda estava na mão do Castiel.

"Ei." Cumprimentei e sentei ao lado dele, então peguei a garrafa que ele segurava em uma das mãos para jogar fora.

O bêbado olhou para mim com raiva e apertou os olhos, franzindo a testa.

"Você é o Colton?"

"Sim, sou eu."

"O que você está fazendo?"

"Vendo um homem bêbado caído no chão." Suspirei.

Pela condição do Castiel, tenho certeza de que ele não dormiu a noite toda. "Por que você bebeu tanto? Você dormiu ontem à noite?"

"Não, eu não quero dormir." Castiel deitou no chão e falou de novo. "Se eu dormir, vou ter pesadelos de novo e eu não quero."

"Pesadelos? Que pesadelos?" Perguntei, mas Castiel não respondeu. Ele apenas ficou deitado com os olhos fechados, murmurando algo que eu não consegui entender.

Outra pessoa suspirou como se estivesse sobrecarregada com alguma coisa.

"Você sabe para onde ele foi ontem?"

"Ontem? Hm..." Tentei lembrar como encontrei Castiel. Aquele dia foi uma simples coincidência.

"Eu o encontrei em um café. Fui tomar um café e ele estava lá, e o surpreendente é que ele também não levou o carro."

"Isso não é estranho."

"Ah..." Parece que as coisas começaram a ficar interessantes. Naquele dia, só fui tomar um café e acabei encontrando ele. Mas ele realmente parecia um pouco diferente e eu também senti algo estranho vindo dele. "Você sabe o que ele estava fazendo lá?"

"Hmm..." Christian assentiu, cruzou os braços e se apoiou na mesa da cozinha. Seus olhos cinzentos e afiados me lembraram da pessoa com quem acabei de passar a noite — os olhos da minha alma gêmea, tão teimosos.

"Ele foi ver um psiquiatra."

Meu corpo congelou no lugar. Olhei para o homem que acabara de falar, "O que você disse? Está falando sério?"

"É verdade." Christian suspirou e acrescentou. "Já faz tempo que sei que meu irmão idiota vai ao psiquiatra, mas não sei o motivo. Castiel também parece não querer me contar. Se eu não tivesse visto ele saindo da clínica por acaso, eu nem saberia."

"Sério?" Tentei lembrar e percebi que realmente havia uma clínica psiquiátrica por ali.

Eu disse imediatamente: "Preciso ir agora." Depois saí de casa e encontrei Jayden, que estava carregando as compras, e disse: "Estou indo."

"Você vai?"

"Sim." Depois de me despedir casualmente, voltei para o carro.

Fiquei surpreso que o irmão do Castiel me contou que ele tinha algo importante para falar, mas nunca imaginei que seria algo assim.

"Droga! O que ele está fazendo, por que ele precisa ir ao psiquiatra? Será que ele está sofrendo efeitos colaterais do que aconteceu alguns meses atrás?"

"Castiel, querido, diga-me."

"Hã?"

"Diga-me, querido." Sussurrei suavemente enquanto acariciava o lado do rosto e a linha do maxilar dele com meu polegar. "O que você viu no seu sonho?"

A pessoa que perguntei não respondeu de imediato, mas fechou os olhos, então segurei seu rosto para que ele pudesse olhar nos meus olhos. Então beijei novamente os lábios do meu teimoso amor, repetindo devagar a mesma pergunta de antes, tentando fazê-lo me contar o que estava acontecendo.

Não obtive uma resposta rápida de Castiel, mas depois de um tempo ele começou a falar.

"No sonho, eu me via caindo de um prédio. Mas naquele momento, uma mão segurou meu braço, mas eu não consegui ver o rosto claramente. Eu não sei quem era."

Meu coração se partiu ao ouvir essas palavras.

"Eu já sonho com isso há anos."

Enxuguei uma lágrima que virou um rio de lágrimas no rosto bonito do meu amor. Tentei me manter calmo para não entrar em pânico, mesmo com meu próprio coração batendo forte, quase querendo sair do meu peito.

"Então você foi ver um psiquiatra?"

"Você sabia?" Castiel abriu um pouco os olhos, surpreso.

"Hum, seu irmão me contou."

A expressão dele mudou para raiva e ele gritou: "Chris, seu desgraçado."

"Ei, não fique bravo com ele." O Sr. Campbell ficou bravo.

"Eu não quero que os outros saibam, senão vão vir e sentir pena de mim."

"Ninguém sente pena de você, Castiel. Todos estão preocupados com você."

O ouvinte não respondeu. Ele ficou em silêncio de novo. Então levantei seu rosto para beijá-lo. Dessa vez, Cas aceitou meu beijo novamente, não me empurrando com nojo como normalmente fazia.

"Você se sente melhor?" Eu perguntei e Castiel ainda estava com os olhos fechados.

Sem resposta. Mas então ele se moveu em minha direção, segurando meu braço então ele ajoelhou -se. Nessa posição, suas mãos se moveram para acariciar a minha que era igualmente ativa.

Alguns minutos antes.

Uma voz baixa e ruim, "eu farei isso por você".

Eu respirei fundo e depois assisti a cada ação da minha alma gêmea
cabeça. Dai beijou meu estômago e desceu pouco a pouco até o rosto dele
Queimou onde a tinta preta está piscando.

Sr. Campbell, que é arrogante, chupa a pele do meu pau, como se estivesse brincando antes de me agarrar rapidamente e brincar com meus membros novamente.

Castiel agiu como eu antes. Ele brincou com a ponta da língua dele quando ele foi em direção à minha e lá ele concentrou seus negócios, para me fazer sentir tão empolgado que ele mal conseguia recusar.

Eu quero tirar o meu dos lábios dele e colocá -lo profundamente em seu corpo.

Então bateu nele com tanta força que ele não conseguiu respirar e teve que implorar compaixão por mim.

Eu tenho que tentar muito me abster de fazer isso, porque se eu fazendo isso, não há garantia de que vou sair deste banheiro vivo, porque provavelmente Castiel definitivamente tentará me matar.

"Hmm ... Cass."

Meu coração parecia síncrono com a respiração. A força da tração faz
Minha cintura se move por um tempo.

Castiel é muito bom em fazer amor com a boca, que algo que eu nunca disse a ele, ele é o único que me fez
Perdeu o controle quando ele fez isso.
Se um dia eu consegui alcançar o buraco, como será bom?

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