24 de set. de 2025

Stand by Your Side - Capítulo 05

Capítulo 05 :: Vitória Desleal ou Estratégia Justa?

Os dois se enfrentavam com seriedade, testando a força dos braços, os rostos bonitos perigosamente próximos. No impasse, um deles congelou por um instante, e o outro sorriu radiante, inclinando-se como se fosse beijá-lo.

A cena fez a plateia em volta se agitar de excitação, disparando os flashes das câmeras sem parar.

Jiang Chi se esforçava ao máximo, mas bastou essa breve distração para que Gu Buxia aproveitasse a brecha e virasse o jogo. A vitória foi decidida num piscar de olhos.

O chefe do dormitório bateu na mesa, empolgado, levantando o braço do vencedor e gritou:
— O aluno Gu Buxia venceu!

— Concedida a vitória. — Gu Buxia uniu as mãos em sinal de cortesia, exibindo um ar de triunfo.

Os colegas em volta aplaudiram e parabenizaram, enquanto Jiang Chi ficou boquiaberto:
— Não, espera aí… isso… — ele apontava incrédulo para Gu Buxia, aguardando uma avaliação justa.

Mas o chefe do dormitório apenas lhe deu um tapinha no ombro:
— Ah, estudar Direito não bate de frente com Antropologia. Quem perde aposta, aceita o resultado! — A vitória já estava definida, e ele não queria recomeçar tudo de novo.

Diante do veredito, Jiang Chi engoliu em seco, sufocado, e levantou-se de repente, deixando todos para trás enquanto voltava ao quarto.

Depois de perder, ele se viu obrigado a relevar muitas das atitudes de Gu Buxia, e a convivência entre os dois, finalmente, ganhou certa paz.


Alguns dias depois, à noite, Jiang Chi estudava em sua escrivaninha quando, pelo canto do olho, percebeu Gu Buxia descer da cama, pegar algo e voltar.

Logo, ouviu-se o som de um pacote sendo aberto.

Jiang Chi ergueu o olhar e viu, do outro lado, Gu Buxia deitado, sorrindo para o celular enquanto comia batatas fritas. Desta vez, não conseguiu se conter:
— Não coma na cama!

— Não é na sua cama, precisa controlar até isso? — Gu Buxia respondeu descontente, levando outra batata à boca com prazer.

Jiang Chi apenas clicou a língua e balançou a cabeça, levando o livro consigo para a própria cama. Decidiu ignorar.

Notando a reação do colega, Gu Buxia espiou curioso. De repente, teve uma ideia: levantou-se, foi até Jiang Chi e, com um sorriso brilhante, lhe estendeu o pacote:
— Quer uma?

— Não quero. — Jiang Chi recusou secamente.

— O chefe do dormitório disse que devemos cultivar amizade e compartilhar. — Gu Buxia se aproximou ainda mais. — Vamos, come comigo!

— Ficar burro junto? — Jiang Chi revirou os olhos. — Dispenso.

— Ah, é mesmo! Esqueci quem não pode retrucar quem neste mês? — Gu Buxia aumentou o tom de voz de propósito, com expressão teatral.

— Vitória desleal! — Jiang Chi não encontrou outra defesa além de gritar.

Ver aquele rosto orgulhoso, geralmente altivo e arrogante, se contorcendo em frustração deu a Gu Buxia uma felicidade enorme.
— Isso se chama estratégia, não trapaça. Au, au! — como uma criança travessa, sentou-se na beira da cama de Jiang Chi, insistindo em lhe oferecer batatas fritas.

Mesmo diante de olhares gélidos, não recuou. Ao contrário, aproximou-se mais, ajoelhando-se sobre a cama para forçá-lo:
— Alegria compartilhada é melhor que sozinho. Já que insiste em dividir o quarto comigo, toma, só uma mordida! e empurrou a batata até os lábios de Jiang Chi.

Jiang Chi virou o rosto, deixando claro que não queria. Mas o invasor em sua cama não desistia.

Gu Buxia encostou as pernas nas dele, o joelho pressionando o colchão. A batalha pela batata frita se desenrolou no espaço apertado: Jiang Chi tentava desviar e empurrar, até que, num movimento brusco, acertou por acidente a cintura de Gu Buxia.

Gu Buxia perdeu o equilíbrio e caiu direto sobre ele.

Pof!

Jiang Chi tombou para trás, batendo contra a parede.

No impacto, o pacote se espalhou: batatas por toda a cama e pelo corpo de Jiang Chi. Ele, atônito, olhou ao redor até fixar o olhar no rosto de Gu Buxia, colado ao seu.

O encontro de olhares tão próximos fez Jiang Chi se lembrar da cena anterior o sorriso radiante de Gu Buxia, inclinando-se como se fosse beijá-lo.
E pensar nisso nesse momento só deixou sua expressão ainda mais sombria.

— Ferrou… ferrou de vez… — Gu Buxia sentiu um arrepio ao ver o rosto contraído, as veias saltando.

Tentando reparar, começou a limpar apressado os farelos da roupa dele. Ainda assim, não resistiu a comer as batatas mais inteiras que encontrava.

O gesto só piorou as coisas: a roupa e a cama ficaram mais engorduradas. Jiang Chi, furioso, empurrou-o e desceu da cama, sacudindo os farelos do corpo com repulsa.

Enquanto ele saía irritado, Gu Buxia continuava limpando a cama. De joelhos sobre o colchão, sacudia os farelos para o chão, o quadril balançando sem perceber, até deixar aparecer o cós da cueca.

A cena era caótica: quanto mais limpava, mais gordura espalhava, e os farelos menores se tornavam impossíveis de recolher.

— Gu Buxia, desce daí agora! — Jiang Chi explodiu ao não aguentar mais.

Gu Buxia parou, olhou para trás e sorriu maliciosamente:
— Está infeliz? Se está, mude-se logo. Assim se livra de mim!

Entendendo as verdadeiras intenções dele, Jiang Chi não respondeu. Simplesmente saiu do quarto.

Para cumprir o acordo da aposta perdida, optou por se acalmar na sala comum, ligando a TV mas sem realmente prestar atenção no programa.

Por que, afinal, naquela hora, ele se lembrara…

…do rosto de Gu Buxia se aproximando para beijá-lo?

Depois de algum tempo, decidiu: não daria mais atenção ao colega irritante pelo resto do mês.

Quando voltou ao quarto, Gu Buxia havia sumido. A cama, no entanto, estava com lençóis limpos e o chão parecia ter sido varrido. Só então Jiang Chi conseguiu respirar aliviado.



No dia seguinte, Jiang Chi estava na biblioteca, concentrado em escrever um relatório, rodeado de livros de Direito em línguas originais. Gu Buxia passou por ali carregando um exemplar de Language and Neoliberalism (Routledge, Londres), com expressão desamparada.

— Já basta estudar as línguas das etnias para Antropologia, ainda tenho que ler em inglês?
— E desde quando falaram que era trabalho individual?
— Trabalho independente, dez mil palavras, prazo final: amanhã…
— Ahhh… alguém me mata!

Resmungando aflito, parecia procurar um lugar para sentar, mas vagava como se, ao caminhar com o livro, o relatório fosse se escrever sozinho.

Até que, vagando como uma alma penada, avistou uma mesa cheia de livros abertos em línguas estrangeiras e alguém escrevendo furiosamente.

Ao reconhecer Jiang Chi, primeiro sentiu admiração, mas logo resmungou e tentou se afastar. Porém, hesitou.

“Colegas de quarto deveriam se ajudar, não é?”

O semblante carregado desapareceu. Gu Buxia puxou a cadeira ao lado e sentou-se.

Surpreso ao vê-lo ali, Jiang Chi o encarou com estranheza. Gu Buxia, fingindo polidez, abriu o computador e espalhou os livros com elegância estudada.

Desconfiado, Jiang Chi arrastou sua cadeira para longe e puxou o livro que estava à frente dele. Mas Gu Buxia também arrastou a cadeira, aproximando-se.

E não foi só isso.
Ele ainda abriu um sorriso suave.

— O que você quer? — Jiang Chi perguntou, horrorizado, em voz baixa.

— Quero seguir seu exemplo. Estudar junto com você. — Gu Buxia respondeu num sussurro, mantendo o sorriso sincero.

Plaft!

O susto foi tanto que Jiang Chi deixou cair o livro no chão.

Gu Buxia se abaixou rápido para pegar. Jiang Chi também, mas ergueu a sobrancelha, encarando-o com desconfiança.

Gu Buxia, então, juntou as mãos num gesto suplicante, fazendo cara de coitado:
— Socorro!

Meia hora depois, já estavam de volta ao dormitório, dividindo a mesma mesa. O livro Language and Neoliberalism aberto diante deles.

— Por que não me ensinou na biblioteca? — Gu Buxia resmungava enquanto digitava. — Finalmente eu estava com alguma elegância…

— Se eu tivesse que ler e traduzir cada parágrafo em voz alta, a biblioteca viraria sala de reza. — Jiang Chi, espremido num canto, olhava com desgosto para a mesa tomada.

Constrangido, Gu Buxia riu:
— É que eu e o inglês não nos damos bem…

Isso despertou a curiosidade de Jiang Chi:
— Então como entrou na faculdade?

— Bolsa de atleta…

Jiang Chi ficou sem palavras, recolheu seus livros e se levantou.


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