20 de out. de 2025

Sotus - Capítulo 17

Capítulo 17

Regra número dezessete para o estudante do primeiro ano:

“A atitude de um integrante do trote não é sua verdadeira natureza.”



Eram tempos difíceis para os estudantes do primeiro ano.
Naqueles dias, só havia um evento importante na mente dos alunos de engenharia, um inimigo difícil de vencer cujo nome era: os exames finais do semestre.
E o pior era que faltava apenas uma semana para esse grande evento.

Para os novatos, parecia que o semestre mal havia começado as lembranças do trote ainda estavam frescas, embora já tivessem participado da reunião de despedida, onde foram reconhecidos por seu esforço ao conquistar a bandeira da faculdade algo que, claro, os enchia de orgulho.
Por isso, naquele momento, o que mais queriam era relaxar e se divertir um pouco.

Mas ser estudante não era uma tarefa fácil, e a realidade não demorou a golpeá-los duramente.

Para alguns, aquilo não podia sequer ser chamado de vida estudantil, pois o estresse fazia com que a faculdade de engenharia parecesse o próprio inferno.
Os veteranos sabiam que precisavam ter mais empatia com os calouros afinal, compreendiam bem que os exames universitários não eram nada parecidos com os da escola.
Um desafio de verdade.

E se não atingissem a pontuação mínima nas provas... os números não mentiam nem mesmo o professor poderia ajudá-los.
Sem mencionar que correriam o risco de reprovar em uma matéria importante, o que afetaria todo o plano de estudos, obrigando-os a cursar novamente a disciplina com alunos mais novos algo que, sem dúvida, feria o orgulho de qualquer engenheiro.
Alguns estudantes do quarto ano ainda não haviam se formado por causa disso.

Os chamados recursistas aqueles que repetiam matérias de anos anteriores continuavam presos à universidade enquanto seus colegas de turma já haviam se formado.
O maior responsável por isso? O temido exame de Cálculo I, no qual a maioria dos estudantes de engenharia obtinha uma nota insatisfatória.
E o pior era que esse terrível inimigo era uma matéria de primeiro ano.

Os professores de Cálculo, em especial, eram conhecidos por sua severidade.
Os alunos que conseguiam passar raramente atribuíam o feito a seus próprios conhecimentos aquilo só podia ser graça divina.
A meta era apenas aprovar; conseguir uma nota excelente era um verdadeiro milagre.

Por isso, muitos estudantes foram aos templos rezar, pedindo ajuda aos espíritos para passar nos exames.
Ainda assim, no fundo, sabiam que só podiam contar com seus próprios esforços e talvez com a ajuda dos veteranos, que já haviam sobrevivido à mesma provação.

Não importava o quão bom fosse o professor a análise matemática era capaz de causar enxaqueca em qualquer um, novato ou não.
Portanto, ninguém podia se culpar se estudar fosse uma tarefa difícil.

Em estava sentado ao lado de Kongpob, resolvendo a derivada de uma função. A tábua com as fórmulas básicas estava ao seu lado.
Era um exercício simples, resolvido pela regra da cadeia.
Ele olhou para a folha de Kongpob e, sentindo inveja, gemeu antes de soltar um longo suspiro.

— Disseram que o exame de admissão era o mais difícil! E olha isso! Já tentei dez exercícios e nada dá certo... Quero voltar pra escola primária! — lamentou.

— Calma, tenha um pouco de paciência. Depois das provas, vamos viajar disse o veterano designado como tutor, tentando animar o grupo de calouros.

A última frase fez todos franzirem o cenho.

— Viajar? Pra onde? — perguntaram.

— Vocês ainda não sabem? Depois dos exames, os veteranos levam os alunos do primeiro ano para um passeio de integração com a natureza.

Ao ouvir aquilo, Kongpob se distraiu, esquecendo o cálculo por um momento.
A viagem escolar com os veteranos era uma tradição da faculdade de engenharia, realizada todos os anos. Participavam estudantes de todos os anos e até alguns professores que supervisionavam a segurança.
E, claro, aquele evento não tinha nada de assustador como as reuniões obrigatórias de trote.

— Sabe pra onde vamos? — perguntou Kongpob.

O tutor balançou a cabeça.

— Não sei o lugar exato, mas um dos professores comentou que seria perto do mar. Uma praia, talvez.

A praia mais próxima da universidade era Rayong, mas também havia Hua Hin e Cha-am.
Kongpob não se importava qualquer uma seria perfeita. Fazia tempo que não sentia a areia nos pés nem se banhava no mar.
A ideia de uma festa na praia era tentadora.

Foi então interrompido pela voz de Em:

— Tem certeza de que os veteranos realmente vão nos levar pra viajar? Eles ainda não entregaram os engrenagens, então eu duvido...

De fato, mesmo já sendo oficialmente alunos do Departamento Industrial, os veteranos ainda não haviam dado aos novatos o símbolo do curso: os engrenagens.
Eles suspeitavam que haveria uma prova-surpresa para conquistá-los e, lembrando do teste anterior, preferiam nem imaginar a dificuldade.

Como se tivessem sido invocados pelos pensamentos, os veteranos responsáveis pelo trote apareceram no corredor principal.
Para azar dos novatos, vieram direto em direção à sua mesa.

Algumas alunas mais velhas soltaram gritinhos animados ao vê-los os rapazes tinham acabado de sair do ginásio, provavelmente de um treino noturno.
Por educação, os calouros se levantaram e inclinaram a cabeça em saudação.

Arthit, o líder dos novatados, estava entre eles.
Mas, em vez de responder com cortesia, ele ignorou o cumprimento e se dirigiu diretamente ao tutor sentado na mesa.

— Tim, o que está fazendo?

— Dando aula de reforço em cálculo — respondeu Tim, hesitante. — Já que está aqui, Arthit... sabe o que vai cair na prova de Cálculo I?

Tim tentou arrancar uma dica solidária, mas, como esperado, o líder das novatadas apenas fez uma careta entediada.

— Já faz dois anos... Como eu vou saber? — resmungou. — Só lembro que, na minha turma, apenas cinco passaram. Mais da metade teve que repetir.

A típica frieza de Arthit os deixou intimidados.
E, como se não bastasse, Knot decidiu entrar na conversa:

— Lembro que o tempo estava acabando e eu não sabia o que fazer, então escrevi umas preces no verso da folha... e passei!

Os veteranos explodiram em risadas. Os novatos, sem saber se acreditavam ou não, riram por educação.

Outro veterano se adiantou:

— Isso não é nada! Eu não sabia responder nada, então desenhei um retrato da professora — ficou ótimo, bem detalhado! Achei que, por ela lembrar de mim estudando, eu ia me dar bem.

— E deu certo? — perguntou Arthit, levantando a sobrancelha.

— Claro que não! — respondeu o outro, indignado. — A vida é injusta!

As risadas aumentaram.
Arthit apoiou-se na mesa e, com voz firme, concluiu:

— Continuem estudando. Se não passarem, sempre podem repetir no próximo ano.

— Arthit! Por que é tão duro com os calouros? Deseje boa sorte a eles! — reclamou o tutor.

— Tá bom! — disse ele, contrariado.

Um veterano de feições chinesas juntou as mãos como se fosse rezar:

— Escutem atentamente!

— Isso é uma bênção ou uma maldição? — ironizou Arthit, cruzando os braços.

— Senhor perfeitinho, então é sua vez! Diga algo bom!

Com relutância, Arthit deu um passo atrás, cruzou os braços e disse em tom grave:

— Se falharem nesse exame insignificante, então não têm nenhuma habilidade para a engenharia. E se não servem pra essa faculdade, significa que não têm futuro!

Os rostos dos calouros empalideceram.
Mas Arthit não havia terminado:

— Ninguém vai querer contratá-los. As mulheres vão rejeitá-los. Vão acabar bêbados, sem dinheiro, dormindo na rua... pedindo empréstimos até afundarem em dívidas. E, no fim, vão comer uma vez por dia se ainda tiverem amigos!

Houve um silêncio constrangido.
Então, um dos veteranos riu e perguntou:

— Espera, Arthit... você tá insinuando alguma coisa?

As gargalhadas voltaram.
E, finalmente, Arthit suavizou o olhar:

— Não se preocupem. As perguntas não são tão complicadas. Vocês conseguem. Eu acredito em vocês.

Pela primeira vez, ele havia falado com sinceridade.
Os rostos dos novatos se iluminaram. Até Kongpob ficou encantado aquele breve sorriso deu a Arthit uma beleza serena, algo inexplicável.

Quando o grupo de veteranos se afastou em direção à cafeteria, os calouros começaram a comentar:

— Hoje vimos a verdadeira face dos veteranos!
— Sim! Depois que o trote acabou, até ficaram simpáticos!
— E você, Kongpob, o que acha? — perguntou Em.

— Acho que sim... — respondeu o rapaz, com o olhar ainda fixo na silhueta de Arthit desaparecendo pelo corredor.

As meninas cochichavam:

— Viram ele sorrindo? Foi tão fofo!
— Fofo? Ele é meio maluco!
— Sim, mas isso não o torna menos interessante. Quando ele olha com aquele olhar frio... é irresistível!

— Chega de papo! — interrompeu o tutor. — Página vinte e dois, definição de derivada!

O grupo se calou e voltou aos livros.
Mas Kongpob mal conseguia se concentrar os números pareciam dançar na folha. Talvez por serem difíceis... ou por outra razão que ele não queria admitir.

A aula terminou por volta das oito da noite.
Kongpob se despediu, pegou sua moto e foi ao dormitório.
Antes de subir, decidiu comprar algo pra comer.
Optou por ir ao 7-Eleven da rua queria um café e arroz instantâneo.

Ao entrar, viu alguém diante da máquina de bebidas.
Era ele. Arthit.

Sem resistir ao impulso, Kongpob se aproximou:

— Não vai pegar leite rosa hoje, P’Arthit?

O veterano quase derramou o chá de tanta surpresa. Sua expressão irritada apareceu logo em seguida, mas ele respondeu com firmeza:

— A loja está fechada.

Kongpob assentiu e, após uma pausa, perguntou:

— Mais alguém sabe que você gosta de leite rosa?

Arthit franziu o cenho e apertou o copo.

— Por que tanta curiosidade? Vai sair espalhando por aí?

— Não, claro que não. Só queria saber... então ninguém sabe que você ama leite rosa?

— Claro que não! — gritou ele, indignado.

Mas antes que pudesse se recompor, Kongpob soltou outra pergunta:

— Alguém sabe que você se escondeu atrás das arquibancadas pra chorar?

O rosto de Arthit corou de raiva e vergonha.

— Ninguém sabe! E nem pense em contar!

— Alguém sabe que seu apelido é Oon?

Arthit cerrou os dentes.

— Kongpob, se for por aí contando coisas que me envergonhem, você vai se arrepender!

O tom alto chamou a atenção de todos na loja.
Mas Kongpob manteve a calma:

— Não vou contar a ninguém.

Arthit o ignorou e foi direto ao caixa.
Kongpob o seguiu, arrependido de ter sido tão curioso.

— P’Arthit, eu...

— Quando é sua prova de cálculo? — interrompeu o veterano.

— Quarta-feira — respondeu Kongpob.

Houve um silêncio breve, e então Arthit falou:

— O professor costuma colocar várias questões de derivadas compostas.
Estude esse tema.

Sem ironia. Sem ameaças. Apenas um conselho sincero.
Kongpob sorriu.

— Entendido. Obrigado, P’Arthit.

Arthit saiu da loja apressado.
Kongpob quis detê-lo, mas não conseguiu.

Seu coração batia rápido; sua cabeça estava confusa.
Sentia-se aliviado por Arthit não estar bravo — e frustrado por não ter feito as perguntas que realmente queria.

Porque, no fundo, tudo o que Kongpob queria saber era se...

Alguém mais sabia o quão maravilhoso Arthit era.
Se alguém mais havia notado sua natureza gentil.
Se apenas ele via o quão perfeito ele era.
E, acima de tudo, queria ter certeza de que Arthit soubesse...
...que não queria que ninguém além dele descobrisse isso.


A round trip to love Vol. 04 - Capítulo 09

Capítulo 09 :: Caminhos Cruzados

O encontro com Su Xiaolu foi no mesmo lugar de sempre o Blue Coast.
Foi ali que tivemos nosso primeiro encontro... e também a primeira vez que vi Yi Chen.

No palco, o guitarrista havia mudado: agora era um homem barbudo, de expressão feroz, berrando repetidamente a mesma pergunta:

“Você me ama ou não me ama?!”

Droga. Até as músicas resolveram conspirar contra mim.

Dei duas risadas secas e, desconfortável, servi vinho na taça de Su Xiaolu.
“Xiaolu…”

“Qin Lang, se tem algo a dizer, diga logo.”
Ela não se moveu. Apenas me fitava com aquele olhar calmo e triste.

Suspirei fundo e, repetindo mentalmente o velho ditado ‘antes uma dor breve que um sofrimento longo’, desviei o olhar.
“Eu acho que... devíamos terminar.”

As lágrimas que eu esperava e temia rolaram de imediato pelo rosto dela.
Linda, delicada, vulnerável.
Na mesma hora, me xinguei em silêncio:

“Qin Lang, você é um verdadeiro canalha.”

“Certo. Se é assim... então eu vou embora.”
Depois de um longo silêncio, quando eu ainda ensaiava as palavras certas pra tentar confortá-la, ela já havia enxugado as lágrimas e recuperado a compostura.

O quê? Só isso?
Seria um disfarce? Um surto? Fiquei ainda mais confuso.
Segurei o braço dela, assustado. “Xiaolu, você está bem?”

“Estou, oras. Acha que eu vou me incendiar por sua causa?”
Ela soltou uma risadinha suave.
“Na verdade, já fazia tempo que eu me preparava pra isso. Você andava tão distante... Só que ouvir você dizer as palavras ainda dói. Afinal, Qin Lang, você é um homem encantador. Dá vontade de se apaixonar. E é impossível ficar brava com você por muito tempo.”

Encantador? Fofo?
Hmph. Nunca soube se esses adjetivos eram elogios quando usados pra um homem adulto.

“Se não se importa... pode me dizer quem é ela?”
Ela perguntou com uma serenidade quase cruel, enxugando os vestígios das lágrimas.
Mulheres — mesmo as mais elegantes nunca resistem a querer saber quem venceu a disputa.

“Na verdade... você a conhece.”
Tentei sorrir, escolhendo as palavras.

“Eu conheço?”
Ela pensou um pouco. “Das mulheres que nós dois conhecemos, só consigo lembrar da diretora Wang, do Departamento Acadêmico...”

Pelo amor de Deus. Aquela senhora já está chegando aos sessenta.

Respirei fundo. Chega de rodeios.
“É o Yi Chen.”

“Yi... Chen?”
O choque fez com que sua boca se abrisse num ‘O’ perfeito juro que deu vontade de colocar um ovo ali dentro.

“Mas... ele é um homem!”
Ela parecia duvidar da minha capacidade básica de distinguir gêneros.
Assumindo o papel de professora da pré-escola, tentou pacientemente me reeducar.

“Pois é. E tem coisa pior.”
Suspirei e comecei a despejar tudo o que vinha entalado no peito.

Há certos tipos de mulher raros quando são suas namoradas, são ternas e gentis; quando se tornam amigas, são corajosas e diretas, capazes de te proteger com unhas e dentes.
Su Xiaolu era assim.
Eu tive sorte de conhecê-la mesmo que agora estivesse usando-a como confidente, logo após fazê-la sofrer.

“Que história... inacreditável.”
Ela franziu as sobrancelhas e os lábios, mas parecia mais intrigada que magoada.
“Então agora você está mesmo com o irmão do Yi Chen?”

“O que mais posso fazer? Você não ouviu nada do que eu disse?”
Perdi a paciência, a elegância e qualquer resquício de autocontrole.

“Escuta, Qin Lang primeiro: o Yi Chen te ama. E isso é fato.”
Ela tocou meu rosto com o dedo. “Eu conheço bem ele. Percebi que algo estava errado há tempos. Só não imaginei que o motivo fosse você.”

Fiquei em silêncio.

“E quanto ao Xiao Chen... você precisa contar a verdade. Logo.
Não dá pra esconder isso pra sempre.
Além do mais... você acha mesmo que, no coração dele, consegue substituir o Lu Feng?”

Levantei o olhar, surpreso.
Ela continuou:
“Talvez você seja só o substituto.
Talvez o que ele sente não seja o que você e Yi Chen pensam.
Então não carregue essa culpa como se fosse uma cruz. Fale com ele, aos poucos.”

“Xiaolu... obrigado.”
Minha voz embargou quase deixei cair o ranho no vestido dela.

“Chega, vai. Acabei de levar um fora e agora você quer chorar por outro? Aí sim eu pulo da janela!”
Ela ainda tremia um pouco, mas já conseguia rir de si mesma.
Percebi o quanto eu estava sendo egoísta e sorri, envergonhado.
“Tá bem. Um dia eu te apresento um cara incrível como compensação!”

“Dispenso! Tenho medo!”
Ela riu e pegou a bolsa.
“Vou pra faculdade. Ainda tenho que terminar uns desenhos. E não se preocupe vou ajudar com o Yi Chen.”

“Valeu! Deixa que eu te acompanho até lá.”

“Me acompanhar? Tá achando que é tão simples assim?”
Ela riu de canto. “Não precisa. O Yi Chen acabou de entregar o projeto e deve estar de bobeira. Aposto que ainda está no prédio.”

Peguei a indireta e suspirei.
“Xiaolu, mulheres que sabem fingir que não perceberam as coisas... são as mais adoráveis.”
Antes que ela retrucasse, peguei sua bolsa e me curvei teatralmente.
“Sua Majestade, permita que este cavaleiro a escolte!”

“Obrigada, Qin Lang.”
Conversamos pelo caminho, e por alguns minutos a culpa pareceu mais leve.
Na porta do prédio de Arquitetura, ela parou e me devolveu a bolsa.

“Foi um prazer, senhor cavalheiro.”
Coloquei a mão no peito e fiz uma reverência exagerada.

“Você é impossível.”
Ela sorriu, me empurrou de leve e, de repente, o sorriso congelou.
“Yi Chen? O que está fazendo aqui?”

Meu coração disparou.

“Vim pegar uns livros.”
Ele respondeu friamente, sem me olhar.

“Yi Chen…”
Minha voz tremeu, mas tentei soar natural.

Ele passou por mim como se eu fosse transparente.
A indiferença dele doeu mais que qualquer soco.

Quando já ia entrar no prédio, virou-se de repente.

“Você tem mesmo tempo pra tudo, hein? Enganando um, consolando outro... deve ser um talento.”
O desprezo no sorriso dele me atravessou como uma lâmina.

“Não é o que parece…”
Mas ele já havia se virado e entrado.

“Ele entendeu errado…”
Su Xiaolu murmurou, atônita.

“Deixa pra lá.”
Levantei a mão, exausto. Nesse momento, o celular vibrou.

“Alô!”
E uma voz estourou no meu ouvido Shen Chao.
“Mano! Já pensou no que vai fazer amanhã?”

“Amanhã?”
Pisquei, sem entender. “O quê tem amanhã?”

“Caramba, esqueceu? Seu aniversário!
Já encomendei o bolo, não se atreva a faltar. Ou vai comemorar só com o Yi Chen num encontro romântico, hein?”
Ele gargalhava do outro lado.

Droga, Shen Chao. Sempre com o timing perfeito pra me ferrar.
E claro que ele não sabia de nada nem sobre Yi Chen, nem sobre Xiao Chen.
Seria impossível explicar.

“Tá bom, tá bom. Eu vou. Do jeito de sempre.
Eu levo o Xiao Chen, e apresento uma amiga minha pra você.”

“Por que eu?”
Su Xiaolu arqueou a sobrancelha.

“Pensa pelo lado bom: bar de graça.”
Fingi leveza, forçando um sorriso.

“Você vai levar o Xiao Chen? E o Yi Chen?”
Ela me cortou com precisão cirúrgica.

“Yi Chen...?
Você acha que ele ainda quer me ver?”
Olhei na direção em que ele havia sumido e suspirei.



“Seu aniversário é amanhã?”
Xiao Chen arregalou os olhos.
“Por que não me contou? Agora não tenho nem tempo de comprar presente!”

“Ah, é só uma reuniãozinha. Nada demais.”
Tentei tranquilizá-lo, mas percebi o quanto ele se importava.

“Tudo bem, ainda dá tempo. Posso chamar mais alguém?”
Ele me olhou com um sorrisinho travesso.
“Meu irmão. O Yi Chen.
Quero que ele te conheça.
Quero que veja como você me faz feliz.”

Meu estômago se revirou.

“Ah... claro.”
Respondi num fio de voz.

“Vocês já se conhecem, não é?
Depois daquela vez... no carro, foi você quem me levou até a casa dele.”

“Só de vista.”
Evitei o olhar dele, fingindo naturalidade.

“Então posso convidá-lo?”
Ele perguntou, quase sussurrando.

“Tudo bem.
Se ele quiser ir... que venha.”
Cada palavra pesava uma tonelada.


Não achei que ele realmente fosse aparecer.
Mas no dia seguinte, no meu aniversário, Yi Chen chegou ao lado do irmão com o rosto impassível.

“Caramba!”
Shen Chao deu três voltas ao redor dos dois.
“São idênticos! Qin Lang, como não me contou que ele tinha um gêmeo?
Cuidado pra não se confundir quando for sussurrar ‘eu te amo’! Hahaha!”

Desgraçado.
Ri por fora, morri por dentro.
Yi Chen se levantou, claramente irritado, pronto pra sair, mas Xiao Chen o segurou.

“Yi Chen, esse é o Qin Lang. Você lembra dele, não é?”
Ele assentiu brevemente.
“Conheço. Mas não somos próximos.”

Tentei estender a mão.
Ele hesitou, depois apertou fria como gelo.

“O que houve? Está com febre?”
Instintivamente, tentei tocar sua testa, mas ele afastou a mão.

“Corta o bolo logo.”
Disse apenas isso e se afastou.

As velas tremulavam na penumbra.
Shen Chao gritava pra eu fazer um pedido.

Um desejo?
Sorri, amargo.

Que essa confusão termine logo.
Que todos encontrem o caminho certo.
Que Yi Chen e Xiao Chen sejam felizes.



Mas quando olhei pra ele, com o chapéu projetando sombra sobre o rosto, percebi o quão distante ele já estava.

“Qin Lang! As velas!”
Su Xiaolu me cutucou.
Assoprei depressa.

“Corta o bolo!”
Shen Chao passou a faca, empolgado.

“Você e mulheres bonitas... não muda nunca.”
Brinquei, tentando aliviar o clima.

“Yi Chen, essa fatia é pra você.
Tem amêndoas suas favoritas.”
Estendi o prato.
Xiao Chen pegou antes.

“Obrigado, Qin Lang!
Mas... engraçado, não lembro de ter dito que gostava de amêndoas.
Na verdade, prefiro frutas.”

Meu sorriso congelou.
O gosto de amêndoas... era o do Yi Chen.
E eu, idiota, havia chamado o nome errado.

Ele abaixou ainda mais a cabeça, pálido.

“Yi Chen, ouvi dizer que você toca guitarra!”
Shen Chao, bêbado e sem noção, tentou animar o ambiente.

“Guitarra? Eu?”
Xiao Chen piscou, confuso.
“Não sei tocar isso não.”

“Ah, o Shen bebeu demais.”
Intervim, tentando contornar.
“Mas se tocasse, seria lindo seus dedos são perfeitos pra isso.”

“Eu só sei piano.”
Ele riu, sem graça. “Quem toca bem é meu irmão.”

Yi Chen levantou o olhar por um segundo, forçando um sorriso.
Seus lábios estavam quase brancos.

“Você está com frio?”
Perguntei, estendendo a mão.
Ele recuou bruscamente.
“Vou embora. Não estou me sentindo bem.”

“Vamos juntos!”
Me antecipei, decidido.

“Já? Que pena!”
Shen Chao lamentou.
“Relaxa, irmão. Ainda vai ter tempo pra conquistar a sua musa.”


Do lado de fora, o vento era frio.
Yi Chen cambaleava, frágil como nunca.
“Melhor deixarmos ele em casa primeiro?”
Perguntei, já abrindo a porta do carro.

“Boa ideia.”
Xiao Chen o chamou.
Mas Yi Chen recuou.
“Vou na casa de um amigo jogar um pouco.
Não é no caminho.”

Mentira descarada.
Ele só não queria estar no mesmo carro que eu.

“Tudo bem. Se cuida.”
Forcei um sorriso.

Ele ergueu o olhar e murmurou:
“Leva meu irmão com cuidado.
Ou eu acabo te batendo.”

“Pode deixar.”
Respondi, vendo-o se afastar — os cabelos castanhos bagunçados pelo vento, o corpo ereto, teimoso e distante.

“Yi Chen precisa de tempo.”
Xiao Chen disse baixinho.
“Não o culpe, tá?”

“Eu jamais o culparia.”
Sussurrei.
No espelho retrovisor, fiquei observando até que o vulto dele desaparecesse na noite.
Só então, lentamente, liguei o motor.

I’m an Old Man but also a Saint — Capítulo 09

Capítulo 09 :: Não é vingança nem nada disso

Quando você se encontra numa situação em que não consegue andar, mas também não chegou a desmaiar, é mil vezes mais constrangedor do que simplesmente desmaiar.

Depois de ser carregado nos braços por um cavaleiro bonito e ainda por cima ter sido cuidado por ele enquanto eu estava consciente jurei para mim mesmo:

"Nunca mais, em hipótese alguma, vou me forçar tanto durante uma purificação."

" Sempre vou deixar força o bastante para conseguir andar por conta própria."

" Absolutamente."

Depois disso, enquanto fingia estar inconsciente, acabei pegando no sono de verdade e, quando acordei, já era manhã.

Considerando que da última vez eu fiquei de cama por cinco dias, isso já foi um progresso enorme.

Se eu fizer outra purificação, talvez consiga controlar melhor a coisa toda.

Assim que me sentei na cama, silenciosamente, Veerant veio até mim... Os acontecimentos de ontem deixaram um clima estranho entre nós.

Eu não conseguia encará-lo nos olhos.

Enquanto eu permanecia ali, inquieto, comprimindo os lábios, Veerant se aproximou, ajoelhou-se diante de mim e curvou a cabeça. Seus cabelos lisos, cor de trigo, se espalhara à minha frente, revelando o topo da cabeça uma visão que eu normalmente não tinha.

— ...Hã? O que está acontecendo aqui?
Por que ele está se curvando para mim?

— Peço desculpas profundas pelo que aconteceu ontem. Aceitarei qualquer punição.

— Hã? Do que você está falando?

— Desobedeci suas ordens e toquei em você sem permissão.

As palavras dele trouxeram de volta as lembranças de ontem.

Eu havia pedido para me apoiar em seu ombro, ele se recusou e acabou me carregando no colo, estilo “princesa”.

Ok, tecnicamente ele desobedeceu e me tocou sem permissão... mas isso não parece algo que mereça punição.

Veerant provavelmente ficou preocupado ao ver que eu mal conseguia ficar de pé e agiu por conta própria.

Por mais que eu tenha detestado ser carregado daquele jeito, no fundo, eu fiquei grato.

Mesmo que a ideia de um homem de meia-idade sendo carregado nos braços por um cavaleiro bonito seja... um tanto deprimente.

— Não, você acabou me ajudando. ...Mas, se puder, prefiro que evite me carregar assim de novo.

— Foi desagradável para você?

— “Desagradável” não é bem a palavra... Mas você não podia simplesmente me jogar sobre o ombro ou me carregar nas costas?

— Se eu o jogasse sobre o ombro, isso colocaria pressão no abdômen, o que não seria bom para seu corpo. E se o carregasse nas costas, deixaria suas costas expostas e indefesas.

Sério, quem liga para “pressão abdominal” ou “costas indefesas”? Estamos no lugar mais seguro do reino o Santuário Interior e o Quarto Branco, onde só a Santa e seus cavaleiros pessoais têm permissão de entrar.

Já estou começando a suspeitar há um tempo, mas... será que o Veerant não é um pouquinho superprotetor demais?

— ...Deixa eu adivinhar: das outras vezes que eu desmaiei... você também...?

— Sim, carreguei da mesma forma.

Eu sabia.
Já desconfiava.
Só queria não ter confirmado.

Ajoelhado ao lado da cama, Veerant parecia impecável e ainda mais irritantemente bonito.

Seu uniforme azul-marinho estava sem um único amasso, e o cabelo dourado, perfeitamente arrumado.

Já é a terceira vez que sou carregado como uma princesa por esse sujeito. É um fato frustrante.

Não consigo ficar bravo com ele afinal, só estava fazendo o que achava melhor.

Mas, ainda assim, é um pouco irritante.

Movido por um leve impulso de vingança, estendi a mão e baguncei o cabelo dele.

Talvez tenha sido com um pouco mais de força do que o necessário, mas tudo bem eu só estava dando uma boa bagunçada.

Não é como se eu quisesse, de propósito, deixá-lo com o penteado desarrumado.

E definitivamente não é porque eu estava descontando um pouquinho da raiva para me sentir melhor.

Enquanto Veerant permanecia ali, paralisado de surpresa, aproveitei a chance e revolvi seus cabelos à vontade.

A maciez deles me lembrou os cachorros que tínhamos na aldeia, e não consegui evitar um leve sorriso.

Depois de passar vários meses purificando as terras, descansando para recuperar o poder sagrado e purificando novamente, comecei a pegar o ritmo.

Desde então, não desmaiei nenhuma vez e sempre consegui voltar ao quarto caminhando por conta própria.

Ainda adormeço assim que encosto na cama, mas isso é detalhe. O importante é que não fico mais de cama por dias seguidos e isso já é uma vitória.

Graças a todo o poder sagrado (e sangue) que venho despejando nas purificações sem me conter, a corrupção diminuiu bastante.

Aqui no templo eu não sinto tanta diferença, mas dizem que os ataques de monstros pelo reino caíram drasticamente. O povo nota os efeitos e, pelo que ouvi, a Santa está sendo mais reverenciada do que nunca.

Ela já era tida como uma deusa viva... Como é possível sua reputação subir ainda mais?

Só de pensar nisso, dá medo.

— Ainda bem que temos a Emilia.

A grande revelação da nova Santa está marcada para daqui a duas semanas, e aparentemente gente de todo o país está vindo para a capital.

Depois de mais de vinte anos de busca, finalmente encontraram a Santa mais poderosa da história.

As estalagens da capital e até das cidades vizinhas estão lotadas de pessoas que querem vê-la de perto o entusiasmo é inacreditável.

Não é exagero dizer que o país inteiro vai se reunir lá.
Todos esses viajantes vão olhar para o palco com olhos cheios de esperança.
E diante deles surgirá... um homem de quarenta e dois anos vestindo um manto branco.

...Vai ser um desastre.

Um desastre absoluto.

Já consigo imaginar a atmosfera congelando, o ar parado como em temperaturas negativas. Só de pensar, meu estômago se revira.

Sinceramente, graças aos deuses pela Emilia.

— Então... eu vou circular pela capital numa carruagem luxuosa, oferecer orações na praça e abençoar o povo, é isso?
— Sim. Durante todo o percurso, Saint-sama, você estará disfarçado como um dos cavaleiros da Emilia-sama, e permanecerá ao lado dela.
— E eu é que vou ter de fazer as orações e bênçãos, né...

Aparentemente, quando a Santa reza, tudo ao redor começa a brilhar.

Veerant disse que uma luz branca suave diferente da magia comum se irradia de mim num raio de cinco metros.

Ou seja, lá estarei eu, resplandecendo como um farol, enquanto Emilia permanece ao meu lado.

...Não importa o ângulo que se olhe, é uma cena absurda.

Para que as pessoas acreditem que a luz vem de Emilia, vou ter de ficar colado nela o tempo todo.

— Do ponto de vista da segurança, também é melhor que vocês fiquem próximos.

— Ah, é verdade. Assim não precisamos nos separar.

A mera presença da Santa já basta para reduzir ataques de monstros, trazer paz às terras e conceder as bênçãos divinas ao reino.

A magia de cura exclusiva da Santa é tão poderosa que pode salvar até quem está à beira da morte.

Por isso, há muita gente que cobiça esse poder.

E não faltam aqueles dispostos a usar qualquer meio sujo para capturar uma Santa, acreditando que, com isso, seriam invencíveis.

Então, para proteger tanto Emilia, a “falsa Santa”, quanto a mim, o verdadeiro, é melhor ficarmos juntos.

— Mas, cara... vou estar num lugar bem chamativo, hein...

Não sei quantas pessoas vão se reunir nesse evento, mas já sinto o desconforto me cercando.

Não é como se todos fossem olhar para mim, mas ainda assim fico nervoso.

Suspirei fundo, enquanto Emilia revisava os detalhes do evento.

Ela vestia as puras vestes brancas de tecido fino que usará na cerimônia. Seus longos cabelos negros, adornados com ornamentos dourados, a faziam parecer quase divina.

Mas o rosto pálido, quase transparente de ansiedade, me fez sentir uma pontada de culpa.

Vai ser um dia difícil para nós dois.


Honoo no mirage Vol. 03 - Capítulo 05

Capítulo 05: Kyougamine


“Estou bem... então... vou ficar aqui por um tempo, então obrigado por cuidar das coisas aí. ...Está tudo certo, pare de se preocupar comigo”, disse Takaya a Ayako no Templo Jikou, e desligou o telefone. Ele havia se recuperado, mas, agora sabendo que estava na mansão dos Date, sentiu-se inclinado a permanecer por mais algum tempo para observar a situação.

Quando se virou, Masamune estava parado atrás dele.

“Se podes suportar algum exercício, desejas dar uma caminhada comigo? Não é longe.”

“?”

“Gostaria de visitar Kyougamine”, disse ele, olhando para Katakura Kagetsuna, próximo. “Acompanhe-nos, Kojuurou.”

“Sim.”

Takaya olhou para Masamune, sem diminuir sua cautela.

Este Dragão de um Olho só, ressuscitado para a era moderna ele ainda não deveria saber da verdadeira identidade de Takaya como Uesugi Kagetora. Se descobrisse que Takaya era um dos Yasha-shuu de Kenshin, cujo objetivo era destruir o «Yami-Sengoku», a segurança de Takaya poderia estar em risco.

(O que diabos eles estão planejando?)

Masamune caminhou lentamente, enquanto Takaya observava suas costas.


Não muito longe do Castelo Aoba, residências se aproximavam do local que outrora fora chamado de Kyougamine, onde se encontrava o Zuihouden, o mausoléu de Date Masamune. O Zuihouden era uma obra luxuosa e majestosa em estilo Momoyama, e, antes da guerra, havia sido designado Tesouro Nacional. Infelizmente, fora destruído no bombardeio aéreo contra Sendai no vigésimo ano de Showa (1945).

Posteriormente, houve muitos pedidos de reconstrução. Por meio de escavações, investigações científicas detalhadas e ao custo enorme de oitocentos milhões de ienes e cinco anos de trabalho, o Zuihouden remodelado foi concluído no quinquagésimo quarto ano de Showa (1979).


O mestre deste magnífico mausoléu subiu o curto lance de degraus de pedra sob a linha de cedros.

Masamune ergueu os olhos para as árvores altas e luxuriantes, emocionado.

Takaya, seguindo atrás, observava cada movimento de Masamune com atenção.

“Este bairro mudou tanto...”

Takaya se enrijeceu, surpreso. Ignorando a reação de Takaya, Masamune continuou, olhando ao longe: “Neste ponto, apenas aqui, vestígios daquela era foram preservados, Kojuurou.”

“Vós tendes razão, meu senhor”, concordou Kojuurou, também conhecido como Katakura Kagetsuna, olhando para os cedros. “Certamente viveis ainda no coração das gerações que se seguem.”

“Dize, o que desejas dizer?”

“Nada em particular.” Kojuurou sorriu levemente. “Que eu possa encontrar meu senhor assim, novamente neste mundo, enche meu coração de assombro.”

“... Eu também.” O olho único de Masamune se estreitou. “Jamais imaginei que poderia contemplar meu mausoléu com este olho só.”

Ao lado deles, Takaya ouvia a conversa entre senhor e vassalo. Havia algo nela que lhe provocava uma sensação de déjà vu.

“Tu és Ougi-dono, disseste?”

“Eh? Sim...”

“É tua primeira visita a Sendai?”

“Ah... bem...”

“Ah. Sendai é uma bela cidade, não é? Uma cidade próspera do Nordeste. Embora tenha sido construída por pessoas, agora mobiliza seu povo. Sua prosperidade já rivalizou com Edo e Osaka—não, foi superior a elas.” Masamune sorriu, jovial. “Não achas que apenas esta cidade poderia formar um reino?”

“!”

“Poderia ser a capital de um reino. Embora o sonho do Oushuu tenha terminado há muito, não achas que o poder da cidade como está agora é suficiente para servir de capital de um reino—de fato, do Japão?”

“—”

“Meu desejo era tornar Sendai a capital como ela é agora.”

Masamune subiu os degraus, a satisfação evidente em seu rosto.

Takaya se sentiu um pouco desapontado. Não conseguia perceber qualquer ambição concreta nas palavras de Masamune.

(O que diabos ele...)

“Como? Pagar dinheiro?” Masamune exclamou na entrada, franzindo a testa em choque. “É preciso pagar para entrar em um mausoléu? Não morri de forma tão tola.”

Kojuurou sorriu ironicamente. “Talvez seja para tua jornada pelo Roku Dou.”

“O mundo se tornou estranho”, disse Masamune, suspirando. “Aguarda-me aqui, Kojuurou.”

“Calma: mas trouxe o suficiente para a minha parte.”

“Não era isso que eu queria dizer. Nós dois entraremos.”

Kojuurou sorriu de maneira irônica e disse apenas: “Cuida-te, meu senhor”, enquanto os via entrar.

O Zuihouden estava diante deles assim que entraram. Masamune convidou Takaya a acompanhá-lo e permaneceu olhando para seu próprio mausoléu.

“É um mausoléu impressionante, não é, Ougi-dono? Nem Toyotomi Hideyoshi possui algo tão belo”, disse Masamune com orgulho. “Não achas que a forma como alguém é sepultado após a morte revela toda a vida que levou?”

“—”

Takaya finalmente abriu a boca, direto: “Foi você quem me salvou... quem eliminou aquela mulher?”

Masamune se virou. Takaya o encarou nos olhos.

“Cuidamos de ti, mas foi nosso convidado quem te salvou.”

“Convidado? Isso é”

“O quê” Masamune perguntou em voz baixa, “o que fazias naquele lugar? Previste que algum dos Mogami apareceria?”

Embora permanecesse em silêncio, a resposta estava escrita em seu rosto. Masamune, por outro lado, era um livro fechado.

“Sabes de algo, não sabes? Não vais dizer? O que os Mogami estavam fazendo ali.”

“Eu...” Takaya desviou o olhar. “Achei que eram os Date destruindo os edifícios e invocando os espíritos.”

“Invocando... Sabes da invocação dos mortos?”

“Um pouco, acho, mas não sei para quê. Mas não vou deixar que continuem matando e machucando pessoas inocentes.” Takaya olhou severamente para Masamune. “Jamais deixarei que lutas entre fantasmas acabem com os vivos.”

“De fato, tens razão.”

“Então por que vocês voltaram? Todos vocês já estão mortos, não estão?! Mas porque retornaram, muitas pessoas vão ser sugadas e mortas! Isso é simplesmente... totalmente errado!” Takaya gritou, cada vez mais enfurecido. “Sua vida já acabou! Não podem recomeçar!”

“...”

Masamune olhou para ele em silêncio. Takaya arfava com a intensidade do desabafo. Masamune abriu a boca. “Não viemos para refazer nossas vidas.”

“?”

“O destino de nossas vidas passadas foi a vontade do Céu. Não havia nada que pudéssemos fazer além de lamentar. Ninguém pode refazer sua vida. Mas se eu pudesse...” O olho único de Masamune riu. “Seria um novo começo.”

“...!”

Masamune olhou por cima do ombro para a expressão rígida de Takaya enquanto caminhava para fora.

“Fica tranquilo. Desejamos apenas proteger este território de Sendai.”

Takaya encarou os largos ombros de Masamune, que outrora sustentaram o peso de um país. Ele caminhou por setenta anos com todo o peso de uma nação sobre si.

(Esses são seus sentimentos verdadeiros...?)

Ele o seguiu.

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18 de out. de 2025

Mercenary Goddess Vol.01 - Capítulo 06

Capítulo 06

No centro da sala havia um pedestal branco. Em cima dele, uma pedra redonda e perolada. Era aproximadamente do tamanho de uma pequena bola de basquete e brilhava intensamente ao refletir a luz que atravessava o teto. Noah já estava de pé junto ao pedestal. Ao lado dele, Goat estava sentado no chão, com uma expressão lânguida. Noah, por sua vez, notou-os e se virou, com o rosto contorcido em uma careta.

"Bem-vinda, Deusa-sama!" Yuichiro recebeu um leve aceno de Goat. Goat se levantou com um gesto desajeitado enquanto Yuichiro se aproximava do centro.

"Por favor, pare de me chamar assim, fico arrepiado", disse Yuichiro enquanto esfregava os braços. Goat soltou uma risada sinistra: "Então, capitão?"

“Capitão?”

"De agora em diante, todo o comando militar estará sob você, então acho que chamá-lo de capitão será apropriado, não?"

O rosto de Yuichiro se contorceu ao ouvir essas palavras ditas e ele como se fossem verdade. "Quer dizer que o comando do exército pertence a mim?"

"Sim, sou primo-sama de Noah, de uma família de baixa aristocracia. Serei seu segundo em comando de agora em diante. É um prazer conhecê-la, Deusa-sama."

Goat cumprimentou-o com grande entusiasmo e curvou a cabeça gentilmente. Seu rosto, porém, mantinha um sorriso presunçoso. Temeraire murmurou, consternado com a saudação: "Não sei como você pode se considerar fraco. A casa de Goat é família nobre mais antiga e prestigiosa de Jewel."

— Isso foi só enquanto meu pai ainda estava vivo. Outro dia, ele foi queimado vivo na igreja. Hahaha. — Goat riu sarcasticamente, ao contrário da revelação sobre o estado de sua família.

A boca de Yuichiro se contraiu em resposta à resposta de Goat, e ele perguntou: "Como assim, eu sou o capitão? Nunca ouvi falar de mim como capitão antes."

"Oh... Você ouviu algo sobre seus outros papéis como Deusa-sama de Temeraire?"

Enquanto revirava os olhos e encarava Yuichiro, Goat respondia às perguntas de Yuichiro com as suas. Yuichiro desviou o olhar para Temeraire, que estremeceu ligeiramente.

"Vou explicar agora." Temeraire falou sem se sentir culpado. Yuichiro achou que Temeraire tinha uma personalidade surpreendentemente surpreendente, apesar de sua aparência discreta.


Temeraire ergueu as mãos sobre a pedra redonda colocada no pedestal e murmurou: "Izrael". Foi um sussurro baixo, como se tentasse evocar algo. Houve um silêncio ensurdecedor, sem que nada de especial acontecesse.

"Ei, você pode explicar o que está acontecendo?"

"Não até Izrael chegar."

"Quem exatamente é esse Izrael..." Assim que Yuichiro estava prestes a perguntar, sentiu algo subindo pelo seu pescoço. Algo vivo acariciava seu pescoço. Suas costas se arrependeram, e ele se virou, perguntando: "Quem é?"

"Você chegou, 'Criança Amada'?" Quando Yuichiro se virou, deparou-se com uma entidade tão próxima que seu nariz quase a tocava. Olhos reptilianos perscrutavam intensamente o rosto de Yuichiro. Havia escamas verdes no corpo que brilhavam à luz do sol. As mãos de Yuichiro se moveram rapidamente, derrubando a entidade semelhante a uma cobra.

"É isso aí!" Yuichiro direcionou sua raiva para ela. Mais tarde, Yuichiro dobrou para a entidade, que jazia a seus pés. Olhando mais de perto, parecia uma cobra. Tinha menos de um metro de comprimento, com escamas verdes olhando seu corpo esguio e onduloso. Havia quatro caninos afiados em sua boca, além de uma língua vermelha brilhante que se bifurcava no meio.

No entanto, esta não era uma cobra comum. Uma crina vermelho-fogo e dois bigodes saíam de sua cabeça e boca, respectivamente. Sem mencionar seus membros curtos.

"Dragão."

Yuichiro murmurou sem querer. A entidade pertencia ao dragão, frequentemente retratado em pinturas orientais no mundo de Yuichiro. [Isso significa que existem criaturas míticas neste mundo?].

"O que diabos você está fazendo com 2?" Noah, que estava em silêncio, quebrou o silêncio com sua voz tensa.

"Está tudo bem, me desculpe por ter tocado em você do nada."

A voz do dragão surgiu inesperadamente em um tom entrecortado. Yuichiro ficou boquiaberto ao ouvi-lo falar como se fosse um velho da região de Kansai, no Japão. Ele ficou atordoado, mas o dragão o encarou com olhos crescentes.

"Qual é o seu nome, garoto?"

"...Yuichiro Ogami."

"Yuichiro? Eu sou Izrael, a pérola preciosa deste país e sua besta guardiã."

"Besta guardiã?"

"Sim, e eu vou te proteger."

"Me proteger? Como?" Yuichiro bufou, com o olhar fixo no pequeno dragão em forma de cobra. O dragão chamado Izrael então flutuou no ar, aproximando o focinho do rosto de Yuichiro.

"Com amor."

"O que?"

"Haha, foi uma brincadeira." Izrael relaxou o rosto severo e riu enquanto olhava para Yuichiro, que estava surpreso. Então, ele deslizou naturalmente contra o pescoço de Yuichiro. Yuichiro tremeu ao sentir escamas mornas raspando seu pescoço.

"Ah, minha querida filha, eu estava esperando por você."

"Você tem certeza de que Yuichiro-sama é a Deusa?" Temeraire, que estava em silêncio, perguntou a Izrael.

Izrael respondeu com uma voz penetrante: "Claro que sim! Não pode haver ninguém além dele!" Com seus membros curtos, ele deslizou pelas roupas de Yuichiro.

Yuichiro olhou para Izrael e abriu levemente a boca: "Você está dizendo que eu sou realmente a Deusa?"

"Sem dúvida!"

"Sou um homem de 37 anos, ou melhor, um homem velho."

"Mesmo assim, é você."

Izrael então envolveu o corpo nos braços de Yuichiro e acrescentou: "Você salvará este país e será sua mãe! Mãe da nação!"

Yuichiro ficou perplexo com a declaração de Izrael. A parte sobre salvar o país ainda estava dentro do seu alcance, mas ele ficou perplexo com a última parte da declaração: "mãe da nação?!"

Izrael se desenrolhou de seus braços e rolou no chão, surpreso com a voz irritante de Yuichiro. "Sim, Mãe desta nação", disse Izrael, piscando seus olhos arregalados.

"E-espera, vou dizer isso de novo, tenho 37 anos, meu velho."

" Eu sei."

" Então, a palavra "Mãe" não faz sentido algum, não é?" A palavra mãe era simplesmente inconcebível para Yuichiro. Na verdade, era ridícula.  

"A Mãe da Nação é aquela que dará à luz o futuro rei deste país. É isso que significa, Yuichiro."

"Ei, não me faça ficar explicando de novo. Eu sou um homem é você sabe." Yuichiro estava ficando frustrado com sua incapacidade de transmitir sua opinião para Hoshu. Temeraire suspirou e interrompeu: "Yuichiro-sama, não importa, mesmo que você seja homem", ao notar que Yuichiro estava cada vez mais irritado.
  
"O quê?" 

"No seu mundo, pode ser diferente. No entanto, neste mundo, até os homens podem conceber filhos."

As palavras de Temeraire deixaram Yuichiro completamente atordoado. 

Temeraire então continuou calmamente: "O papel da Deusa é duplo. Uma é liderar o exército e trazer a vitória ao Rei Legítimo, enquanto a outra é incumbida de trazer o Filho de uma Deusa ao mundo."

Yuichiro olhou para Noah reflexivamente. Noah mordia o lábio inferior e olhava para o chão, com o rosto pálido. Naquele momento, ele entendeu por que Noah não queria que Yuichiro fosse uma deusa.  
Era injusto esperar que uma criança engravidasse um homem com mais do dobro de sua idade.  

"Você é louco?" Yuichiro xingou inconscientemente. 

" Como eu posso fazer isso?" 
 
"Não consegue? Por que não?" A voz de Izrael estava cheia de uma raiva incontrolável, como se ele não entendesse o que Yuichiro estava dizendo.  
Yuichiro estendeu uma das mãos e agarrou o pescoço de Izrael, que estava apoiado em seu ombro. Izrael grunhiu imediatamente. Yuichiro cuspiu enquanto encarava os olhos crescentes.



Enchanté - Capítulo 16

Capítulo 16 

O destino é uma distração  
Vamos nos encontrar imediatamente  
Antes estávamos muito distantes  
É o destino  
Por isso vim até você  

“Ah!”  
“Ei, desculpa, Akk. Está tudo bem?”  

Theo pediu desculpas em choque ao pisar acidentalmente no pé do outro durante a aula de dança. Era a segunda vez no dia, pois ele estava distraído, pensando e sem prestar atenção de verdade.

“Tudo bem, ainda bem que você não está de sapatos.”  

O amigo de cabelo ruivos, que segurava sua mão naquele momento, respondeu sem pensar. Parecia que a outra pessoa tentava conter a frustração, mas se sentia preso.

“Não fiz de propósito, estava contando os passos e tentando acompanhar o ritmo, mas não sei o que está acontecendo.”  

Theo reclamou irritado, porque precisava contar os passos para lembrar os movimentos, e isso confundia tudo. Uma semana atrás, o professor da aula usava o método de contar os passos, então era mais fácil. Mas agora, Theo tinha que dançar no ritmo da música contando os passos internalizados, e isso complicava.

Além disso, as músicas eram em outro idioma, ele não entendia direito e raramente conseguia acompanhar a contagem, pisando sem querer no parceiro de dança.

“Calma, vamos contar os passos juntos, está bem? Assim você não vai mais errar.”  

Akk se ofereceu quando pararam de dançar, e concordaram que assim protegeriam seus pés.  

Como na turma havia mais meninos do que meninas, vários rapazes tiveram que formar dupla entre si, e Theo e Akk foram um desses pares.  

“Tudo bem, mas acho isso muito difícil, não sei se vou conseguir passar no curso.”  

Theo assentiu, enquanto Akk segurava suas duas mãos.  

Normalmente, nesse tipo de dança, o movimento consistia em envolver o parceiro com os braços, pelos ombros e costas, para completar a coreografia. Mas no começo, o professor precisava ajudar com a mão para marcar o ritmo correto. Fazer algo mais complicado certamente machucaria os pés de Akk.

“1 2 3 4”  
“1 2 3 4”  
“Dê um passo, um passo, um passo mais perto”  
“Dê um passo, um passo, um passo mais perto”  

Eles seguiram o ritmo da música com mais harmonia. A sala onde estavam era ampla e multiúso, com um colchonete para exercícios. Nas paredes laterais, grandes espelhos refletiam a turma, onde todos os amigos se concentravam na prática.

Neste semestre, a prova parcial era totalmente prática. Se não praticasse naquele momento, não sabia quando poderia fazer de novo. Encontrar o amigo para dançar fora da aula seria estranho.

“Você vai conseguir.”  

O amigo disse sorrindo. Theo olhou para ele e não conseguiu evitar sorrir de volta. Depois de um tempo, aproximou-se mais de Akk.

Quando se conheceram, Akk parecia uma pessoa reservada, mas, logo que se tornaram amigos, mostrou-se mais acessível. O sorriso que ele tinha ali na frente era prova de que Theo nunca o tinha visto daquele jeito antes.

“Claro.” Theo fingiu brincar.

“O que houve com Phi Natee?” Perguntou Akk.

“Nada. Sobre o quê?” Respondeu.

“Nada? O que você quer dizer com ‘nada’, Khun Theo?” Akk disse balançando a cabeça, sem deixar o assunto escapar. Theo quase riu do interesse que Akk tinha por Natee.

“Naquela noite, pelo Line, ele perguntou se havíamos entrado na sala de armazenamento ou não.”

“E?” Akk falou, os pés ainda seguindo o ritmo.

“Eu disse que sim,” Theo contou, sentindo as batidas do seu coração.

“O que você fez?” Akk ficou surpreso, como se achasse que teria sido melhor negar.  

“Só respondi. Por que mentir?” Theo deu de ombros.

“Você não teve medo de que Phi Natee ficasse bravo?” Akk perguntou com expressão incomum.

“Se eu mentisse, ele saberia cedo ou tarde. Se ficasse bravo ou não, não teria como evitar. Mas foi ele quem decidiu me levar lá.”  

Theo falou com indiferença. Na verdade, sua nota tinha caído quase a zero. Era inaceitável para ele que pessoas torturassem animais para se exibirem. Era egoísmo e imperdoável.

“E então, como está?” Akk perguntou.

“Quando disse que entramos lá, ele parou de responder. Não falamos desde então,” Theo respondeu sinceramente.

“Vocês vão se encontrar cara a cara?”

“Não sei.”

“Você está bravo comigo?” Akk perguntou suavemente.

“Ah, por que eu estaria bravo com você? Se eu tivesse que brigar com alguém, seria com Phi Natee. Além disso, não gosto de gente assim. Maldição.”  

Disse, irritado.

“Está bem então.”  

Akk retomou a dança acompanhando a música de amor, sem se cansar, como se já estivesse mais adaptado ao ritmo. Não precisavam mais contar os passos, o corpo já se movia naturalmente.

“Todos prestem atenção na explicação do próximo passo.”  

A voz do professor ecoou na sala de dança, cujo teto não era muito alto.

Todos os alunos pararam, olhando para o professor, a música cessou para a continuação da aula. Theo esperava que o professor não acrescentasse um ritmo novo ainda.

“Vocês conhecem o ritmo da música? Agora começa a dança. Primeiro vamos aprender com essa canção. Quando se familiarizarem com o ritmo, trocarei a música para tentar ajustar o tempo a outras canções,” explicou a professora, enquanto os alunos assentiam.

“Da próxima vez, permitirei que todos experimentem os passos reais da dança.”

O alto professor de física falou baixo, mas essa frase causou um rebuliço entre os alunos, e seu rosto ficou vermelho.

“Desde o início disse que a dança de salão tem um abraço pelas costas, e que é normal manter os ombros juntos. Todos devem fazê-lo com cortesia e respeito pela parceira ou parceiro. Quem se sentir desconfortável deve avisar; pode pedir para trocar de parceiro quando quiser. Se alguém não encontrar par, eu cuidarei disso. Se incomodar estar com uma pessoa do sexo oposto, levantem a mão antes de começar a dançar.”

O professor falou, enquanto um silêncio tomou conta da sala. Todos já sabiam que haveria toque na dança, e algumas alunas haviam sido pareadas entre si por esse motivo. O professor repetiu, mas ninguém levantou a mão para trocar de parceiro.

Ele olhou para os lados, vendo que ninguém demonstrava intenção de mudar, então deu um passo à frente, escolhendo o casal mais próximo para ensinar o próximo passo.

“Cada um deve se afastar meio passo do parceiro.”  

Akk e Theo se aproximaram automaticamente, depois se afastaram até ficarem à meia distancia.

“Um estudante levanta a mão esquerda, o outro a mão direita, e se dão as mãos. Se a dupla for formada por dois homens ou duas mulheres, decidam entre vocês quem levanta a mão esquerda ou direita. Aí podemos levantar as mãos e nos abraçar.”

A voz do professor fez Theo levantar a cabeça para encontrar os olhos de Akk. Ambos ficaram em silêncio, parecendo concordar sobre quem faria cada papel apenas pelo olhar.

Akk assentiu uma vez, dando a permissão para que Theo decidisse. Mordeu o lábio por um momento antes de levantar a mão direita e estender para segurar a mão esquerda de Akk, que fez o mesmo seguindo-o.

“Quem levantou as mãos mantenha-as ao mesmo nível, braços esticados confortavelmente,” explicou o professor.

Nesse instante, algo aconteceu. Theo não sabia se era só ele, mas sentiu um calor se espalhando pelo corpo, por isso manteve a cabeça baixa. Seus olhos só conseguiam ver o sobrenome bordado no peito do parceiro. Mesmo sem querer, tinha que admitir que seu ritmo cardíaco estava estranho.

“Um estudante que levantou a mão esquerda deve colocar a outra mão nas costas do parceiro e tocá-las suavemente.”  

Akk estendeu a mão e tocou a metade das costas de Theo, ele ficou sem fôlego, o estômago borboletando, a distância entre eles ficou ainda menor.

“Quem segurou a mão direita deve colocar a outra mão sobre o ombro do parceiro que está envolvido com ela.”  

Theo levantou a mão para envolver os ombros conforme indicado. Assim que tocou o ombro de Akk, percebeu que ele tinha mais músculos do que pensava. Theo corou involuntariamente, surpreso por estar analisando secretamente o corpo do amigo.

“Façam a postura mais confortável possível, ajustem a distância para que possam avançar e recuar com facilidade, apoiem os braços para dançar sem cansaço; nem muito apertados, nem muito soltos.”  

A explicação continuou.

Naquele momento, Theo ouviu um leve pigarro do lado de Akk.

“Onde devo me ajustar? Será melhor assim?” perguntou Akk pela primeira vez.

“Hum, tudo bem,” respondeu Theo suavemente, ainda com a cabeça abaixada.

“Se quiser ajustar algo, me fale. Vai ficar tudo bem.”  

A voz do amigo foi calma. Theo acenou, tentando respirar fundo para se acalmar.

“Antes de contar os passos, todos devem olhar para cima e encontrar os olhos do parceiro ou parceira. Uma boa dança depende da comunicação visual entre vocês. Mantenham os ombros e as costas eretas, olhem para cima, fixem o olhar no parceiro.”  

A ordem foi como um feitiço que os fez encarar os olhos um do outro. O tempo ao redor pareceu parar, e os olhos do garoto azul se misturaram ao do garoto de cabelos vermelhos. Não houve palavras naquele instante, quando a música começou, os corpos se moveram com a melodia.

Era como se uma automação natural os fizesse deslizar com suavidade. Seus olhares ficaram imóveis por um breve momento, mas havia muitos sentimentos entre eles.

Foi como se suas mãos, costas e ombros largos estivessem conectados, sem precisar de palavras para descrever isso.  

O destino inspira tudo, abriu o caminho para a vila destinada à vida, trouxe uma alma gêmea para aproveitar, e também me deu a mim.


Manner Of Death - Capítulo 31

Capítulo 31

Há uma coisa que eu não contei a Tann.

Pousei no Aeroporto John F. Kennedy depois de um voo de vinte horas. Após passar pelo controle de imigração e pegar minha mala grande, me dirigi à saída. A atmosfera matinal parecia totalmente diferente do que eu estava acostumado. Eu, um homem comum da Tailândia, vestido apenas com um cachecol, havia chegado a este país. A multidão ao meu redor era formada apenas por estrangeiros, cada um refletindo a diversidade étnica do país. Isso me deixou ainda mais animado. Eu estava fascinado pelo que me cercava.

Prometi fazer uma chamada de vídeo para Tann assim que chegasse ao aeroporto e, por sorte, o Wi-Fi estava disponível por um curto período. Arrastei minhas malas e me posicionei em um canto tranquilo o suficiente para iniciar uma chamada pelo FaceTime com Tann. Eram 7h da manhã no horário local, então devia ser 19h na Tailândia.

O rosto de Tann apareceu de repente na tela. Suas feições estavam carregadas de alívio.
— Bunn!
— Cheguei! — afastei o telefone de meu rosto a uma distância razoável, sorrindo para ele.

[Que bom. Eu já estava começando a me preocupar aqui. Acompanhei seu voo pelo app da companhia o tempo todo.] Tann resmungou. Percebi que ele não estava em casa. [E aí, como você está? Não está com as pernas dormentes depois do voo?]

— Tive formigas nas pernas o tempo todo, mesmo conseguindo dormir um pouco. Não sofri tanto quanto imaginava. E você, o que está fazendo agora?
[Estou em aula.]
— Você está realmente atendendo minha chamada enquanto trabalha?

Tann riu. [Não podia ignorar sua chamada. Disse aos meus alunos que minha outra metade ia me ligar.]

Suspirei. — Cuidado. Não vai impressioná-los tanto assim. Sou um idiota, esqueci de te enviar uma mensagem antes para ver se você estava disponível.

[Tudo bem. Você ainda está no aeroporto?]
— Sim.
[Como vai chegar ao seu alojamento?]

Pensei por um instante... — Táxi… ah, Tann, estou usando o Wi-Fi gratuito do aeroporto e não tenho muito tempo. Quando tiver uma nova conexão, te ligo de novo.
[Beleza, sem problemas.] Tann aproximou o rosto da tela, mostrando claramente a boca. [Sinto sua falta.]
— Eu também sinto. Te ligo mais tarde.

Desliguei e fiquei olhando o telefone em silêncio por um instante. Abri o Facebook Messenger e fiz outra chamada.
[Alô?]
— Cheguei.

...

Olhei vagamente para os prédios através da janela. O aquecedor do carro estava tão quente que precisei tirar a jaqueta. Agora que eu podia ver melhor, os veículos em Nova York não eram tão diferentes dos usados na Tailândia. Havia muitos carros japoneses por toda parte. Eu estava completamente fascinado pelo que acontecia à minha frente. O motorista me percebeu e riu.

— É parecido com Bangkok?
— Sim, o trânsito é igualmente ruim. — Observei a linha de metrô construída ao longo da avenida.
— Sempre é assim nas grandes cidades, especialmente na hora do rush.

Ficamos em silêncio por um momento, até que ele quebrou o clima com sua voz calma:
— E você, Bunn?

Virei-me para o homem no banco do motorista, que também me observava desde que o carro ficou preso no trânsito.
— Estou bem, e você?

Decidi enviar uma solicitação de amizade a Tarr no Facebook no dia em que recebi a bolsa para estudar no Hospital da Universidade de Nova York. Fiz isso de propósito, porque queria informações sobre apartamentos para estudantes internacionais e conhecer a vida nos Estados Unidos pela perspectiva dele, já que era a única pessoa que eu conhecia que tinha vivido lá. Tarr me forneceu inúmeras informações sobre aluguel de apartamentos e transporte público em Nova York, o que foi extremamente útil. Ele e eu estávamos em contato antes de Tann e eu decidirmos ficar juntos. Decidi que seria melhor não contar a Tann por causa do ciúme infantil dele. Isso só teria sabotado nosso relacionamento recém-iniciado.

— Nada de novo. Meu restaurante tailandês está indo bem. Levo você lá para jantar hoje à noite.

Fixei meu olhar no homem que não via há mais de doze anos. Tarr continuava um homem bonito. Usava óculos de armação preta e uma jaqueta de couro marrom, com um cachecol cinza ao redor do pescoço.

— Tarr, queria te perguntar uma coisa.
— Hmm? — Tarr ergueu as sobrancelhas, curioso. Seus olhos voltaram à estrada quando os carros à nossa frente começaram a se mover novamente.
— Você conhece uma mulher chamada Prae?

Ele franziu a testa, confuso. — Conheço umas três ou quatro garotas com esse nome. Você vai ter que ser mais específico.
— Prae, minha ex-namorada do ano passado.

Tarr demorou um momento para responder.

— Como eu ia saber quem é a sua ex? A gente não se fala desde o nosso término.

— Ah, então esquece.

Para ser sincero, o que Prae me disse ainda me incomoda. O principal suspeito era Tarr, mas ele acabou de tirar minhas dúvidas.

— E o seu namorado, onde está?

— Steve deve estar no hospital ainda. Ele fez o turno da noite. Provavelmente vai chegar em casa e dormir o dia todo,  — responde Tarr. Eu nem pretendia perguntar sobre esse homem, mas quando vi a foto dos dois no perfil dele, sorrindo juntos, não resisti à curiosidade. Steve ou Steeve Ying é sino-americano e vive em Nova York.

— Essa carreira de enfermagem vai acabar matando ele, tô te dizendo. Vive reclamando dos pacientes.

— Por isso eu preferi trabalhar com mortos. Eles não são tão exigentes.

Tarr ri da minha piada.

— Verdade, eles não têm mais do que reclamar. Vou acordar o Steve e jantamos juntos hoje, assim vocês se conhecem melhor.

— Só não comenta sobre o nosso passado com ele. Diz que fomos amigos na Tailândia, só isso. Não quero problema, tá bom?

— Fica tranquilo. Quero continuar com meu namorado, muito obrigado. — Nós dois rimos. — E você, Bunn? Como vai a vida amorosa? Ainda saindo com mulheres?

— Namorar mulheres não deu muito certo... — admito. — Agora eu tenho um namorado.

— Então você finalmente aceitou quem realmente é, hein? — disse Tarr, antes de perceber o que acabara de dizer. — Desculpa... não quis dizer desse jeito.

Fiquei alguns segundos sem reação.

— Tudo bem. Sei que você ainda guarda mágoa de mim, mas isso foi há muito tempo. Gostaria que pudesse me perdoar. — Volto a olhar para ele. — Ainda podemos ser amigos?

— Claro. O que passou, passou. Nunca é tarde pra recomeçar. É bom te ver de novo, Bunn.

Tarr sorri o mesmo sorriso que vi quando aceitei ser seu namorado, há doze anos.

Não notei nada suspeito em suas reações, mas percebi um leve traço de ressentimento em sua voz quando mencionei que tinha um namorado. Uma vez perguntei a Tann se vingar por amor era estupidez. Acho que vou ter de reconsiderar essa questão.

Apesar do início do jet lag resultado das doze horas de fuso horário, me obrigo a aceitar o convite para jantar no restaurante de Tarr. É um restaurante tailandês, do qual ele é um dos sócios, localizado numa esquina movimentada de Queens.

Embora pequeno, o lugar parece popular: pessoas de todos os tipos entram e saem para fazer pedidos. A decoração é simples, com apenas alguns quadros tailandeses antigos pendurados nas paredes. O ar está impregnado com o aroma delicioso da comida. Tarr cumprimenta uma jovem garçonete tailandesa enquanto examino o cardápio, muito bem feito.

Não consigo acreditar que um simples prato de porco salteado com arroz e ovo frito custe o equivalente a quatrocentos bahts.

— Não precisa pedir nada, já deixei tudo preparado — diz Tarr, servindo-me um copo de água. — Mas, se quiser outra coisa, é só falar.

— Não, não, o que você escolheu vai ser perfeito. — Não sou exigente, mas não pude deixar de pensar como aquilo era típico dele: Tarr sempre foi um líder, faz o que quer sem pedir opinião. Provavelmente esse foi um dos motivos do nosso rompimento eu nunca fui o tipo que obedece sem questionar.

Viro o cardápio para a seção de sobremesas, curioso.

— Uau, vocês têm bolinhas de taro no leite de coco!

— E são deliciosas, pode acreditar. Mando trazer pra você quando terminarmos o jantar.

Tarr olha o relógio.

— O Steeve disse que estaria aqui há quase cinco minutos. O que será que tá demorando tanto?

Ele pega o celular e liga para o namorado, mas o meu telefone toca ao mesmo tempo é uma chamada de vídeo de Tann. Atendo imediatamente, e o sorriso dele preenche a tela.

— Tá acordado? — digo, sorrindo. — Desculpa por não ter te ligado depois de comprar o pacote de internet. Devem ser duas da manhã aí na Tailândia.

[Isso nunca te impediu antes. Você costumava me ligar de madrugada, lembra? Fiquei bravo por não ter ligado desta vez.]

— Você não parece bravo.

Tann ri. [Tô brincando. É verdade, eu tava dormindo. Onde você está?]

Temos aquela conversa boba típica de casais à distância. Conto a Tann que estou jantando com um conhecido de Nova York, mas percebo certa desconfiança em sua voz. No fundo, tenho medo de que descubra que esse “conhecido” é, na verdade, Tarr meu ex. Parte de mim quer contar tudo; outra parte teme as consequências. Se ele souber depois, vai ser bem pior.

Tarr se inclina, curioso para ver com quem estou falando.

— Boa sorte com a aula hoje. Te ligo à noite. — Nunca imaginei que me tornaria o tipo de pessoa que liga de manhã e à noite para alguém, mas Tann é diferente. É só por ele.

[Combinado. Tenho aula às nove. Beijo.]

— Tá bom. — Encerro a chamada.

A comida chega direto da cozinha, fumegante. O primeiro prato é uma omelete de carne de porco picada, seguida por uma sopa picante de camarão. Tarr chama a garçonete de volta para me servir um prato de arroz e, depois, se vira com um sorriso.

— Aquele era seu namorado?

— Sim — respondo, agradecendo à garçonete.

— Há quanto tempo vocês estão juntos?

Percebo uma mudança sutil no tom da voz dele.

— Nos conhecemos há quase um ano... mas estamos juntos há uns dois meses.

O modo como ele me olha é o mesmo de doze anos atrás intenso, intimidador. Alguém poderia até achar que ele está pensando em destruir meu relacionamento com Tann, como talvez tenha feito com Prae.

Mas, antes de tirar conclusões, preciso ter certeza de que foi mesmo ele quem falou com ela.

— Desculpe o atraso, Tarr. O metrô deu problema. — Uma voz com forte sotaque americano chama a atenção dele. Olho para o recém-chegado: Steeve Ying. O homem é ainda mais bonito pessoalmente veste jaqueta de couro preta e cachecol vermelho; a pele é pálida, os olhos escuros, o cabelo preto penteado para trás.

— Tudo bem, a comida acabou de chegar. — responde Tarr em inglês impecável, quase sem sotaque. Ele puxa Steve pelo braço para sentá-lo ao seu lado e aponta para mim. — Este é meu amigo, Bunn. É médico legista na Tailândia. Veio fazer uma especialização no Hospital Universitário.

Steeve estende a mão, e eu a aperto.

— Prazer, sou Steeve Ying.

— Bunn. Prazer em conhecê-lo também. — Espero que meu sotaque tailandês não soe tão forte.

Steeve me dá um grande sorriso encantador. Não é de se admirar que Tarr esteja apaixonado por ele.

— Que legal, cara. Aposto que seu trabalho deve ser fascinante.

A conversa flui naturalmente, e percebo que meu inglês está melhor do que eu pensava. Conto um pouco sobre meu trabalho enquanto saboreamos o jantar um tema que, para muitos, é ao mesmo tempo curioso e assustador. O tempo passa rápido, e pedimos para a garçonete tirar uma foto nossa. Steeve parece realmente gostar de conversar comigo.

No fim da noite, Tarr se oferece para me levar até o apartamento onde ficarei durante os estudos. A dona é uma tailandesa bem-humorada, casada com um americano. Ela ficou feliz em me alugar um quarto especialmente depois que garanti que não traria partes de corpos para casa.

Quando o carro para em frente ao prédio, abro a porta.

— Steeve, vou acompanhar meu amigo até a porta. Já volto avisa Tarr ao namorado, que espera no banco de trás. Ele desce e me acompanha até a entrada.

— Ei, obrigado por hoje — digo, procurando as chaves no bolso do casaco. — As coisas teriam sido bem mais complicadas sem você.

— Imagina. Se precisar de qualquer coisa, pode me procurar, Bunn. Fico feliz que não tenha me esquecido.

Encaro-o friamente por um momento.

— Tarr, preciso te pedir um favor.

Ele me olha, curioso. — O que foi?

— Pode guardar segredo sobre isso? Quero dizer... sobre a gente ter se encontrado. Não quero que meu namorado saiba. Ele é sensível, entende? Se descobrir que falei com meu ex sem contar, vai ficar furioso. Nós passamos por muita coisa e... não quero estragar tudo.

— Claro. Eu nem sei quem ele é. — Tarr dá um tapinha amigável no meu ombro. — Vai, entra. Tá frio, e você ainda não se acostumou.

— Dirija com cuidado.

— Pode deixar. Boa noite, Bunn.

Depois que ele retorna ao carro, giro a chave e entro no apartamento. Encosto-me na parede, tentando acalmar o coração acelerado. Pego o celular. Tann deve estar dando aula agora, já que é sábado de manhã na Tailândia. Abro o chat e digito:

[Me liga quando estiver livre. Precisamos conversar.]


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17 de out. de 2025

Ang Ang - Capítulo 15

Capítulo 15

Um grito ecoou em algum lugar, mas não era da conta de Hwayoung, que olhava tristemente para o belo homem que a empurrava e puxava.

Kyuwon, que não imaginava que isso aconteceria, foi arrastado, com o rosto enfiado nos braços de Hwayoung com um baque.
Quando Kyuwon pareceu surpreso, Hwayoung perguntou calmamente:
"Ainda somos colegas de brincadeira, certo?"

Sua voz e rosto pareciam tristes e diferentes do normal, então Kyuwon assentiu. Ele pensou que esta era sua chance de compensar seu erro, mas Hwayoung não estava em si naquele momento. Segurando Kyuwon com uma das mãos, ele disse aos funcionários que se aproximavam: "Por favor, me deem um quarto."

Hwayoung puxou Kyuwon enquanto um funcionário os conduzia até um.

No momento em que entraram na sala, Hwayoung tirou suas roupas manchadas de sangue e deu uma ordem a ele.

"Banda." Suas palavras eram tristes e frias, então Kyuwon tentou dizer algo. Mas quando olhou para ela, Hwayoung estava sorrindo. Com seu lindo sorriso de sempre, Kyuwon percebeu que Hwayoung queria mesmo tocar. Ele estava confuso; sentia que não conseguia entender o que ela queria.

Kyuwon tirou a roupa como se estivesse possuído, mas tentou encontrar a verdade no rosto sorridente de Hwayoung. Eles iriam brincar agora ou seria melhor simplesmente dizer "Eu gosto de você"? Mas o sorriso de Hwayoung era tão mais firme do que sua cara de pôquer que era quase impossível para alguém como Kyuwon perceber.

Como se o estivesse provocando, Hwayoung disse, com apenas uma garfada: "Minha esposa".

O constrangimento o encheu de prazer, mas Hwayoung fechou a boca ligeiramente e disse.
"Adorável." Kyuwon olhou para Hwayoung, que havia fechado os olhos. Parecia que muito tempo havia se passado. Vestindo apenas a blusa, Kyuwon não conseguia tirar os olhos de Hwayoung. Hwayoung parou por um momento e abriu a boca.

"Você é adorável para mim." 

Como se não conseguisse entendê-lo por causa das palavras que transbordavam em seus ouvidos, Hwayoung murmurou mais uma vez.


"Você é tão adorável, tenho vontade de te amaldiçoar."

 Quando Hwayoung abriu os olhos, seu lindo sorriso ainda era visível em seu rosto, ao contrário de sua voz de cortar o coração.

Kyuwon finalmente percebeu que seu sorriso era falso. Ele não sabia o que dizer, então hesitou por um momento.

Quando Kyuwon tirou a roupa, Hwayoung se aproximou com aquele sorriso ainda no rosto.

Quando Kyuwon se ajoelhou, Hwayoung olhou para o rosto dele por um momento e puxou seus cabelos. Kyuwon soltou um gemido, "Ngh..." 
Como resultado de seus delírios, os gemidos de Kyuwon seriam "Ahhh...", mas quem fez esse tipo de Kyuwon florescer foi o próprio Hwayoung. Ele lhe ensinou tudo. Sexo, como suportar a dor, palmadas, tudo. Mas era tudo apenas brincadeira. Ensiná-lo a gritar e dizer para ele fazer isso na minha frente não era diferente de possessividade ociosa, mas Hwayoung queria exigir isso. Eu sou realmente louco? Ele se repreendeu duramente.
E, no entanto, ele sentia que ia enlouquecer com aquela injustiça.

 "Esta será a última vez", Hwayoung tentou se convencer. "A última vez que o abraçarei."

Embora, se algum dia... eu quero que ele se lembre de mim o máximo possível. Seu coração se partiu ao pensar nisso. Hwayoung percebeu pela primeira vez como era ter o coração partido. Era diferente de outros tipos de dor. Era mais como dormência do que dor. Como se todos os seus nervos estivessem paralisados. 

Hwayoung estava perplexa, porque era algo que ela não conseguia suportar, controlar ou escapar da dor. Por outro lado, seu rosto estava repleto de um lindo sorriso.

 Hwayoung disse: "Faça isso", e piscou com confiança.
 
Seguindo o exemplo de Hwayoung, Kyuwon abriu o zíper da calça dela com os dentes, colocou o pênis dele na boca e hesitou. Era a primeira vez que Kyuwon hesitava, então Hwayoung o encarou surpreso. Kyuwon encarou o pênis de Hwayoung e abriu a boca.

"Hwayoung." Era a primeira vez que ele ligava para Hwayoung. O quê? Hwayoung, que era mais engenhoso do que qualquer um, quase derramou lágrimas de alívio e alegria. Seus pais não estavam mortos, ele estava apenas com o coração partido, então os conteve, já que não tinha motivo para chorar, mas seus olhos estavam ardendo. Que diabos.

Hwayoung olhou para Kyuwon, mas Kyuwon falou sério e olhando para seu pênis:
"Se não fosse por você... eu nunca faria algo assim. É sério." 

Hwayoung sorriu novamente. Porque ela pensou: Isso soou tão romântico e divertido. 

Parecia tão engraçado, a situação era tão engraçada, tudo era tão engraçado, então ela não conseguiu se conter.
 
Mas se alguém dissesse: "Quero que esta cena seja engraçada", Hwayoung o espancaria até a morte. Além de engraçada, ela se sentia feliz.

A peça se tornara um desastre. Seu escravo conversava casualmente, falando bobagens, enquanto o mestre sorria ao ver o quanto ele gostava da peça e se sentia profundamente comovido. Mas Hwayoung estava realmente feliz, e sorriu. Ele era o homem mais feliz do mundo naquele momento. E, naquele momento, tinha certeza de que ninguém mais na Terra era mais feliz do que ele.
 
"Vamos fazer sexo?" Hwayoung levantou o queixo de Kyuwon e perguntou.
 
"Sexo normal, como amantes normais." Ao ouvir as palavras de Hwayoung, Kyuwon se levantou e o beijou. Foi um beijo educado e gentil, ao estilo de Kim Kyuwon. Não, parecia mais uma confissão do que um beijo. Hwayoung fechou os olhos e ouviu aquelas palavras que Kyuwon não conseguia dizer em voz alta. E quando abriu os lábios, ela confessou com muito mais coragem do que Kyuwon.
 
"Eu te amo." E então, eles se tocaram, com sinceridade, com amor. Era a primeira vez que o acariciavam daquele jeito. Não era restrição, controle ou obediência. Era uma sensação suave, como flutuar em água morna.
 
O beijo foi doce, um ato de respeito. Foi a carícia mais amorosa do mundo.
 
Talvez esse fosse o problema, porque eles não ficavam excitados. Não importava o quanto Kyuwon tocasse o corpo de Hwayoung e Hwayoung beijasse Kyuwon, não havia paixão em suas ações.
 
"Parece que vamos ficar acordados a noite toda", disse Hwayoung sensualmente, encarando seu pênis sem excitação. O ato foi bom, mas não conseguiu queimar de paixão. E, ainda assim, ela estava feliz. Provavelmente por causa de quem era seu parceiro.
 
Esfregando o pênis de Hwayoung, Kyuwon gemeu: "Ngh..." Hwayoung, que esfregava os lábios nos dele de forma travessa, hesitou. Ela nunca havia feito sexo normal antes, então não conseguia dizer qual era o nível de sexo considerado normal.
 
A voz dele é simples como a de uma mulher. Quer dizer, é isso que é constrangedor, né? Pra ser sincero, é difícil vê-lo chorando.
 
Os gemidos dele são os melhores, será que isso é demais para ele?
 
Hwayoung, que só conhece palavras de linguagem sexual constrangedoras, sentiu-se confuso. E, ao mesmo tempo, pensou consigo mesmo: Sexo normal é difícil e complicado. Sinto que a audição é mais fácil do que isso.

"Você é tão fofo, eu adoraria te ver de vestido", disse Hwayoung, pensando ter encontrado algo, mas para Kyuwon, era muito constrangedor. Ao ver a cara confusa de Kyuwon, Hwayoung pensou: nossa, ele é tão fofo. E então o beijou.

"Você não quer?" Kyuwon olhou para Hwayoung, incapaz de dizer não às suas palavras. Ao ler a recusa em seu rosto, Hwayoung pensou: Ser um CD (travesti) é impossível. Ele tinha que desistir desse jogo durante aquele momento tocante de sexo normal.
 
As pernas de Kyuwon ficaram dormentes com o toque suave de Hwayoung. Foi um ato muito gentil, gentil e belo, mas não despertou seu interesse. Ele gostava que Hwayoung o tocasse, mas gostava mais de ser humilhado por ela. 

Mas não tinha vontade de impedir. Porque ele próprio pensava que, se Hwayoung não fosse sua parceira, não conseguiria fazer sexo normalmente pelo resto da vida. Claro, se fosse verdade, sexo normal seria com uma mulher, mas... se sua parceira fosse uma mulher em primeiro lugar, ele naturalmente não ficaria excitado, então essa era uma opção que ele tinha que abrir mão.

Hwayoung se moveu para cima de Kyuwon. Apesar de seu pênis roçar no de Kyuwon, Kyuwon mal conseguiu ficar duro.
Interrompendo seus movimentos inúteis que nem sequer emitiam um som molhado, Hwayoung perguntou:
"No que você está pensando?" Havia um sorriso sutil no rosto de Kyuwon. 

Como um animal adormecido acordando de um cochilo, Kyuwon respondeu:
"Eu estava pensando em como você é bonito." 

Hwayoung riu da resposta dele. Kyuwon cuspiu o que estava escondendo antes que os olhos de Hwayoung parecessem dizer: "É só isso?" 

Então, ela disse: "Eu estava pensando... que quero lamber seu pênis", e corou fracamente. 

Kyuwon se aproximou dele e empurrou seu pênis entre os lábios dela. No instante em que Kyuwon abriu os lábios, Hwayoung puxou suas bochechas. Não levemente, mas dolorosamente. Kyuwon abriu a boca, gemendo. Mas quando Hwayoung não pressionou, Kyuwon soltou uma voz chorosa, exatamente como Hwayoung o ensinou.
 
"Miau." Hwayoung hesitou um pouco, mas logo enfiou o pênis na boca de Kyuwon. Nós dois gostávamos assim. Enquanto movia o corpo lentamente, Hwayoung moveu a mão para trás para agarrar o pênis de Kyuwon.
 
Hwayoung amava seu pênis que agora estava ereto, seu corpo que não conseguia endurecer exceto pela vergonha.
 
Um gato enorme, ágil, tímido e obediente, tudo para mim.
 
"Mais forte." As bochechas de Kyuwon se contraíram ainda mais aos comandos de Hwayoung. O pênis na mão de Hwayoung começou a se erguer. Hwayoung achava que outros nem conseguiam fazer como ele. Mesmo que não fosse um enema, uma surra, mas apenas sexo baunilha, eles ainda conseguiam. Ele quase se convenceu e encurralou Kyuwon.
 
"Ainda está solto, mais apertado. Use a língua, você vai lamber minhas bolas também, não é? Ótimo, você está indo bem." Kyuwon soltou um gemido ao ouvir a voz de Hwayoung, que era semelhante à de quando ela o ensinava.

Pensando que era semelhante ao ronronar de um gato porque gostava, Hwayoung mostrou um sorriso completamente diferente de antes. 

Um sorriso de seu mestre frio e glorioso.
 
"Mais, engula mais. Abra a garganta..." Quanto mais cruel ele era, mais o coração dela ardia. 

Ela queria exigir e receber uma resposta, dizer: Eu gosto de você. A resposta de Kyuwon foi tímida, mas ainda significava "Sim". 

Por isso, Hwayoung não era tão severo; ele ensinaria o homem abaixo dele. Como desenhar em papel em branco, ele o tingiria com as cores e preferências que quisesse. Ele me deu o direito de fazer isso! Como Kyuwon disse, ele era uma mulher.
 
Se Kyuwon realmente fosse uma mulher, eu não imaginaria que ela gostaria dele, mas de qualquer forma, Kyuwon se tornou sua escrava.

"Mais. É isso, mais." Seguindo as palavras de Hwayoung, Kyuwon agarrou-se a ele desesperadamente. Vendo as lágrimas nos olhos de Kyuwon devido à sufocação, Hwayoung soltou um longo suspiro diante do desejo sexual que parecia transformá-lo.

"Deite-se." Hwayoung olhou para o pênis de Kyuwon enquanto ela se erguia acima dele.

Sempre que os homens falavam sobre o que tinham que fazer, dizendo que isso não estava longe de chamá-lo de grande idiota, era isso que incitava a crueldade de Hwayoung.
 
No momento em que o grande corpo se deitou, Hwayoung subiu em cima dele, puxando seus cabelos enquanto o empurrava para a cama e sussurrava:
"Você está tão miserável quanto um cachorro. Mas você é meu gato, não é?" 

O tom de Hwayoung mudou para o que Kyuwon mais gostava. Kyuwon tremeu, esperando a ordem doce, mas cruel, de Hwayoung, que dizia:
“Chore lindamente.”

Steel Rose - Capítulo 02

Capítulo 02 – Versão Literária

Ti ti… ti ti…

No entardecer, em um hotel que ficava em frente a uma escola reconstruída em Mandalay, um funcionário da limpeza entrou cuidadosamente no quarto 504, recém-desocupado, para realizar a higienização. Antes de entrar, seguindo as instruções do gerente, ele lembrou-se das advertências sobre objetos que haviam desaparecido misteriosamente.

"Olá… aqui é a limpeza…", anunciou ao entrar.

"Olá… recepção. O quarto 504 já fez check-out," respondeu a recepção, confirmando a situação.

Mesmo assim, o gerente ligou imediatamente para o responsável de emergência. O quarto estava em completa desordem: lixo espalhado, móveis fora do lugar e pertences de valor desaparecidos. Objetos caros deixados sobre a mesa de centro e no mini-bar haviam sumido. Durante a inspeção, alguns itens reapareceram misteriosamente, confundindo ainda mais a equipe de limpeza.

Antes do check-out, percebeu-se que alguém além do hóspede registrado havia acessado o quarto. Evidências indicavam que o mini-bar havia sido usado, mas ninguém podia confirmar exatamente quem. O gerente tentou restringir o acesso, mas, no dia seguinte, Mahazin instruiu que o quarto fosse reaberto para nova inspeção. Silenciosamente, outra entrada havia ocorrido, quase imperceptível para qualquer funcionário.

Mahazin conduziu a investigação com precisão, comunicando cada detalhe à supervisão. Eventualmente, documentou a entrada não autorizada como fato verídico. Não se tratava apenas de um quarto comum, mas de um local ligado a perdas misteriosas e registros de hóspedes, exigindo atenção minuciosa.

Enquanto isso, Mahazin enfrentava seus próprios dilemas pessoais. Responsável por 31 jovens mulheres, lidava com tensões físicas e emocionais e refletia sobre suas limitações e sentimentos mais profundos.

"Sim… sou responsável por estas 31 salas," murmurou para si mesma, observando a situação com cuidado.

Sua capacidade emocional e física era posta à prova. Mahazin tentava equilibrar senso de justiça, responsabilidade e afeto, enfrentando sentimentos de raiva, confusão e tristeza, enquanto reconsiderava suas convicções sobre amor e cuidado.

Em outro quarto, o 501, registros de hóspedes revelavam transações envolvendo pedras preciosas em Mandalay. Ao revisar os documentos, Mahazin sentiu um choque profundo: o peso histórico e emocional contido naquelas páginas a atingia com força.

Exausta e emocionalmente abalada, ela correu pelos corredores do hotel, refletindo sobre a situação e os desafios do dia. A urgência e o perigo a acompanhavam, enquanto tentava lidar com problemas do hotel e questões pessoais simultaneamente.

"Shyandana… é isso," murmurou, lembrando-se do nome que permanecia gravado em seu coração, quase como uma tatuagem emocional.

Finalmente, Mahazin buscou refúgio em um ponto elevado do hotel. Ao contemplar o céu claro e estrelado, soltou um grito que misturava alívio e frustração. Sua mente fervilhava com pensamentos e emoções, refletindo a complexidade de seu papel e a intensidade dos desafios enfrentados naquele dia.

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Dear Doctor - Capítulo 05

Capítulo 05 :: A Crueldade do Destino

— Se não parar agora, eu te jogo pra fora do carro e você vai a pé pro trabalho.

O tom ameaçador de Prakan não conseguiu deter em nada o riso da outra pessoa ao contrário, fez com que risse ainda mais.
Se supunha que era uma manhã de trabalho normal, mas o automóvel havia começado a se tornar caótico naquele momento.

— Oh, não, é divertido. O doutor Prakan Phithakchit, que costuma usar apenas camisas brancas… — Antes que pudesse terminar de falar, soltou uma gargalhada.— Oh, não consigo parar de rir.

Metha não podia acreditar que Prakan estivesse vestido com uma camisa de manga curta estampada com cocos; se tivesse colocado um short e óculos escuros, poderia parecer que estava dirigindo para a praia.

O jovem doutor não havia parado de zombar de Prakan, fazendo o médico imaginar incontáveis situações em que ele se asfixiava de tanto rir de si mesmo.

— Acho que fica bem. 

Outra voz interrompeu o riso de Metha; o dono da voz estava sentado no banco traseiro, onde ninguém costumava estar.
Prakan olhou pelo retrovisor para a pessoa que havia pedido para ir com eles no carro.
E essa… essa era a segunda coisa estranha que acontecera naquele dia.

“Estou sentado no mesmo carro que a Morte…”
A Prakan não o surpreenderia se, ao dirigir com aquele Anjo, de repente o carro batesse contra uma árvore e explodisse.

— Fica bem, Phi, mas acho que… — Metha tentou conter o riso, secando as lágrimas dos olhos e fingindo ignorar o olhar vingativo de Prakan, que parecia prestes a assassiná-lo.
A pessoa causadora de sua vergonha estava sorrindo através do retrovisor.

“Posso viajar com vocês até o hospital esta manhã?” — Havia sido o pedido de seu vizinho naquele dia cedo, quando Metha tinha ido falar com ele.

Por mais que Prakan quisesse se negar, não lhe restou mais do que suspirar depois que Metha aceitou o pedido.

“Está bem, pode vir conosco” 

Metha havia respondido, e depois se virou para Prakan; a este não restou mais do que entrar no carro enquanto ouvia as duas pessoas conversando como se fossem próximas há muito tempo.

— De todo modo, obrigado por me deixar vir com vocês o belo Anjo da Morte agradeceu.
— Sem problema — respondeu Prakan.

“Já que está sentado aí mesmo, me servirá para ganhar mérito”

—Então, por que você tem que ir ao hospital? Está doente? — Perguntou Metha como um verdadeiro médico, enquanto estacionavam.

— Não — respondeu educadamente o homem de pele pálida.

—Acaso vai visitar alguém? — Metha continuou insistindo, mas Tuaphee apenas sorriu.

— Estou aqui para fazer alguns recados.

— Recados?

—Chegamos — Prakan interrompeu Metha, que pretendia iniciar uma conversa sem sentido, o que fez com que o outro mostrasse uma expressão de decepção.

O jovem médico fechou o carro e entrou no edifício ao mesmo tempo que os outros dois, que ainda não paravam de conversar.

— Olá, doutor Metha… Dr. Prakan várias pessoas os cumprimentaram ao longo do caminho, focando principalmente no mais velho, que apenas conseguiu sorrir secamente.
Até uma criança de três anos poderia saber a que se devia o riso das enfermeiras.

“Por que mais me olhariam assim, se não fosse por esta estúpida camisa…”

— Olá, Dr. Prakan, ainda não é Songkran Sorn, uma enfermeira próxima, o saudou com uma voz zombeteira, fazendo com que o jovem médico revirasse os olhos. Até ela havia decidido provocá-lo.

—Phi só queria mudar seu humor. 
Disse Metha, de bom humor, levantando a mão para Prakan com carinho, mas o doutor com a camisa estampada de cocos deu um leve tapa em sua mão, fazendo com que o jovem abaixasse a cabeça; depois se virou para reclamar com seu vizinho.

Mas Tuaphee já não estava ali…

— Oh, Phi, pra onde ele foi? Virando-se novamente, os dois jovens médicos não encontraram a pessoa que havia pedido para viajar com eles no automóvel.

Prakan varreu o lugar com os olhos antes de tropeçar com uma pessoa de terno preto que havia começado a seguir outro caminho. Seu instinto lhe dizia… que devia ser algo ruim e que estava prestes a acontecer.

— Phi anda tão rápido que desapareceu.

Foi então que os dois irmãos ouviram o som das sirenes das ambulâncias; viram um grupo de enfermeiras correndo em direção ao automóvel, gritando em voz alta durante uma fração de segundo antes que se fizesse o silêncio, enquanto trasladavam o corpo do paciente à sala de emergências.

—Deve ser grave. — Disse Metha, encolhendo os ombros.

—Acho que os médicos da sala de emergência pod…