[continuação]
“Doutor, temos uma emergência!” A voz clara de Chlotorn interrompeu a conversa. Ambos pararam imediatamente e se viraram para a porta da emergência, como se tivessem combinado.
“O que aconteceu?” Pavass perguntou.
“Houve um acidente: um carro de passeio bateu em uma caminhonete”, Chlotorn relatou rapidamente. “Há dez feridos. O Sr. Pawat disse que enviará cinco para nosso hospital.”
“Entendido.”
“Puinn,” Vithaya cutucou, “acabei de chegar e nem sei dos casos que estão na sala. Que tal você e os residentes cuidarem dos casos desde a noite? Eu assumo os novos… Depois, venha me ajudar.”
“Sem problema.” Pavass rapidamente começou a coordenar os residentes, enquanto Vithaya correu para a frente da emergência, com estudantes de medicina empurrando os equipamentos de suporte à vida atrás dele.
Pouco depois, a sirene familiar soou novamente, mas nada se comparava à voz do jovem médico que gritava instruções freneticamente, competindo contra o tempo. A situação do lado de fora parecia crítica demais para um só médico, mas os pacientes dentro não podiam ser ignorados. Pavass examinou todos, liberou os que podiam ir para casa e correu para ajudar mais.
“Como estão as coisas, Jiew?”
“Bem que você veio,” Vithaya suspirou de alívio. “Todos os casos são graves: hemorragia cerebral, fraturas faciais… Já coloquei um tubo e encaminhei para cirurgia. Outro está perdendo sangue e com pressão baixa, estamos administrando fluidos e sangue. Acho que os novatos podem cuidar do restante, são apenas fraturas e escoriações… Mas o próximo lote… Pawat disse que está crítico.”
“Vocês disseram cinco, mas ainda não chegaram todos?”
“Acaba de ocorrer outro acidente no cruzamento de Lat Phrao,” disse Vithaya, com a voz tensa. “Um ônibus bateu em um caminhão, há pelo menos dez feridos, um será enviado para nós.”
“Ok, eu assumo.”
“É melhor assim.” O jovem de rosto fino sorriu com malícia e bateu no ombro dele: “Uma criança de doze anos com parada cardíaca há cinco minutos… Vai precisar de você.”
Os residentes e estudantes concordaram rapidamente. Não se tratava apenas de habilidade — qualquer um treinado em BLS poderia fazer massagem cardíaca. Mas Pavass era diferente. Desde a primeira vez que fez ressuscitação, todos os pacientes sob seus cuidados sobreviveram. Por isso, ganharam o apelido de “God Hand” a mão de Deus do ER.
Antes que pudesse reagir à nova sirene, Pavass congelou. Não era apenas o corpo ensanguentado e imóvel da menina era o jovem que dedicava sua vida a salvar outros. Seus olhos determinados, mãos fortes pressionadas sobre o peito pequeno da menina, quase transferindo vida para ela. Mesmo após quase vinte minutos de massagem cardíaca extenuante, o jovem de macacão preto com faixa laranja não desistia. Pavass não podia acreditar no que via alguém tão jovem, que deveria estar brincando ou namorando, dedicava-se a salvar vidas por quase nada.
De repente, uma memória de seis anos atrás invadiu sua mente: uma noite de tempestade, um carro esmagado contra um poste, um menino ensanguentado…
“Doutor Puinn!”
A voz de Pawat o tirou do transe.
“Prepare para intubação!” Pavass engasgou, atônito. Cada célula de seu corpo estava focada no jovem à sua frente.
“Adrenalina 1 ampola, a cada 3 minutos,” Vithaya ajudou a organizar. “E monitorem o ECG, Milk.”
“Que tamanho de tubo, doutor?” perguntou um residente.
“Você é médico ou não?” Pavass respondeu, recuperando o foco.
“Sim…”
“Então, não pergunte a mim. Avalie e aja, o paciente espera.”
“Está tudo bem?” Vithaya sussurrou, percebendo que Pavass parecia distante.
Ele sacudiu a cabeça para expulsar a memória. “Tudo certo… Vá assumir seu turno, ele precisa de você.”
“Ok.” Vithaya saiu, e Pawat começou a ressuscitar a criança. Pawat segurou a mão dela firmemente: “Não desista! Vamos lutar juntos.”
“Um… dois… trinta!” Pavass levantou, respirou fundo. Contou os cinco segundos finais e rezou…
“Pulso!” gritou a enfermeira. Todos comemoraram. Normalmente, após 10 minutos de parada cardíaca, as chances de sobrevivência caem a zero, mas ele conseguiu salvar a vida novamente.
Pavass caiu da cama, exausto, quando uma figura o abraçou de repente. Pawat sentiu o calor inesperado, mas antes que pudesse reagir, a mão dele se afastou. O jovem de macacão se desculpou e foi embora. Pavass apenas sorriu, divertido, e voltou ao trabalho.
Mesmo com os contratempos, a noite terminou sem mortes. A luz da manhã iluminou a sala de emergência, trazendo esperança. Pavass despediu os pacientes e viu o jovem de macacão dormindo exausto. Ele comprou duas bebidas de soja, uma extra doce, e sentou ao lado do jovem adormecido, balançando levemente a bebida perto de seu rosto.
“Ei!”
O jovem acordou surpreso. Riram juntos, conversaram sobre o trabalho exaustivo, e Pavass elogiou suas habilidades. O jovem, tímido, agradeceu sinceramente: “Obrigado por salvar aquela criança.”
Pavass desviou o olhar, envergonhado. Ele não sabia o que era aquele sentimento, mas fazia seu coração bater mais rápido.
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